Mercedes-AMG alcança a primazia com o GT

Referência à Porsche e performance arisca fazem do modelo um superesportivo especial
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Lukas Kenji
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A AMG pode ficar orgulhosa. Se o objetivo de concepção do Mercedes-AMG GT era atingir a primazia, o sucesso foi alcançado. A máquina concebida do zero pela submarca esportiva mixa tons clássicos e contemporâneos em seu desenho e carrega equilíbrio entre um motorzão V8 biturbo com um chassi de alumínio.

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O propulsor, aliás, é produzido em processo quase artesal na fábrica de Affalterbach, cidadezinha no sul da Alemanha. O lema de lá é “um homem, um motor”. Tais palavras também ecoam a pouco mais de 20 quilômetros ao sul, na fábrica da Porsche, em Zuffenhausen.

Tal semelhança não é mera coincidência. A Mercedes-Benz colocou a marca austríaca como ponto de referência para construir o AMG GT. Demérito algum. Atitude elogiável, aliás. O 911 sempre foi uma lenda das ruas e das pistas e é um modelo a ser seguido. “No comercial de divulgação do GT no exterior, o 911 até aparece no vídeo”, lembra bem o gerente de marketing da Mercedes-Benz, Dirley Dias. Na peça, o carro que serviu de inspiração tem pesadelos com a chegada de seu ‘discípulo’.

Assim como no imaginário dos sonhos, a pista de verdade também comprova influências da escola de Ferdinand Porsche. A carroceria tem capô largo e traseira curta, baixa e arredondada. Por dentro, a influência parece ainda maior com um posicionamento de guiar no chão e um console central repleto de botões.

Mas a rica história da Mercedes, obviamente, impera. A década de 1950 respira quando o fronte do carro é observado cuidadosamente. Menção às lendárias Flechas de Prata, que colocavam a marca no topo das competições da época.

Último superesportivo da Meca, o aposentado SLS também deixou suas influências. Uma pena as asas de gaivota não estarem presentes no GT.

Outro comparativo entre os dois pode ser feito em relação ao motor. A capacidade volumétrica caiu de 6,3 litros para 4.0. A potência despencou: 631 cv para 510 cv (a 6.260 rpm). Mas então o desempnho também foi muito prejudicado? Não, o GT é somente dois décimos de segundo mais lento perante a um SLS AMG que chegava aos 100 km/h em 3,6 s.

Entretanto, se o SLS possuía caráter mais exibicionista, o GT é um típico esportivo das pistas. Seu melhor amigo para um track day. Isso porque ele é menorzinho e tem equilíbrio de peso otimizado. Os 1.645 quilos são distruídos em uma carroceria de 4,54 metros de comprimento. O motor fica frente, enquanto a transmissão fica atrás, onde está 53% do peso do monstro.

O câmbio automatizado de dupla embreagem e sete velocidades, por sua vez, tem configuração um tanto especial. A caixa de marchas se junta ao diferencial blocante em uma só peça. O escalonamento tem mais amplitude e os 66,2 kgf.m de torque são extraídos do ‘veiotão’ em sua plenitude para tracionar as rodas traseiras.

O comportamento da transmissão pode ganhar outras formas por meio dos cinco modos de condução. A mais explosiva e especial para as pistas é a Race. Disponível somente na versão topo de linha S (a única disponível no Brasil, no momento), joga as trocas para serem feitas na casa dos 7.000 giros e também acelera o tempo de reduções.

O AMG GT está sempre acordado e pronto para brincar porque o torque máximo é entregue já aos 1.750 giros, ficando constante até os 5.000 rpm.

Se o modelo é um petardo nos autódromos, pode sofrer nas ruas. Com suspensão a quase um palmo do asfalto, dá aflição só de pensar em machucados causados por qualquer lombada ou buraco. Outra dificuldade urbana são os retrovisores, que parecem um pouco deslocados.

Também vale um puxão de orelha para o sistema de entretenimento do carro. Não por sua concepção e entrega de tecnologia, mas sim por sua operação. A Mercedes gostou do touch-pad sensível ao toque para gerenciar as funções do modelo, disponível em toda sua linha. Mas o sistema pouco intuitivo e difícil de domar. Seria muito mais interessante a adoção de uma tela sensível ao toque.

Toda essa brincadeira já está disponível no Brasil. Assim como os recém-lançados C 63 S AMG e S Coupé AMG, o AMG GT tem preço negociado em dólar e subsidiado pela Mercedes-Benz na cotação de R$ 2,60. Pois se o carro tem tabela de US$ 329.900, a conversão nos dá o valor de R$ 857.740.

A configuração de entrada do modelo, menos potente (462 cv), só deve desembarcar por aqui daqui a seis meses, no mínimo.

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