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Dobro de válvulas faz bem ao Renault Logan 1.6

Motor 16V de até 118 cv é potente e econômico, mas os R$ 56.400 pedidos pela versão Dynamique assustam


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Lukas Kenji
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A rixa entre os motores 8V e 16V não é de hoje. A discussão sobre a quantidade ideal de válvulas por cilindro dá pano pra manga desde 1990, quando os importados e seus propulsores robustos chegaram por aqui. Uns alegam que a primeira opção ‘morre’ em altas velocidades, outros rebatem e dizem que o bloco multiválvulas é ruim de arrancadas.

Tudo isso é verdade. Mas quem costuma torcer o nariz para blocos multiválvulas devem rever seus conceitos ao depararem com o novo motor 1.6 16V SCe, que equipa o Renault Logan. Ele é 21% mais econômico do que o motor antecessor e 17,3% mais potente, se considerarmos a combustão a gasolina.

Ele ainda passa a impressão de ser preguiçoso para sair da inércia, mas não é nada que traga dor de cabeça, tanto é que o Logan pode chegar aos 100 km/h em menos de 10 segundos (exatos 9,9 s) e à velocidade máxima de 186 km/h, quando abastecido de etanol.

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Isso porque a potência subiu de 106 cv para 118 cv – e de 98 cv para 115 cv, com gasolina – entregue 5.500 rpm. Já o torque de 16 kgf.m surge aos 4.000 giros. Por ter pico de força em giro alto, subidas ainda devem ser enfrentadas com a segunda marcha. Por outro lado, retomadas em alta na estrada são ágeis.

Embora trabalhe com regime de altas rotações, o motor não é barulhento. Na verdade, emite um ruído agudo que não chega a incomodar.

O Logan 1.6 16V transmitiria uma melhor sensação ao guiar se tivesse um câmbio à altura. Entretanto, como não mudou, a caixa manual de cinco velocidades continua com engates longos e imprecisos.

Mas até quem mudou, não fez tanta diferença. Pelo menos, na dinâmica de dirigir, a direção eletro-hidráulica (antes, era totalmente mecânica) ainda é pesada. E isso também tem a ver o layout bruto dela, que é relevante na experiência de guiar. Por outro lado, o novo sistema com auxílio elétrico reduz o consumo de combustível em até 3%.

Receita da economia

O bloco feito em alumínio (30% mais leve), o duplo comando de válvulas variável na admissão e os pistões e anéis de baixo atrito também ajudaram a promover a eficiência energética no modelo que conquistou nota ‘A’ no Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro. O sedã pode fazer 13km/l e 8,8 km/l em ciclo urbano e 13,8 km/l e 9,5 km/l na estrada, sempre na ordem gasolina e etanol.

Também contribui com esse desempenho o sistema ESM, capaz de regenerar energia durante a desaceleração do carro. Neste momento, o alternador manda a energia para a bateria que está em carga máxima pronta para a hora que o motorista volta a acelerar, não precisando consumir mais combustível. De acordo com Renault, esse sistema permite consumo até 2% menor.

Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
Crédito: Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
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Outra solução foi a adoção ao sistema start/stop. Basta colocar o câmbio na posição neutra e tirar o pé da embreagem para o motor desligar em faróis ou no trânsito inconstante das grandes cidades. É só relar na embreagem novamente para o propulsor voltar a trabalhar. A Renault diz que o sistema possibilita economia de até 5%. Mas se o motorista se incomodar com o ruído e o tranco corriqueiro da ignição, basta apertar um botão ao lado esquerdo do painel para desligar o componente.

Preço assusta

 Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
Legenda: Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
Crédito: Renault Logan Dynamique 1.6 16V SCE
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Embora o motor 1.6 SCe seja um bom produto em termos financeiros, o preço de tabela do Logan Dynamique com este motor não é nada animador. Por R$ 56.400, a versão é mais cara do que as configurações equivalentes dos seis concorrentes mais vendidos do segmento. – não é à toa que o sedã compacto é o sétimo neste ranking, com 23.707 unidades vendidas no acumulado de 2016, segundo a associação das concessionárias, a Fenabrave.

O fato de o motor ser potente e econômico acaba não fazendo muita diferença, até porque os rivais também têm nota ‘A’ no Inmetro, exceto o Fiat Grand Siena, que tem nota ‘C’ e sai por R$ 55.950 na versão Essence 1.6.

A potência dos modelos também é semelhante, sendo que três deles também adotam propulsores com 16 válvulas. São eles o Toyota Etios 1.5 XS (R$ 53.250), Ford Ka+ 1.5 SE (R$ 50.490) e o mais potente deles, o Hyundai HB20S 1.6 Comfort Plus de 128 cv (R$ 55.345).

Também vendem mais e são mais em conta do que o Logan o líder Chevrolet Prisma LT 1.4 (R4 54.890) e o Volkswagen Voyage Comfortline (R$ 53.554).

E não ache que o preço superior aos R$ 56 mil do Logan garante um pacote de itens de série vasto. Há os “obrigatórios” ar-condicionado, rádio com USB e bluetooth e trio elétrico, além de rodas de liga leve de aro 15”, faróis de neblina volante com revestimento em couro com comandos de rádio na parte traseira. O diferencial acaba sendo mesmo o sistema start/stop e o controle de cruzeiro. Mas há ausências relevantes como a central multimídia e o sensor de estacionamento, ambos opcionais.

Por outro lado, o Renault Logan 1.6 Dynamique tem um valor de seguro bastante competitivo. Foi possível encontrar uma apólice de R$ 1.434,54 no AutoCompara, considerando como perfil um homem de 45 anos, casado, com garagem no apartamento e no trabalho, residente na Zona Sul de São Paulo.

Revisões a preço fechado

1ª Revisão

R$ 259

2ª Revisão

R$ 510

3ª Revisão

R$ 446

4ª Revisão

R$ 654

5ª Revisão

R$ 446

6ª Revisão

620

Conclusão

No final das contas, o Logan teve uma otimização relevante com o novo motor, que realmente é mais potente e econômico, e que promove uma boa dinâmica de dirigir. Por outro lado, a melhora não justifica o valor mais superior do que quase todos os concorrentes, mesmo que tenha a exclusividade do sistema start/stop, até porque os rivais têm níveis de eficiência energética semelhantes e diferenciais como central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay (caso de Prisma [de série] , HB20S e Voyage) ou assistente de partida em rampa e controle de tração (disponível no Ka).

Mas o sedã compacto da Renault continua sendo uma boa opção para famílias que precisam de espaço. Já faz tempo que o modelo de 4,39 metros de comprimento, 2,63 m de entre-eixos e porta-malas de 510 litros é destaque neste quesito.

Ancora: Conclusão Score

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