Andamos de Tesla com app semelhante ao Airbnb

Chamado de Turo, aplicativo permite compartilhamento de carros

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Carina Bufalos
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Quanto tempo por dia seu carro fica parado em um estacionamento? Agora imagine se, durante essas horas, você pudesse ganhar uma grana extra alugando o veículo para uma outra pessoa. É o que muita gente vem fazendo no Vale do Silício, nos Estados Unidos, utilizando o serviço que é considerado uma espécie de “Airbnb” dos automóveis – um aplicativo que conecta quem precisa de um carro com quem quer deixar o seu disponível para uso durante alguns períodos.


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A utilização é muito simples: basta baixar o aplicativo em seu smartphone e procurar o carro mais próximo da sua localização. É possível alugar o veículo escolhido por apenas uma hora, por um dia ou por uma semana – depende apenas da disponibilidade do veículo e da aprovação do dono. Você não precisa se preocupar com o seguro, e os preços variam de acordo com o modelo.

No Vale do Silício, os aplicativos mais populares são o Get Around e o Turo, que tivemos oportunidade de testar durante a nossa viagem. A diferença entre os dois é que, no Get Around, os carros trazem uma sinalização (espécie de adesivo na carroceria, com o nome “Get Around”, indicando que o carro está disponível no app) é possível destravar o carro alugado pelo próprio aplicativo.

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Já no Turo, você troca mensagens com o dono e combina um enc​ontro para buscar o veículo. Logo de início, a grande vantagem do serviço é poder encontrar uma gama enorme de opções próximas da sua localização, além da flexibilidade de horários. Para a nossa surpresa, encontramos um Tesla Model S 2015 próximo de onde estávamos, disponível já para o dia seguinte.  


Em busca do Tesla

Depois de preencher os dados de perfil e enviar todas as informações necessárias para checagem do aplicativo, como dados pessoais, fotos da carteira de habilitação e passaporte, fomos aprovados para utilizar o serviço.

Apesar dos vários passos para obter a aprovação de utilização, o processo é muito simples. E o pagamento pode ser feito por cartão de crédito – em nosso caso, US$ 311 pelas 24 horas com o Tesla.

O segundo passo foi enviar uma mensagem ao dono do carro – somente após a aprovação dele o Tesla foi liberado. Por mensagens dentro do próprio aplicativo, combinamos um ponto de encontro – auxiliados pelo próprio mapa do app, que indicava a sua posição.

US$ 311

US$ 50 mil

319 cv

preço da diária do Tesla

valor básico de um Tesla nos EUA

potência da versão testada



Segundo o dono do veículo, o engenheiro de software Aaron Lee, compartilhar o próprio carro é uma grande experiência. “Acho importante que outras pessoas tenham a oportunidade de conhecer o carro elétrico”, disse, logo que nos encontramos. Ele começou a utilizar o serviço para ganhar uma grana extra, mas também pegou o gosto de aumentar sua rede de relacionamentos. “Eu sempre gosto de conhecer as pessoas que vão usar meu carro, já conheci gente de diferentes Estados, é muito legal”.

Nos dias em que aluga o Tesla, seu único carro, o Aaron vai de Uber para o trabalho. Ele tem um Model S, o sedã elétrico que virou sensação nos Estados Unidos e que não custa menos que US$ 50 mil.


Durante nossa estadia em San Francisco, era comum ver pelo menos 10 modelos deste por dia, nas ruas. Para entender um pouco mais do fenômeno Tesla, basta lembrar que já há mais de 400 mil reservas para o Model 3, elétrico que ainda nem foi lançado - e que também foi anunciado para o Brasil.

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O Model S do Aaron é a versão básica, chamada de Model S 60, equipada com motor elétrico com potência equivalente a 319 cv – o modelo topo de linha, com pacote de performance (P90D) chega a 539 cavalos de potência, e acelera de zero a 100 km/h em 2,8 segundos. 


Autopilot

Apesar de ser modelo 2015, o Tesla do Aaron já veio de fábrica com todo o hardware necessário para as últimas atualizações de software da marca, que incluem o sistema autônomo Autopilot, que permite que o carro tenha alguns comandos autônomos, como mudar de faixa em uma rodovia, e reduzir a velocidade ao identificar obstáculos, como no piloto automático adaptativo (ACC), disponível em carros de luxo.

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No último final de semana, os Estados Unidos registraram o primeiro acidente fatal com um motorista que utilizava o Autopilot.


A utilização do Autopilot é bem simples, e funciona de maneira semelhante aos sistemas de piloto automático. Por uma alavanca ao lado esquerdo do volante, você pode acionar o piloto automático convencional e, em seguida, puxando a alavanca mais uma vez, você coloca o Tesla em modo autônomo. Com a velocidade de cruzeiro previamente estabelecida, você não precisa acelerar, frear ou conduzir o volante.


Porém, assim que o sistema é acionado, um símbolo (pequeno volante) fica azul no painel de instrumentos, e uma mensagem grande na tela dá o alerta: “Por favor mantenha as mãos próximas ao volante”. Isso porque, para funcionar 100%, o sistema autônomo depende de uma série de informações externas.

O Tesla combina uma série de elementos - radar, sensores, câmera frontal, GPS e mapas de altíssima resolução – para fazer a “leitura” da pista. Porém, nos lugares em que a pista não está totalmente demarcada, ele perde essa leitura – e indica a perda no painel de instrumentos (a borda da pista perde a cor azul).

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Tivemos a experiência de perder completamente o sinal da pista quando estávamos na faixa da direita perto de uma saída da rodovia – nesse momento o sistema não conseguiu identificar que continuaríamos na autopista, já que a faixa não tinha a demarcação do lado direito, e perdeu totalmente sua “inteligência” autônoma. Por isso é importante estar sempre alerta e preparado para assumir o controle do veículo.


Depois das 24 horas com o Tesla, entregamos o elétrico do Aaron no mesmo local combinado, devidamente “carregado” – e durante todo o período ele pôde acompanhar nosso trajeto pelo mapa do aplicativo. Saiba tudo sobre autonomia, carga de bateria e experiência ao volante do Tesla.

No Brasil

Aqui no Brasil já há opções de aplicativos semelhantes ao Turo, como o Fleety, um app criado por uma startup de Curitiba, que além da cidade paranaense, pode ser utilizado em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro, mas que ainda não tem tantos veículos cadastrados. Em São Paulo, a diária de um Fiat 500 2012, por exemplo, custa R$ 110. A hora custa apenas R$ 15 – o que pode tornar o serviço até mais atrativo que o Uber, por exemplo, dependendo do modelo, período e trajeto escolhidos.

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