Strada vs. Saveiro: comparativo completo entre as picapes pequenas

Strada leva certa vantagem sobre a Saveiro quando se fala em “off Road”, mas a alemã tem características que deixam disputa acirrada
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- “De todos os comparativos técnicos que já publicamos, este é sem dúvidas o que mais deixou dúvidas, pois são automóveis com apelo similar, porém, nada mais próximo. Então, por que deixou tanta dúvida? Porque se trata de picapes leves, veículos versáteis com amplo espectro de utilização”, explica o editor do Jornal Oficina Brasil, Alexandre Akashi.

Assim, na briga pela preferência do consumidor, o Fiat Strada Adventure Locker e o Volkswagen Saveiro Cross travam verdadeira batalha de gigantes, pois são veículos que têm objetivos comuns, porém propostas totalmente diferentes.

No lado italiano, Strada Adventure Locker carro com nome próprio e dois nomes de família abusa do apelo off road, com suspensão elevada montada sobre feixe de molas na traseira, pneus de uso misto, quadro de instrumentos com inclinômetro e bússola, e claro, bloqueio de diferencial. Já o Volkswagen é mais modesto, mais automóvel de passeio com apliques off road, mas bem equilibrado visualmente, que conferem ao modelo um toque de esportividade. A posição de dirigir é mais agradável para quem prefere conduzir com as pernas mais esticadas e dispensa um banco nas alturas, quase sentado como em uma poltrona. Porém, para quem prefere assim, o sistema de regulagem de altura do banco possibilita esta escolha.

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Então, qual escolher? O que aparentemente vai melhor na terra ou o que tem mais vocação na cidade? Pelo preço, o Fiat perde. Custa, segundo tabela Fipe, R$ 47.274, contra R$ 44. 403 da Saveiro. Porém, a Strada tem como item de série o sistema de bloqueio de diferencial Locker das rodas dianteiras, que na cidade, no asfalto, não serve para nada, mas na terra, pode ser uma mão na roda em situações de pouca aderência em uma das rodas tratoras.

Assim, é importante ter em mente a necessidade e o foco de utilização do veículo antes de decidir qual é o melhor.

Powertrain

O Fiat vem equipado com motor da parceria com a GM, de 1.8 litro, com 8 válvulas, bicombustível gasolina/álcool, injeção Delphi, que confere potência de 112 cv/114 cv a 5.500 rpm gasolina/álcool e torque máximo de 17,8 kgfm/18,5 kgfm a 2.800 rpm gasolina/álcool. O motor é o mesmo do Punto Sporting, avaliado na última edição do jornal Oficina Brasil, porém com 1 cv a menos do hachtback compacto. Esta diferença é resultado de uma calibração diferenciada.

Já a Saveiro vem com um motor 1.6 litro, com 8 válvulas, bicombustível gasolina/álcool, injeção Bosch ME 7.5.30, que desenvolve 101 cv/104 cv de potência a 5.250 rpm gasolina/álcool e torque máximo de 15,4 kgfm / 15,6 kgfm gasolina/álcool.

Apesar de o motor do Volkswagen ser menor e desenvolver menos potência e torque do que o Fiat, ambas andam igual e tem consumo relativamente similares. Isso ocorre porque a relação de marchas da Saveiro é mais longa do que a Strada. Na arrancada, o Fiat sai ligeiramente na frente, mas é rapidamente alcançada pela Saveiro, que tem mais final.

No final das contas, o conjunto powertrain do Volkswagen é mais eficiente, pois consegue obter os mesmos resultados com um motor de menor capacidade volumétrica.

Undercar

Por baixo da carroceria, o projeto da Fiat é bem distinto do Volkswagen, com destaque para o eixo Ômega, na traseira, sustentado sobre mola em feixe, ao invés de mola helicoidal, como apresentado na Saveiro.

O feixe de mola garante robustez e deixa o carro com suspensão mais firme, mais apropriada para o uso de carga. Descarregada, porém, perde um pouco em estabilidade em relação às molas helicoidais, presentes na Saveiro.

Mas, se a intenção é o uso para transporte de mercadorias, a Strada leva certa vantagem, pois tem maior volume de caçamba e capacidade de carga de 685 kg contra 661 kg da Saveiro. A diferença não é grande, mas existe. Na dianteira, ambos veículos apresentam suspensão independente, tipo Mc Pherson, bandeja e barra estabilizadora, com molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Nada muito complexo.

Os freios são a disco ventilado na dianteira e a tambor na traseira, ambos com sistema antitravamento de roda ABS opcional. O Fiat sai com discos de 284 mm de diâmetro, enquanto o Volkswagen tem discos de 256 mm de diâmetro.

O sistema a tambor na traseira é de 228 mm na Strada e 230 mm na Saveiro. Ambos apresentam também sistema de distribuição de frenagem.

