RSQ3 é esportivo disfarçado de carro familiar

Motor 2.5 rende 310 cv e aliado à tração integral fazem desse Audi um monstro


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Ricardo Sant'Anna
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Num primeiro momento, um purista pode olhar para este Audi e dizer: “Para que um SUV com suspensão rebaixada e pneu de perfil baixo?”. É exatamente esse cara que o Audi RSQ3 quer calar. E as armas dele pra isso são as melhores possíveis. São 310 cv – quase 100 cv a mais que na versão ‘convencional’ Attraction - disponíveis entre 5.200 e 6.700 rpm. Essa cavalaria provém do 2.5 turbo de 5 cilindros, e o RSQ3 une a versatilidade de um SUV com desempenho de um esportivo. Quer espaço? Tem. Quer desempenho esportivo? Ô, se tem!

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Os 42,8 kgfm de torque também impressionam e ajudam o Audi ir de 0 a 100 km/h em 5,2 segundos. Dê bons créditos ao câmbio automatizado de dupla embreagem e 7 marchas S-Tronic, um fenômeno da Audi. Com ele, as trocas de marcha são precisas e rápidas. Um toque nas borboletas atrás do volante e as engrenagens se movimentam antes que você possa pensar em piscar os olhos.



Por R$ 273 mil, ele é o RS mais em conta – se é que podemos falar isso de tal quantia – disponível no Brasil. O RSQ3 oferece sensor de estacionamento na frente e na traseira, lanternas de LED, ar-condicionado de duas zonas,  bancos revestidos em alcantara e volante de base reta. Apesar disso, o SUV tem algumas falhas no pacote de equipamentos considerando o que ele cobra. Entrada USB, por exemplo, não existe. Os alemães apostam apenas em cartões SD.


Há sensores de estacionamento, mas uma câmera de ré não seria má ideia.O som é feito pela Bose e a central multimídia de tela retrátil permite controlar o Audi Drive Select, onde se regulam os modos de direção no carro: Eco, Comfort e Dynamic, sendo este último o mais extremo, no qual o RSQ3 fica quase indomável a cada toque no pedal direito. Ele também disponibiliza o controle de largada no modo Dynamic, que pode baixar em alguns décimos de segundo o tempo de 0 a 100 km/h.


O ronco grave do 5 cilindros também se altera e a cada troca de marchas, um estouro vem da enorme saída de escape. Nesse momento, apenas a altura elevada nos faz lembrar que estamos a bordo de um “carro de família”. O acabamento segue o padrão Audi de esportivos: cores mais escuras e materiais mais sofisticados. A ergonomia é perfeita, embora a posição de dirigir seja um pouco mais elevada do que o ideal para um carro com a capacidade dinâmica do RSQ3 e a central multimídia não tenha comandos tão intuitivos.

A suspensão é 25 mm mais baixa que a do Q3 normal. Nem por isso ele deixa de ser confortável. Claro, não chega nem perto do que é na versão “civil”, mas também não ignora o bom senso. Trancos mais fortes a cada buraco nos faz lembrar que esse carro de mamãe é agora um esportivo de respeito. Isso principalmente quem viaja no banco de trás, onde as batidas secas são mais incomodas. Quem está na frente se concentra apenas na adrenalina proporcionada pelo RSQ3.

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A tração integral Quattro faz as honras de manter os 1.655 kg do RSQ3 no chão. As rodas de 19 polegadas em alumínio e os pneus Pirelli PZero de perfil baixo 225/40 complementam a aderência inacreditável pra um carro desse porte. Os freios trazem discos ventilados nas quatro rodas, capazes de pregarem o Audi o mais rápido possível. Na estrada a estabilidade é incrível. Se puder pegar uma serra, as coisas ficam ainda melhores, confie em nós.


Por fora, o pacote RS dá nova cara ao SUV, com rodas de 19 polegadas, grade com acabamento preto brilhante, saias laterais e traseiras, para-choque dianteiro com entradas de ar maiores e a cor Azul Sepang, exclusiva do RS. O design inclusive foi renovado recentemente e apresentado no Salão de Detroit, mas por enquanto não há previsão chegada ao Brasil. O Q3 inclusive será produzido na “nova-velha” fábrica da Audi no Brasil, em São José dos Pinhais (PR), mas não espere ver a versão esportiva saindo de uma fábrica brasileira. RSQ3? Só importado.

Mesmo com tudo isso incluso, o RSQ3 não se esqueceu que nasceu utilitário esportivo com compromisso familiar e oferece um razoável porta-malas de 365 litros e espaço interno interessante, graças aos 2,60 m de entre-eixos. Este, aliás, é o grande trunfo do RSQ3, superior em espaço em relação ao GLA 45 AMG, por exemplo, talvez seu principal rival no segmento de SUV compacto (super) esportivo. O GLA dá o troco com 50 cv a mais em um motor menor. O Mercedes cobra caro por isso:  R$ 289 mil.


O páreo fica ainda mais complicado para o nosso boxeador quando saímos um pouco do segmento que ele pertence. Uma das 90 unidades do Lancer Evolution X John Easton, por exemplo, pode ser seu por R$ 220 mil, oferecendo 30 cv a mais que o SUV e 413 litros de porta-malas. Mas ok, admitimos que será mais fácil convencer sua esposa que um esportivo pode ser o carro da família quando lhe mostrar o Audi. Agrada ela, agrada você e fim de papo.

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