Jaguar XFR-S simboliza o que há de melhor

Esportividade exacerbada e elegância requintada mostram que o sedã é um verdadeiro lord


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Lukas Kenji
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Guiar o Jaguar XFR-S é sentir a cultura da indústria britânica e o que ela tem de melhor. É estar a bordo de uma máquina elegante e imponente, que anda com distinção. É imergir em uma experiência absolutamente sensorial: o tato é instigado ao apreciar a qualidade do couro que forra o teto e soma-se ao odor ímpar da cabine, circundado pela sinfonia do motor à espreita. A culminação é o brilho no olhar ao finalmente cair em si e tomar nota de que um monstro está ao seu dispor.

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Um monstro, não. Um legítimo Jaguar. Ágil e desenvolto, apesar da aparência bruta. Aliás, é jeito feroz de se apresentar que torna o XFR-S um sujeito distinto perante seus rivais. Que fique claro que os alemães Audi RS7, BMW M5 e Mercedes-Benz E63 AMG não estão sendo desmerecidos. No entanto, a classuda Jaguar merece aplausos ao permitir que sua obra ganhe as ruas em cores chamativas, capôs rasgados, rodas pretas e ofensivas, além de aerofólio saliente.

Legítimo felino, o esportivo ataca por todos os lados quem cruza seu caminho. A carroceria pintada em azul French Racing e o jogo de rodas Varuna Gloss Black de 20 polegadas já colocam a caça de joelhos e caem muito bem ao veículo extenso (4,96 metros) e dono de uma bela caída na altura do teto em sua parte final, remetendo ligeiramente aos cupês. A dianteira tem faróis bi-xenon de olhar franzido e contornados por LEDs diurnos. Casam com as largas entragadas de ar com apliques de fibra de carbono. O tiro de misericórdia vem na traseira com mais fibra no difusor e quatro saídas de escape.

Além da beleza peculiar, o Jaguar traz em seu favor outra característica que torna quase impossível a atração de olhares para si: a exclusividade. Raríssimo nas ruas, o modelo chega a ser irreconhecível aos mais desatentos. Houve quem  brincasse: “Esse carro é da Puma?”

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A exclusividade também invade a cabine. À namorada coube a orientação: “Você precisa prestar atenção em três coisas o carro for ligado: veja a luz vermelha pulsando no botão de arranque, perceba as saídas de ar-condicionado se abrindo, mas, principalmente, ouça com carinho o ronco do motor.” É como se o carro ganhasse vida.

Contribuem com o ambiente o acabamento em couro macio que forra teto e barras estruturais, além do couro Premium que permeia o console e passa pelos bancos. Ambos são costurados com linhas azuis. O interior recebe ainda implementos em aço escovado, diversos detalhes cromados, e luzes de cortesia na tonalidade branca. Refinamento inglês em sua melhor fase.

É preciso lembrar que o personagem em questão é um sedã grande familiar. É espaçoso para as pernas (tem 2,90 m de entre-eixos), mas o conforto de uma viagem linear acaba sendo deixado de lado em prol de uma suspensão rígida e no chão.

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Tal rigidez passa segurança na hora de colocar o motor V8 Supercharged turbo para brincar. ‘Torcudo’, entrega o pico de força motriz de 69,4 kgf.m já em 2.500 giros. Este acerto permite impulsionar o felino da inércia aos 100 km/h em 4,6 segundos. O poder do propulsor 5.0 forrado por capa de fibra de carbono fica nítido quando se tem noção do peso do veículo de 1.875 quilos.

O três-volumes pode chegar a 300 km/h (limitado eletronicamente) diante de um bloco de quatro cilindros que entrega 550 cv de potência a 6.500 rpm e gerenciado por uma transmissão ZF automática de 8 velocidades que transfere força para o eixo traseiro.  

As aletas mostram o caráter totalmente permissivo do câmbio. Ele permite reduzir marchas até o limite e deixam o motorista sentir o poderio da máquina que está em suas maõs - guiar o XFR-S é como ouvir uma boa música dos Rolling Stones. O modo de condução mais esportivo desliga toda a eletrônica do carro (controle de tração e estabilidade) deixando o veículo mais hostil e arisco. Chega a ser insano um veículo tão bruto medir quase cinco metros.

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Há, no entanto, bastante tecnologia embarcada que tornam a brincadeira segura. Há airbags laterais, frontais e de cortina, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, câmera de ré e monitor de ponto cego.  

A tecnologia de entretenimento também tem papel notório. Ênfase dada ao sistema de som surround da Meridian que bomba 825W em 18 alto-falantes. Balada garantida. Ele é gerenciado pela central multimídia sensível ao toque de sete polegadas com GPS, conectividade bluetooth e USB.

Não impõe surpresa o fato de o XFR-S custar mais de meio milhão de reais no Brasil. A tabela mais atual mostra exatos R$ 554,4 mil. Caro? Depende do ponto de vista. O público-alvo deve considerar o fato de seus rivais terem preço na mesma casa - O Audi RS7, por exemplo, pode chegar a R$ 624.990. É bom ter em mente que mais do que uma aquisição, o XFR-S mostra-se como uma conquista. E uma conquista nada exclusiva para o motorista do possante. Toda a família tem diversão garantida.

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