Challenger é o que falta para a Dodge no Brasil

Marca estuda trazer esportivo e nós ficamos tão curiosos que fomos testá-lo em Las Vegas


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Ricardo Sant'Anna
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(de Las Vegas, EUA) Fale em Dodge para um amigo apaixonado por carros e ele certamente lembrará os esportivos das décadas de 60 e 70. A dupla Charger e Dart consagraram a marca no Brasil. O segundo auge veio na década de 90 com as picapes grandes Dakota e Ram, até que a primeira foi aposentada e a segunda ganhou marca própria. Hoje a Dodge perdeu um pouco de sua identidade no Brasil e oferece apenas os utilitários Journey e Durango.


Nos Estados Unidos, seu país de origem, a história é diferente. O catálogo é bem mais atraente e inclui nomes consagrados como Charger, Dart, como sedãs é bem verdade, e a estrela da marca, o esportivo Challenger. Ele nasceu para ser concorrente da dupla Camaro e Mustang e assim o faz até hoje. O Chevrolet é um sucesso de vendas no Brasil se levarmos em consideração o alto preço, enquanto o Ford está programado para chegar ao Brasil ainda neste ano. Que tal o Challenger?


A marca não confirma, mas WebMotors apurou que sua chegada está mais perto do que nunca - em nosso catálogo, é possível encontrar o modelo por meio de importação independente a partir de R$ 200 mil.  Mas antes disso, fomos conhecer melhor o esportivo em Las Vegas, nos Estados Unidos. A versão escolhida foi a intermediária SXT Plus, oferecida por 33.975 dólares, algo em torno de R$ 92 mil se convertido diretamente e sem impostos. Vale lembrar – sim, mais uma vez falamos sobre a grande diferença de preços entre Brasil e EUA – que o seu concorrente Camaro é oferecido no Brasil a partir de R$ 227.746.




Estilo útil

O Challenger passou por uma reestilização em maio do ano passado. Suas linhas retrô foram mantidas s e as novidades aparecem nos detalhes, como nos faróis de led de colocar medo nos retrovisores e nas lanternas traseira, agora em duas peças – antes era inteiriça. O modelo não é tão agressivo quanto o Camaro, mas apresenta um conjunto bastante harmonioso.


Esta versão traz ainda um jogo de rodas de 20 polegadas com largos pneus 245/45  – o SXT de entrada vem com rodas de 18. Ela casou bem com o conjunto do Challenger. São 5,03 m de comprimento e 1,92 m de largura. Basta abrir a porta e o Dodge mostra vantagem em relação aos concorrentes. Diferente de Camaro e Mustang, o Challenger é mais alto – são 1,46 m contra 1,37 m do Chevrolet, por exemplo. Isso facilita o acesso ao espaçoso interior do cupê e o torna um carro mais fácil de utilizar do que o Camaro. Isso porque ao cesso ao concorrente é baixo e incomoda ao ser feito repetidas vezes.   


O modelo continua agradando no uso, sobretudo pela ergonomia e o espaço interno. Embora seja o menos estiloso do trio, já que não tem instrumentos ou linhas retrôs no painel e console, é o mais fácil de usar. O freio de estacionamento está ao lado dos pedais, proporcionando espaço no console, onde vai a pequena alavanca de câmbio. Detalhes em aço escovado dão ainda mais requinte ao cockpit. A central multimídia UConnect com  tela de 8,4 polegadas merece elogios pelo navegador preciso e que monitora o trânsito em tempo real, além de acesso à internet e diversos aplicativos.




O acabamento também merece elogios pelo requinte. O que tem de plástico é de boa qualidade e o revestimento dos bancos em couro vermelho é o toque final de charme. O modelo ainda oferece mimos como aquecedor de bancos e volante, câmera de ré, abertura das portas sem tocar na chave e até mesmo partida do motor externa. Apenas duas pessoas sofrem a bordo do Challenger, são os passageiros do banco traseiro que desfrutam de um espaço ruim para a cabeça, mas bastante razoável para as pernas. O porta-malas não é tão alto, o que dificulta o encaixe de malas grandes, mas tem boa capacidade: 458 litros.


Tamanho não é documento

A boa impressão do Challenger continua quando se dá a partida no motor. E se foge às tradições do V8 (disponível somente na versão topo de linha R/T), o 3.6 Pentastar V6 dá conta do recado com seus 309 cv de potência e 37 kgfm de torque. É o mesmo propulsor utilizado pelo sedã grande 300 C, mas com 23 cv a mais.


Ok, sejamos sinceros, o ronco encorpado de um V8 empolgaria muito mais do que o abafado som deste V6, mas o Pentastar dá conta do recado, afinal são mais de 300 cv. Embora pesado, o Challenger segura bem a onda na cidade sem beber tanta gasolina. Isso também é mérito da moderna transmissão automática TorqueFlite de 8 velocidades. É ela quem mantém o giro do motor baixo e suave no rodar da cidade, a maioria de nosso percurso de teste. A montadora diz que a economia de combustível em relação ao modelo anterior é de 11%.




Mas é preciso cair nas Freeways, as famosas vias rápidas norte-americanas, para saber que o Challenger dá conta do recado. Para as ultrapassagens, porém, é melhor acionar o modo Sport do câmbio e trocar as marchas de modo manual através da alavanca. O modelo responde muito bem e prova disso é o tempo que leva para ir de 0 a 100 km/h é pouco acima dos 6 segundos.


A suspensão se mostra mais firme que a do Camaro mesmo com a altura maior que a do concorrente e o Challenger é o verdadeiro carro americano. Suporta muito bem os buracos, até mesmo com as rodas de 20 polegadas e mantém a carroceria com pouco balanço nas curvas mais fores. Claro, não se comporta com a firmeza de um esportivo alemão, mas causa inveja no grandalhão Camaro.


Se ele virá ainda é uma dúvida, fato é que a Fiat Chrysler Automobile já encomendou uma unidade do Challenger Hellcat, o Dodge mais potente de todos os tempos com 717 cv. Este servirá para testes e ações da marca. Com o Camaro consagrado no Brasil e a chegada prevista do Mustang, nossa opinião é que um convidado a mais para a festa não seria má ideia. Se é por falta de convite, que venha o Challenger!

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