Ford Ka e Renault Sandero brigam cabeça a cabeça

Modelos brigam nas vendas, no preço, nos equipamentos e na preferência do comprador


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Por algum motivo que eu desconheço as pessoas adoram torcer em uma corrida de cavalos. O simples fato de um quadrupede disputar cabeça a cabeça com outro faz plateias inteiras delirarem desde os anos 1.600, quando o esporte foi inventado na Inglaterra. Os novos Ford Ka e Renault Sandero são, aparentemente, dois puros sangues feitos para o Turfe.

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Mês após mês, os dois disputam uma batalha ferrenha pelas vendas no mercado brasileiro. Em março, por exemplo, o primeiro ganhou por um nariz, ou melhor, por 194 unidades e ficou com a sexta posição no ranking total de vendas. Foi seguido de perto pelo Sandero, que figurou em sétimo com 7.957 veículos comercializados. É verdade que ambos estão bem atrás dos líderes Chevrolet Onix, Fiat Palio e Hyundai HB20, que venderam respectivamente 9.548, 9.232 e 9.100, mas a disputa entre o Ford e o Renault é, sem dúvida, uma das mais apertadas do páreo nacional.

Outros dados confirmam a aptidão para a rivalidade da dupla. Os dois são projetos novos, a terceira geração do Ka, por exemplo, foi lançada em agosto do ano passado, enquanto o Sandero (segunda geração) chegou apenas um mês antes, em julho. Além disso, as suas versões mais completas têm praticamente o mesmo preço.

O Ford com o pacote SEL sai por R$ 47.590 enquanto o Renault custa R$ 47.440, na versão Dynamique com o opcional Techno pack plus (R$ 1.800), que agrega sensor de estacionamento, sistema multimídia com GPS e tela de sete polegadas sensível ao toque e ar-condicionado digital.

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Foi justamente as versões mais completas destes dois modelos as avaliadas pelo WebMotors. Muitos poderiam dizer que o candidato mais adequado para encarar o Sandero seria o Fiesta, principalmente por conta do porte, mas em preço o modelo da Ford fica posicionado acima do Renault. O hatch parte de R$ 45.790 e chega a (salgados) R$ 58.990.

Vamos ao páreo

Na linha de partida, o Ford Ka pode parecer mais franzino. Porém, o modelo cresceu (e muito) nesta nova geração. Não chega a bater o rival, que é conhecido pela postura avantajada, mas fica próximo. No comprimento, por exemplo, o modelo da empresa americana mede 3,88 metros, já o projeto francês chega aos 4,06 metros. No entre-eixos, o Sandero abre vantagem com 2,59 contra 2,49 metros do Ka. Por fim, são 257 litros de bagagem no porta-malas de um contra 320 litros do outro.

Neste quesito não tem jeito, o corpo mais amplo do Renault se traduz em mais conforto a bordo para os ocupantes. Se por um lado é um fardo levar cinco pessoas no Ka, o mesmo não pode ser dito do Sandero. Sem contar a mala a mais que cabe no rival. Agora se o seu objetivo não é carregar a família para cima e para baixo, saiba que o Ford trata muito bem os ocupantes do banco da frente, além de caber melhor em vagas menores.

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A corrida começou com vantagem para o Renault, mas o Ford emparelha a disputa com os equipamentos de série. Somente o hatch do oval azul conta com controle eletrônico de estabilidade (ESC) e tração (TCS) e também assistente em frenagens de emergência (EBA). Sistemas normalmente encontrados apenas em veículos de categorias superiores.

Além disso, o Ka vem equipado com um útil assistente de partidas em rampas - o sistema impede que o veículo desça em uma rampa por alguns segundos. Por fim, o modelo foi o primeiro da marca a sair com botão de emergência, que entra em contato com o resgate em caso de acidente. Sem dúvida, houve uma preocupação grande com a segurança.

Se o Renault não poupou no espaço na carroceria, dá para dizer que na questão de equipamentos o modelo foi mais, digamos, racional. Entre os principais itens de série estão, ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, rodas de liga leve aro 15, computador de bordo, faróis de neblina e retrovisores elétricos. Todos pontos já contabilizados pelo rival.

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Para diminuir a diferença para o concorrente vale a pena investir no pacote Techno pack Plus, que, como dissemos acima, traz sensor de estacionamento traseiro (oferecido no Ka como acessório instalada na concessionária); ar-condicionado digital e sistema multimidia com GPS com tela sensível ao toque de sete polegadas. O opcional é fácil de manusear e traz um interessante medidor de economia, que apresenta dicas para o condutor reduzir o gasto com combustível. No uso do dia a dia, o condutor acaba adaptando o estilo de condução por causa do dispositivo.

Ainda nesta disputa entre os itens de série, o Ka traz o Sync Media  System, sistema multimídia que permite acessar comandos da agenda telefônica e música do seu celular por comandos de voz. O equipamento não é muito intuitivo, mas ajuda em uma série de tarefas.

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Cavalos paraguaios ou velocistas?

Em um páreo, não basta ter o melhor porte, o pelo mais vistoso e uma boa aparência, a tração e a estabilidade é que determinam o ganhador.

O Ford Ka entra na disputa com o propulsor 1.5L Sigma flex, que rende até 110 cavalos de potência com etanol (105 cv a gasolina) e 14,8 kgf.m de torque (etanol). Já o Sandero se apresenta com o motor 1.6L Hi-Power que, apesar da maior cilindrada, entrega menos cavalos, são 106 cv quando abastecido com o combustível vegetal. Já o torque máximo chega aos 15,5 kgf.m nas 2.850 rotações.

A antiga geração do Ka era uma referência para quem prezava por carros pequenos bons de curva e com motorização apimentada. O novo foi amansado nas reações, mas ainda traz a boa disposição para acelerar e o gosto por curvas. Os pneus 195/65 R15 garantem o sossego do motorista. Já os controles de tração e estabilidade agem apenas na eminência de uma das rodas girarem em falso.

Apesar das dimensões enxutas, é fácil encontrar a melhor posição para dirigir graças as regulagens de altura e distância tanto do banco quanto da direção, que é elétrica e muito bem adaptada para a proposta e peso do veículo.

O Sandero por sua vez é mais amigável em uma condução do dia a dia. Suas dimensões mais avantajadas e a suspensão com foco no conforto garantem um rodar suave. Os bancos poderiam ter melhor densidade e abas mais pronunciadas para cansar menor o motorista e segurar o corpo nas curvas, mas nada que esteja fora da proposta do veículo.

A linha de chegada está próxima e os dois competidores disputam centímetro a centímetro. O Sandero largou na dianteira por conta do melhor espaço interno, o Ka equilibrou  a disputa por conta dos equipamentos de série. Já na parte mecânica os dois seguem propostas distintas, porém ambas com bons resultados, cada uma a sua maneira. Certamente este embate explica porque o Ford e o Renault disputam compradores tão ferozmente.

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