Ele nem chegou, mas nós já testamos o novo SW4

Aceleramos a opção topo do SUV da Toyota, que na Austrália tem o nome de Fortuner


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O mercado de SUV continua em crescimento uma vez que mais e mais 'soft-roaders' e 'crossovers' são lançados. Mas a Toyota decidiu por outro caminho, lançando na Austrália o 'radical' Fortuner – que, entre nós brasileiros, é conhecido apenas com SW4 -, somente na versão a diesel. Os sete assentos dividem a maioria dos seus mecanismos de deslocamento com a picape Hilux e é lançado pela Toyota como um 4x4 para aqueles que realmente querem encara alguns verdadeiros off-roading. O preço no mercado australiano é competitivo (aqui ainda não sabemos quanto vai custar), a condução é convincente, o requinte da cabine está à frente da maioria dos concorrentes. Outro Toyota SUV campeão em vendas? Parece que caminha nesta direção.

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Então, a última coisa que o mundo precisa é de outra Toyota SUV. Concorda? Bem, talvez não. O novo Fortuner lançado recentemente não é típico da raça de SUV dos nossos dias, que muitas vezes é um automóvel de passageiros e, às vezes, nem mesmo com tração total. Ao contrário, o Fortuner tem sua base derivada da Hilux, que teve sua mais nova geração lançada recentemente também. Isto significa que o wagon de sete lugares pousa sobre um robusto chassi, alimentado apenas por um motor turbo 2.8 a diesel e tem verdadeira capacidade off-road como cortesia de um sistema parcial de tração nas quatro rodas, que inclui alta e baixa frequência e bloqueio do diferencial traseiro.

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Com preço a partir de 47.990 dólares australianos (cerca de R$ 136,7 mil) para a versão de entrada e chegando aos $59.990 (R$ 170,8 mil) na configuração topo de linha, o Fortuner se posiciona no segmento dos grandes SUV almejando atrair os gostos pelos primos mais próximos, o Holden Colorado7 (nossa Chevrolet Trailblazer), Isuzu MU-X,o Mitsubishi Challenger (nossa Pajero Dakar) e o Ford Everest - este um provável futuro SUV a ser comercializado aqui no Brasil já em 2016 (aguardemos).

Nós já publicamos um relatório completo sobre o Fortuner e preços. Os destaques estão por conta de sete airbags, câmera de ré, controles de estabilidade e de tração, controle de balanço de reboque, assistência no controle de arranque em subidas, Bluetooth e controlador de velocidade. A especificação mais requintada, que testamos, inclui também rodas de liga leve de 18 polegadas, sistema de navegação por GPS, rádio digital, ajustes elétricos do assento do motorista e bancos com detalhes em couro, entre outros. A previsão da Toyota é que a Fortuner ganhe 5 estrelas nos testes de segurança dos institutos australiano – por isso podemos pensar em algo muito semelhante para a SW4 brasileira, que começa a ser vendida aqui no início do 2016.

A Toyota está lançando o Fortuner para os compradores que procuram por algo com mais funcionalidade off-road, a flexibilidade do diesel e extra capacidade de reboque. Na verdade, com capacidade de reboque de até 3000 kg travado, o Fortuner chega a ser mais valente que o irmão Prado (2500 kg).

Assim, o Fortuner figura perfeitamente como um "grey nomad" especial (viajante(s) independente(s) por longo período dentro de seu próprio país, em caravana ou motor home), excursionando apenas em torno da Austrália. A boa notícia é que parece ser suficientemente requintado para o uso cotidiano em circunstancias menos aventureiras.

Não que você irá se deparar com muitos engarrafamentos ou zonas escolares em torno de Wilpena Pound na bela Cordilheira de Flinders, onde este primeiro teste aconteceu. Foi dado mais ênfase em estradas de terra incluindo algumas manobras off-road bastante desafiadoras – onde o Fortuner justificou o valor do seu imenso desenvolvimento dinâmico.

É um veículo bastante silencioso. Conduzindo em torno de 115km/h (e acima) por atalhos e autoestradas do Sul australiano, quase não se ouvia o motor, mesmo considerando a força do vento da carroceria ou o barulho de cascalhos sob os protetores.  Este é um avanço significativo em relação a experiência barulhenta que alguns chassis de SUVs podem fornecer.

É claro que houve algumas interferências, vibração notável fazendo tremer a alavanca de câmbio e o volante em virtude do motor a diesel, que também ficou um pouco mais evidente na medida em que se aproximava do seu limite de 4.500 rpm ou entrada em aclives.

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O desempenho do propulsor da nova geração é apenas bom, e não excelente. Tendo disponível até 45,8 kgf.m na opção com transmissão automática (42,8 kgf.m na manual), o Fortuner nunca se sente realmente forte como o turbo diesel 3.2 de cinco cilindros da Ford.