O conjunto de rodas são de liga leve de 15 polegadas em ambos veículos, porém no Fiat tem medida 5,5JX15 enquanto na Saveiro é de 6JX15. A largura dos pneus também é idêntica: 205, mas a altura na Strada é maior 70% contra 60% da Saveiro. Mais uma vez, a Strada demonstra maior aptidão para rodar em estradas acidentadas e o Volkswagen a busca da esportividade cross.

Por dentro

Os veículos escolhidos para este comparativo são picapes leves com cabine estendida, o que pressupõe espaço extra na cabine para acondicionamento de pequenas bagagens. O projeto da Fiat comporta até uma pessoa sentada entre os bancos, porém não é recomendada esta ação, pois além de o passageiro andar desconfortável, o condutor pode ser multado.

Na Saveiro, o destaque é para a rede de proteção da carga no painel traseiro da cabine e as tomadas de 12V na lateral direita atrás do banco do passageiro, além, claro, da disponibilizada no console central.

O acabamento é espartano em ambas, mas não deixa a desejar. Durante a avaliação, o forro interno da Saveiro apresentou barulho excessivo, principalmente após atingir 90 km/h. em uma averiguação, descobrimos que o lado direito estava com folga o que provocava o ruído estranho.

Por fora

A Strada é mais alta que a Saveiro, tem 200 mm de altura mínima do solo contra 181 mm da concorrente alemã. Isso garante ao Fiat a percepção de maior estatura. Em estilo são bem diferentes. A Saveiro é mais esportiva, enquanto a Strada, mais Country.

Na caçamba, ambas apresentam tampa removível, porém a Saveiro leva vantagem de carregar o estepe em baixo da carroceria, enquanto o Fiat rouba espaço no compartimento de carga. Há a opção de levar o estepe dentro do carro, atrás do banco do motorista, porém neste caso o espaço na cabine estendida fica comprometido.

Ao volante

Apesar de ambos serem picapes leves, a proposta de cada um é diferente do outro. Inclusive na forma de condução. O posicionamento do motorista ao volante na Strada é mais alto, dirige-se sentado, com o corpo projetado para frente. O volante tem regulagem de altura, mas não tem de profundidade e o banco só apresenta regulagem de distância dos pedais e encosto lombar.

Já a Saveiro, com a proposta mais esportiva, tem um posicionamento de condução mais agradável para quem gosta de dirigir com as pernas mais esticadas. Além disso, proporciona o ajuste ideal entre a distância de braços e pernas graças ao volante escamoteável na vertical e horizontal, assim como o banco do motorista. Em outras palavras, tem ajuste de altura e profundidade no volante e no banco do motorista.

Em testes dinâmicos, a falta de peso na traseira de ambos veículos mostra a tendência de rabear em curvas mais acentuadas e prolongadas, como nas alças de acesso a avenidas, apesar de a tração ser dianteira.

Mais leves do que os carros de passeio, as picapes tendem a ganhar velocidade mais rápido. Tanto na Strada quanto na Saveiro esta sensação foi muito bem percebida. Porém, mesmo com a capota marítima, a tendência de ‘sambar’ a traseira é grande quando descarregadas, principalmente a 120 km/h.

A relação de marchas mais longa da Saveiro mostrou ser bem vinda. A 120 km/h o conta-giros marcava pouco mais do que 3.000 rpm, contra os 3.500 rpm da Strada. Isso pode refletir em melhor consumo e nível de ruído.

Infelizmente, a Volkswagen economizou na Saveiro e não instalou forro acústico no capô do carro. Assim, o nível de ruído do motor não foi tão beneficiado com a relação mais longa de marcha.

Em performance, os dois carros cumpre bem o objetivo para que foram propostos. Na cor laranja, a Saveiro Cross chamou bastante atenção na rua, ao ponto de um motorista parar o trânsito para questionar se a concessionária dispõe desta cor. A resposta é sim, tem para vender, porém custa R$ 1.740 a mais do que uma normal preta, vermelha, branca ou cinza.

Este comparativo não seria completo se deixássemos de comentar sobre o sistema de bloqueio de diferencial Locker da Strada. O sistema em si não é grande novidade, pois existe há anos. Ocorre, porém, que a Fiat ainda é a única montadora a oferecer este dispositivo como item de série em um veículo de pequeno porte, com tração 4x2 dianteira.

Em uso urbano, o Locker não tem utilidade nenhuma, pois dificilmente haverá perda de tração em apenas uma das rodas, porém, quem tem um sítio ou chácara e costuma enfrentar trechos de estrada de terra, o Locker pode ser útil um dia, caso uma das rodas fique travada e a outra comece a patinar.

