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Ford Ranger XLT: o essencial é invisível aos olhos

Versão intermediária da picape, a Ranger XLT tem o mesmo motor 3.0 da topo de linha Limited, mas com um custo-benefício


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Algo que é bem recorrente quanto faço o teste de um carro é pensar em frases que sintetizem as qualidades - ou defeitos - daquele automóvel. Com a Ford Ranger XLT não foi diferente.

Depois de alguns dias de convivência (e talvez contaminado pelos livros do João, meu filho), cheguei à conclusão que a frase do título - roubada da obra "O Pequeno Príncipe", do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry -, sintetiza bem o que eu achei dessa picape.

Afinal, a intermediária Ranger XLT custa R$ 30 mil a menos que a topo de linha Limited. Tem um visual mais simples e a lista de equipamentos é mais enxuta. Mas o motor é o mesmo 3.0 V6 turbo diesel de 250 cv, assim como o câmbio automático de dez marchas e a tração 4x4.

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É claro que o motor potente não é a única qualidade da Ranger XLT que me faz pensar que ela pode ser um melhor negócio para você. Quer saber mais? Confira nas próximas linhas.

A Ford Ranger XLT

Por fora...

A Ranger XLT claramente tem um visual menos sofisticado que a Limited. As molduras nos para-lamas são pretas, as rodas são de liga leve, mas menores, de 17 polegadas, enquanto saem de cena itens como as lanternas traseiras de LED, o rack no teto, a proteção na caçamba (item que deveria ser obrigatório...) e o santoantônio.

Mesmo assim, a Ranger intermediária é bem bonita e transmite sensação de robustez até maior que a da picape mais cara. Vamos às medidas: são 5,37 m de comprimento, 1,88 m de altura, 3,27 m de entre-eixos e 2,21 m de largura (contando os retrovisores). Já a capacidade de carga é de 1.037 quilos.

Vale destacar que alguns elementos interessantes da Limited também estão presentes da XLT: tampa de caçamba com abertura e fechamento assistidos, retrovisores com rebatimento elétrico, iluminação e tomada elétrica no compartimento de carga, e faróis de LED.

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A cabine da Ranger XLT tem acabamento caprichado como o da versão mais cara
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Por dentro...

A brincadeira de caçar as diferenças entre a Ranger XLT e a Limited segue também na cabine. No primeiro olhar, parece que estamos falando do mesmo carro, já que a picape intermediária também tem os bancos de couro com ajustes elétricos para o assento do motorista, painel digital de oito polegadas e a alavanca de câmbio com comando eletrônico.

Mas, depois de alguns minutos, você nota que o ar-condicionado não é automático e a chave precisa ser usada para dar a partida no motor (como no tempo das F-1000). A multimídia também tem uma tela menor, ainda que nem tanto. É um visor de 10 polegadas (12 polegadas na Limited).

Tirando isso, a Ranger XLT oferece uma cabine tão bem acabada quanto a da Limited que testei no lançamento, lá na Argentina. Comparando com os outros modelos do segmento, oferece um nível de conforto bem elevado para uma picape média. Inclusive com saídas de ventilação para o banco traseiro.

A multimídia da Ranger XLT tem tela de 10 polegadas e é bem fácil de usar
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Equipamentos

Na lista de itens de conforto, a Ford Ranger XLT tem ar-condicionado com saídas para o banco traseiro, bancos de couro com ajustes elétricos para o motorista, coluna de direção ajustável, sensor de chuva, faróis de LED com acionamento automático, painel digital configurável, multimídia com tela de 10 polegadas e carregador de celular por indução.

A relação de itens tecnológicos e de segurança inclui sete airbags (frontais, laterais, de cortina e para os joelhos do motorista), assistente de descida de rampa, controlador automático de velocidade, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, alarme, alerta de colisão e frenagem autônoma, assistente de permanência em faixa, seletor de modos de condução e farol alto automático.

Na comparação com a Limited básica, ficam de fora a chave presencial, o ar-condicionado automático, a multimídia com tela de 12 polegadas, o monitor de pressão dos pneus, o navegador off-road e as opções "lama/terra" e "areia" no seletor de modos de condução.

Uma semana com a picape

Apesar do visual mais simples e da lista de equipamentos (um pouco) mais enxuta, o fato de a Ranger XLT ter o mesmo conjunto mecânico da versão mais cara faz com que a picape seja também muito boa para andar, se comportando de maneira idêntica à Limited.

O conjunto formado pelo motor V6 e pelo câmbio de dez marchas entrega respostas ágeis e um funcionamento muito suave. Combinado com o bom isolamento acústico da cabine, quase não se ouve o propulsor funcionando em velocidade de cruzeiro.

A direção, com assistência elétrica, é leve, direta e precisa. Ou seja: mais parecida com a de um carro de passeio do que de uma picape. A suspensão também merece muitos elogios: tem acerto macio e filtra bem as imperfeições do piso, reduzindo bastante aquela sensação de "pula-pula" típica do uso com caçamba descarregada.

O painel de instrumentos, com tela de oito polegadas, apresenta as informações de maneira clara
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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O quadro de instrumentos, de oito polegadas, é menos impressionante que o vistoso cluster de 12,4 polegadas da Ranger Limited mais completa. Mas faz tudo o que o outro faz, só que sem firulas. Diferentemente da multimídia, com tela de 10 polegadas, que parece tão grande quanto a da versão topo de linha. E ainda oferece a mesma qualidade de imagem e facilidade de navegação.

Os equipamentos que faltam na XLT não chegam a fazer diferença na convivência diária e no uso urbano. A única exceção é o monitor de pressão dos pneus, item que deveria ser de série também nesta versão, já que estamos falando de um veículo de carga...

O espaço interno e o conforto dos bancos são destaques dessa geração da Ranger
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Agora, se a ideia for fazer um uso mais extremo da picape, talvez valha a pena realmente investir na versão Limited, já que as opções adicionais do seletor de modos de condução e o navegador off-road realmente melhoram bastante a experiência em terrenos mais difíceis.

Mas eu uso o carro a maior parte do tempo na cidade. Então os equipamentos off-road não fariam diferença para mim. Aliás, o que incomoda mesmo é rodar no trânsito ou procurar uma vaga de estacionamento. São tarefas que demandam um pouco mais de esforço do que com um carro normal, ainda que essas picapes médias sejam pequenas perto de modelos como a Ford F-150.

A Ranger XLT agrada tanto quanto a versão mais cara, e custa R$ 30 mil a menos
Crédito: Ricardo Rollo/WM1
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Conclusão

A Ranger XLT está disponível por R$ 289.990. É o mesmo preço de concorrentes diretos como a Toyota Hilux SRV e um empate técnico com a Chevrolet S10 LTZ (R$ 289.900).

Se fica devendo alguns itens de conforto para as concorrentes, a Ranger XLT compensa com um conjunto motriz mais potente, com uma rodagem superior e pelo bom pacote de itens de segurança.

Sem esquecer a comparação com a Ranger Limited, a XLT até faz concessões para custar mais barato. Mas as qualidades essenciais dessa nova geração da picape média também estão presentes nessa versão mais acessível. Neste caso, dá para economizar os R$ 30 mil sem arrependimentos.