Citroën C3 Aircross: primeiras impressões

Com foco no custo-benefício, o novo utilitário esportivo da marca francesa oferece espaço de sobra, mas sem cobrar tanto

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Evandro Enoshita
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Quem tem filho, sabe. É escola, remédios, brinquedos e passeios... e com isso é preciso é preciso ser muito mais racional com o orçamento doméstico. Ou seja: aquele SUV vistoso muitas vezes deixa de caber nas contas da casa. É para esse público que a Citroën passa a oferecer o C3 Aircross, um utilitário esportivo com uma proposta baseada em custo-benefício.

Segundo carro da nova família de veículos de baixo custo C-Cubed, iniciada no ano passado com o hatch C3 de terceira geração, o C3 Aircross é claramente um utilitário que oferece mais por menos.

Com 4,32 m de comprimento, 1,72 m de largura, 1,66 m de altura e entre-eixos de 2,68 m, está entre os maiores SUVs compactos do mercado brasileiro. Mas parte de R$ 109.990, preço que posiciona o modelo entre os carros mais acessíveis da categoria.

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Citroën C3 Aircross: primeiras impressões

Suv Citroën C3 Aircross (9)
O Citroën C3 Aircross é mais bonito quando visto desse ângulo
Crédito: Divulgação
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Mas antes de falar sobre as versões e configurações da linha C3 Aircross, vale dar uma passada no visual externo do modelo.

Nas fotos o SUV se parece muito com o hatch, e ao vivo essa impressão... permanece. A diferença é que o Aircross é um carro bem maior e, por conta disso, parece mais proporcional e até mais bonito que o C3, com linhas que transmitem robustez.

Esse carro, aliás, não tem nada a ver com o antigo Aircross, que era a versão aventureira de uma minivan. Também baseado na plataforma CMP, o novo carro - feito em Porto Real (RJ) - surgiu do zero como um SUV. Isso explica o fato de mesmo a variação de sete lugares não ter cara de monovolume, já que compartilha a mesma carroceria com o C3 Aircross para cinco ocupantes.

Suv Citroën C3 Aircross (8)
A dianteira do SUV segue a mesma identidade visual do hatch de terceira geração
Crédito: Divulgação
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Além do logotipo na tampa do porta-malas identificando os carros de sete lugares, as únicas diferenças entre as duas variações do C3 Aircross estão na lista de equipamentos e no assoalho traseiro, já que no carro com maior capacidade de passageiros o estepe fica sob o piso do porta-malas.

Versões e preços

A linha C3 Aircross estreia em três níveis de acabamento e apenas na variação de cinco ocupantes. A opção de sete lugares (que também estará disponível em três versões) chega ao mercado apenas no início de 2024.

A versão de entrada Feel de cinco lugares tem uma lista de equipamentos enxuta, embora com itens básicos para a categoria como o ar-condicionado, central multimídia, controles de tração e estabilidade, assistente de partida em rampas, direção elétrica e vidros e travas elétricas.

Suv Citroën C3 Aircross (53)
A versão topo de linha Shine é a única com bancos de couro, teto bitom e rodas de 17 polegadas
Crédito: Divulgação
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Já o motor, por outro lado, é o 1.0 turbo de 130 cv já usado (e elogiado) em carros como o Fiat Pulse e o Peugeot 208. Vem combinado com um câmbio automático CVT com sete marchas simuladas. É o mesmo conjunto presente nas versões Feel Pack (R$ 119.990) e Shine (R$ 129.990). A lista de equipamentos pode ser consultada aqui.

Para o nosso primeiro contato, a Citroën disponibilizou apenas o topo de linha C3 Aircross Shine de sete lugares, e é nesse carro que vamos focar as nossas primeiras impressões. Apesar do preço ainda não ter sido divulgado pela marca, esperamos para esse SUV algo na casa dos R$ 135 mil.

Suv Citroën C3 Aircross (39)
No interior, o SUV Aircross se parece muito com o hatch compacto C3
Crédito: Divulgação
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Interior de C3

Se impressiona pelo visual externo, o C3 Aircross anima menos no visual da cabine. Apesar da variação de cores e texturas, os plásticos rígidos e as linhas do painel deixam claro que estamos falando de um parente bem próximo do hatch C3.

A coluna de direção varia apenas em altura (e é do tipo que cai no colo do motorista quando se libera a trava para o ajuste) e os cintos de segurança não tem regulagem de posição.

A boa notícia é que o Aircross mantém a boa central multimídia de 10 polegadas e estreia também um novo quadro de instrumentos digital de sete polegadas. Configurável e com tela colorida, é bem superior ao pequeno, básico e sem graça usado mesmo nas versões mais caras do hatch.

Suv Citroën C3 Aircross (73)
Com uma cabine ampla, o C3 Aircross oferece muito conforto no banco traseiro
Crédito: Divulgação
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O restante também colabora para a impressão de que o Aircross é um C3 para gigantes, já que os assentos também são bem altos como no hatch, mas combinados a uma cabine mais ampla.

O espaço interno, aliás, é o ponto forte do Aircross. As portas traseiras são grandes e têm bom ângulo de abertura, enquanto o espaço para as pernas nos bancos intermediários é muito bom. Dois adultos com mais de 1,70 m podem viajar com conforto e até cruzar as pernas.

