Carro elétrico dá menos manutenção?

Especialista fala sobre diferenças de tempo e preço das revisões dos modelos eletrificados em relação aos convencionais

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Lucas Cardoso
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Já falamos aqui sobre as diferenças mecânicas entre os carros elétricos e a combustão. Em resumo, saem de cena bloco, cabeçote, pistões, correias, além de outras centenas de peças, e entra um sistema bem mais simples, que consequentemente é mais resistente.

Pelo menos é o que podemos prever com base nas projeções de manutenção dos modelos movidos a energia elétrica, em relação aos carros convencionais. Em alguns casos, a primeira revisão de um elétrico só será feita em dois anos, contra um ano dos modelos "normais". Mas porque isso acontece?

Para responder a essa pergunta, voltamos a consultar o engenheiro diretor do Grupo de Infraestrutura e integrante do Conselho Diretor da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), Ricardo Gomes.

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Cc Icar Inovador
O Caoa Chery ICar sem a carroceria: primeira revisão do modelo custa apenas R$ 177,32
Crédito: Divulgação
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Segundo o especialista, a maior variação acontece pela menor necessidade de reparo nos motores elétricos. Diferentemente dos carros térmicos, os modelos empurrados por baterias só têm checagens ou trocas de itens menos complexos, como fluidos e filtros.

"Sem a complexidade dos motores a combustão, o plano de revisão tende a englobar esses componentes, que também estão presentes nos demais carros não elétricos. O que acaba tornando tudo, em média, mais em conta", explicou.

Um exemplo disso é a lista de revisões do elétrico de "entrada" do nosso mercado. - o Caoa Chery iCar, que custa R$ 119 mil. A primeira revisão do modelo, feita aos 10 mil quilômetros, custa módicos  R$ 177,32, Nela, são são checadas 340 peças, sem nenhum reparo programado.

Para fins de comparação, a primeira revisão em um Fiat Mobi, que também é um subcompacto, custa R$ 500 e já prevê a troca do óleo do motor.

Nada de bancar o mecânico

Se os elétricos ganham por um lado, perdem por outro. Com a chegada desses automóveis, são grandes as chances de vermos o fim dos reparos feitos em oficinas improvisadas na garagem de casa. Isso porque, segundo Roma, a alta tensão do sistema eletrificado torna os serviços mais perigosos, especialmente para quem não tem conhecimento e/ou capacitação.

"As partes em laranja em um veículo elétrico indicam que são áreas de alta tensão. Isso requer cuidados especiais ao fazer qualquer tipo de trabalho ou intervenção. A alta tensão presente nessas partes pode ser perigosa e apresentar riscos significativos de choque elétrico se não forem manuseadas adequadamente", alertou o engenheiro.

Quando o assunto é carro elétrico, a indicação sempre é procurar uma oficina especializada autorizada ou concessionária.

"Se você não tiver experiência ou treinamento específico nos sistemas elétricos destes veículos, não é recomendável realizar reparos ou intervenções nessas partes. Procure assistência de profissionais qualificados", alerta ele.

C3 Elétrico F1
O especialista recomenda que o carro elétrico fique plugado na tomada quando não estiver em uso
Crédito: Divulgação
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Cuidado com a bateria

Sobre a bateria, que é o coração dos carros elétricos, o especialista fala que, se usada da maneira certa, tende a durar muito e perder pouco de sua capacidade.

"Sempre que possível evite esgotar completamente a carga da bateria. Manter uma margem de carga residual (geralmente entre 20% e 80%) ajuda a preservar a vida útil da bateria", explicou.

Outra dica do engenheiro é sobre outro hábito de uso dos elétricos. Mesmo sem uso, é indicado que o carro fique plugado à tomada.

"Isso mantém o sistema de gerenciamento eletrônico da bateria sempre ativo e sustentando a carga na faixa ideal", conclui.