As seis velocidades da versão manual têm uma mudança limpa e é acoplada a uma embreagem com sistema de ponderação cooperativo. O recurso 'rev-matching' emite um comando ao motor em redução de marcha sem a necessidade de ação do condutor. Caso queira fazê-lo manualmente, basta desativá-lo.

A maior atração é a nova caixa automática que combina muito bem com o motor. A função Sport aguça a resposta e as borboletas no volante de direção são praticamente supérfluas.

Com uma taxa de consumo de combustível declarada de 8.6 l/100 km para a versão automática e um tanque de 80 litros, a autonomia teórica vai além de 900 km. Já na versão manual, 7.8 l/100 km poderia virar mais de 1.000 km.

Com configuração five-link de molas helicoidais na traseira substituindo o feixe de molas do Hilux (e, aliás, discos substituindo tambores de freios), o Fortuner entrega melhor controle de direção. Mas ainda tem garras afiadas e é inquieto nas mais inóspitas autoestradas. Ele é chamativo e até mesmo provocante, mas não tão intrometido a ponto de prejudicar um bom negócio.

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Isto era menos evidente em velocidades mais baixas em pistas de cascalhos, em que ambas as extremidades do carro absorveram com eficiência as intrusões e a direção hidráulica assistida sintonizada localmente respondeu de maneira apropriada. Existe certa lentidão no sistema que retarda um pouco a resposta na estrada, mas é preciso abrir mão disso para ter verdadeiro desempenho off-road.

Nestas condições, o sistema 4x4 do  Fortuner funciona impressionantemente bem. Ele encarou algumas subidas íngremes e rochas destroçadas sem fazer alarde. E tão importante quanto isso, foi o seu caminho de volta para baixo.

Em um percurso específico de baixo alcance em um leito de riacho, o Fortune poderia continuar impulsionando para a frente com duas rodas suspensas e dois raspadores para maior aderência, explorando a articulação adicionada que um chassi proporciona. No entanto, chassis também trazem consequências aos passageiros. O degrau de acesso à cabine é alto e em posição sentada na segunda e terceira fileira, os joelhos ficam bem apertados. A cabeça de um passageiro do meio, mesmo de altura mediana, escova o telhado. De maneira geral, a cabine é alta e estreita.

O espaço para os joelhos é bom se a segunda fileira de bancos for empurrada para trás, mas apertado quando posicionado à frente. Trazendo os bancos para a frente ajuda no conforto dos passageiros da terceira fileira – mas aqueles assentos seriam recomendáveis apenas para pessoas de baixa estatura. O acesso à terceira fileira é tombando os assentos da segunda ou pelo compartimento de bagagem. Os assentos da terceira fileira se dobram para as laterais da cabine.

O compartimento de bagagem é acessado por uma porta traseira motorizada em todas as categorias, mas é bastante básico. A altura da carga é elevada, enquanto a área do compartimento de bagagem comporta 200 litros, aumentando progressivamente de 1.080 litros a 1.702 litros quando apenas os bancos dianteiros em uso. O pneu sobressalente é de tamanho normal e montado sob o piso.

Fortuner tem alguns toques interiores de elegância como as saídas de ar condicionado localizadas ao alto na segunda fileira e as garras abaixo no B-pillar que auxiliam os passageiros de baixa estatura a subirem em seus assentos.

Mas existem também algumas desvantagens, até mesmo o Crusade tem controle de temperatura individual apenas frontal (embora seja também controlável na segunda fileira) e nenhum velocímetro digital como parte de seu display de informações entre o velocímetro e o tacômetro no painel de instrumentos.

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Os benefícios para o motorista estão no de ajuste do alcance e inclinação do volante, mas somente a versão automática oferece um apoio para o pé esquerdo. Os assentos dianteiros são planos e curtos em baixo da coxa, mas oferecem apoiador lateral reforçado.

Na prateleira central predomina uma tela de toque de sete polegadas. Como é moda atualmente, muitas das funções de acesso são via screen e não por botões ortodoxos. O único problema está na tendência em tocar no indicador errado pela instabilidade de uma estrada irregular. Compartimentos pela cabine é conveniente, sem ser um triunfo funcional.

Em torno do painel e assentos dianteiros há um pouco de miscelânea de materiais, linhas que se cruzam e design de múltiplos temas. O Fortuner tem uma similaridade básica com o HiLux, mas é especialmente no Crusade que aparenta e passa a sensação de significativamente melhor com o seu estofamento em couro juntando instrumentos com iluminação de fundo azul.

Acrescenta-se tudo isso a um Toyota SUV muito competente e de sucesso quase garantido na Austrália, considerando que o nosso apetite para ambos parece nunca ser saciado. Sim, é provavelmente mais em casa no interior do que no trânsito urbano, mas certamente um polivalente para sobreviver no trânsito da cidade, enquanto ajuda a aproveitar a vida no campo.

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