Poucas são as privilegiadas pessoas que podem considerar a compra de uma Ferrari. Menos ainda são aquelas que podem comprar a F12tdf, modelo topo de linha com produção limitada a 799 unidades. E pro raríssimo ser humano que acha o modelo comum demais, existe a divisão Special Projects da marca.
E foi lá que nasceu o veículo que vemos nas fotos, a SP275 RW Competizione. Construída sobre o chassi da F12berlinetta, apenas com a bitola traseira mais larga, toda a eletrônica e o powertrain vieram da tdf. Ou seja, o V12 de 780 cv (atingidos a orgásmicos 8500 RPM!) e 71,8 kgf.m acoplado à famosa e cada vez mais feroz transmissão de dupla embreagem de 7 marchas da marca.
Os itens que contemplam a eletrônica da F12 doadora são: F1-Trac (controle de tração), E-diff (diferencial traseiro de terceira geração), ESC (controle de estabilidade), SCM (controle eletrônico de suspensão) e o Virtual Short Wheelbase, que nós conhecemos como eixo traseiro esterçante (por isso a extensão da bitola traseira).
A inspiração para o design, executado pela tradicional Pininfarina, veio de um modelo obscuro da história da marca que existiu entre 1965 e 1968, a 275 GTB Competizione. As linhas agressivas das irmãs F12 deram lugar à elegância e simplicidade dos cupês da década de 60, e os detalhes mais marcantes da homenagem são as "guelras" nos paralamas dianteiros, na coluna traseira o nos paralamas traseiros
Duas unidades foram produzidas com a intenção de que se tornasse a nova "berlinetta" da marca, mas Enzo Ferrari não aprovou a ideia. Posteriormente, os modelos foram modificados para competição (o commendatore era obstinado), e participaram da Targa Florio, dos 1000 Km de Nürburgring e das 24 Horas de LeMans de 1965, corrida essa na qual a equipe Ecurie Francorchamps levou o modelo à vitória da categoria GT, e ao terceiro lugar geral. Em 1966 algumas unidades foram produzidas para clientes selecionados.
Por isso podemos ter certeza de que o cliente é um apaixonado pela história da marca, e felizmente ele possui os meios para realizar esse desejo. Uma coisa nós temos em comum...
Por Lucas Cravo