O motorista deve se atentar, no entanto, ao fato de o bloqueio de diferencial não ser uma tração 4x4 e que não adianta entrar em atoleiros com a esperança de sair, pois se ambas as rodas tratoras patinarem com o Locker ligado, o máximo que vai acontecer é o carro cavar um buraco bem fundo, a cada acelerada.

Por medida de segurança, o Locker destrava automaticamente quando a velocidade nas rodas atinge 20 km/h, independente delas estarem tracionando o veículo, ou patinando. Este dispositivo impede que o motorista saia dirigindo por ai com o bloqueio acionado, o que seria catastrófico para o sistema de direção em situações de curva.Manutenção

Na média, os custos de manutenção dos dois veículos são muito próximos apesar de haver algumas discrepâncias em determinados sistemas, como o de freios. Dos 25 itens pesquisados na cesta básica de peças, o placar é de 13 x 12 para a Strada, porém, na somatória dos preços, a Saveiro vence com vantagem de 4% sobre a picape da Fiat.

O que mais chamou atenção foi a gigantesca diferença de preços na manutenção do sistema de freios, que chega a ser 121,6% mais cara na Strada. O preço das peças pastilhas e discos dianteiros, lona e cilindro de roda traseiro, e fluido sai por R$ 472 na Saveiro, contra R$ 1.046,04 na Strada. O que mais chama atenção é o preço da lona de freio, R$ 27 na Volkswagen contra R$ 359,50 na Fiat, uma diferença de 1.230%.

Os amortecedores da Strada também são bem mais caros do que da Saveiro. Os dianteiros chegam a custar o 50% mais no Fiat. O equilíbrio final na balança é obtido pelo menor custo no silencioso traseiro, bateria e correia Poly-V, que custam quase o dobro na Saveiro, em relação ao Fiat. Em relação às peças de maior consumo óleo e filtros de óleo, ar e combustível, a Strada leva ligeira vantagem, pois apresenta custo 20% menor do que a concorrente da Volkswagen.

Medições – Opinião do Especialista

Fiat Adventure

CV: 109,4 @ 5384 Rpm

Torque: 16,6 kgfm @ 2872 Rpm

O comportamento do motor pode ser considerado bom devido o torque aparecer cedo, pois se trata de um veiculo destinado ao fora de estrada leve e que necessita desta característica. O, porém ficou nos altos regimes de giro, pois ele trabalha muito ‘áspero’ devido à montadora ter privilegiado os baixos regimes. Saiba que o desempenho em estradas será muito limitado, pois o fôlego do motor tende a ‘acabar logo’.

Notas

• Torque: 8 Aparece cedo e está adequado ao peso e proposta do carro

• Potência: 6,5 Apesar de a cavalaria máxima aparecer no momento declarado pela montadora, o mesmo não se pode dizer quanto ao valor obtido, abaixo do esperado

• Transmissão: 8 Curta e adequada a proposta de utilização do carro

• Nível de ruído do motor em função da carga: 7 Um pouco acima da média devido as características do motor Fiat 1.8 e cambio com relações relativamente curtas

• Perda de rendimento em função do aquecimento: 9 O desempenho apresentado durante as três puxadas foi muito constante, sem mostrar sinais de ‘cansaço’ quando exigido.

Saveiro Cross

CV: 105,1 @ 5680 Rpm

Torque: 15 kgfm @ 4596 Rpm

O motor me pareceu muito bom e equilibrado, sem vestígios de ‘aspereza’ durante o teste. Por se tratar de um fora de estrada leve, o rendimento está satisfatório devido à litragem de 1.6 litro, menor em comparação a Strada. Os números de potência apresentados no gráfico superaram o declarado pela Volkswagen, e isto é muito positivo visto o veículo testado possuir mais de 5 mil km rodados e estar abastecido com álcool adquirido em posto de rua.

Notas

• Torque: 8,5 Apesar do bom e linear torque apresentado, o ápice foi atingido apenas a 2.096 Rpm mais tarde 4.596 ante 2.500 Rpm declarados pela VW

• Potência: 9 O valor obtido foi muito bom e constante durante as três puxadas. Foi a primeira vez que um veículo avaliado apresentou as 2ª e 3ª puxadas melhores que a 1ª

• Transmissão: 6 Apesar da 1ª e 2ª marchas terem sido encurtadas em relação as demais versões, a 3ª, 4ª e 5ª marchas são longas demais para a categoria. Decidimos por curiosidade verificar a velocidade final, que cravou aos 6500 Rpm, 240 km/h*

*Sem resistência nos rolos

• Nível de ruído do motor em função da carga: 9 O nível apresentado foi bem abaixo dos concorrentes, porém os pneus Scorpion geram ruído de rolagem acima da média

• Perda de rendimento em função do aquecimento: 9 Não existiu perda durante as puxadas, muito pelo contrário, o rendimento foi constante e linear.

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