Os assentos no porta-malas são individuais, mas os adultos ficam com os joelhos na Lua...
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Bancos no porta-malas

Já os dois assentos individuais no porta-malas não fogem muito daquilo que vemos em outros sete lugares de entrada. O acesso é fácil e até dá para levar dois adultos.

Mas os joelhos ficam apontados para a Lua e é nessa hora que você deseja ser uma criança. Pelo menos a Citroën se lembrou de botar duas portas USB adicionais para aqueles que perderem a disputa no palitinho para fugirem dos bancos no porta-malas.

Item de série em todas as versões de sete lugares, o climatizador no teto é grande e parece ter vindo daquelas vans executivas. Mas funciona muito bem e garante uma necessária brisa refrescante para os ocupantes no porta-malas. Contudo, é preciso circular algum tempo com o carro, para o ar-condicionado gelar bem a cabine.

Com porta-malas de 493 litros, o Aircross tem bancos removíveis na variação de sete lugares
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Um ponto bacana do C3 Aircross é que mesmo quem comprar o carro de sete lugares não perderá o excelente porta-malas de 493 litros do cinco lugares.

Os bancos adicionais podem ser dobrados ou até removidos. Por pesarem cerca de oito quilos cada, a tarefa de retirar os assentos é bem fácil e pode ser executada em poucos segundos.

Caso você realmente precise usar o carro com a lotação máxima de passageiros, a Citroën oferece como acessório as barras transversais no teto para a fixação de um bagageiro, já que o espaço restante com os banquinhos do porta-malas ocupados não permite nem o transporte de uma mochila.

O climatizador no teto é item de série em todos os C3 Aircross de sete lugares
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Equipamentos

Mesmo na versão Shine, o C3 Aircross é um carro mais barato que outros SUVs compactos. Mas isso teve um preço. O SUV da Citroën é também menos equipado.

De série, tem o painel digital configurável, bancos de couro, rodas de 17 polegadas, pintura do teto em tom contrastante, controles eletrônicos de tração e estabilidade, airbags laterais, sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré, central multimídia, controlador automático de velocidade e faróis de neblina.

Se você realmente faz questão de itens como um pacote tecnológico com assistente de manutenção em faixa, controlador adaptativo de velocidade e frenagem autônoma, além de outros recursos mais básicos na categoria como airbags de cortina, ar-digital e chave presencial, então é melhor repensar a compra.

Completo e configurável, o novo painel do C3 Aircross deveria ser usado também no hatch
Crédito: Divulgação
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Ao volante

Tem ou já dirigiu um hatch C3 de terceira geração e curtiu a experiência? Então certamente você vai adorar o C3 Aircross. A sensação de familiaridade seguiu também depois de girada a chave no contato e depois de rodar cerca de 60 quilômetros pelas ruas e estradas da região da Praia do Forte (BA).

O SUV também tem um acerto de suspensão voltado para o conforto, que até deixa a carroceria inclinar em manobras mais bruscas, mas sem oscilar demais e transmitir insegurança. Já a direção é bem leve e não é uma referência em rapidez nas respostas. O isolamento da cabine também é regular, já que se ouve um ruído de vento em velocidades mais altas.

O ponto forte do conjunto mecânico - pelo menos para quem gosta de acelerar - é o motor 1.0 turbo e o câmbio CVT. Como em outros carros da Stellantis com a mesma motorização, o C3 Aircross responde rápido ao comando no acelerador mesmo em baixas rotações, enquanto a transmissão exibe um funcionamento suave e surpreendentemente ágil para um CVT.

O motor 1.0 turbo de 130 cv (chamado de Turbo 200 pela marca) é um dos pontos fortes do modelo
Crédito: Divulgação
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Outro ponto de destaque do C3 Aircross é a boa altura da carroceria, que tem um vão livre mínimo de 20 cm. Isso garante bons ângulos de entrada (23,3°) e de saída (32°).

Em resumo, é um carro que acelera bem e permite fazer aquelas ultrapassagens mais arriscadas com o fôlego de sobra de um maratonista correndo uma prova de curta distância.

Esse Aircross Shine de sete lugares, que pesa 1.272 quilos, acelera de zero a 100 km/h em 9,8 segundos e vai a 191 km/h. Bons números de desempenho, enquanto o consumo é mediano: com gasolina, roda até 10,6 km/l (cidade) e 12 km/l (estrada).

O C3 Aircross chega inicialmente apenas nas variações de cinco lugares; na foto, a versão  topo de linha Shine
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Conclusão

O Citroën C3 Aircross Shine na versão de cinco lugares parte de R$ 129.990. Nessa faixa de preço, estão posicionados modelos como Jeep Renegade Turbo (R$ 125.990), o Renault Duster Intense (R$ 127.590), Chevrolet Tracker Turbo (R$ 130.920), Hyundai Creta Comfort (R$ 135.390) e Fiat Pulse Impetus (R$ 134.490).

A nossa estimativa de preços para o Shine de sete lugares é de R$ 135.990. Valor que ainda é muito competitivo e posicionaria o modelo na mesma faixa de preços do Chevrolet Spin Premier (R$ 135.370).

O C3 Aircross é uma opção a ser considerada por quem procura um SUV compacto com bom custo-benefício. O amplo espaço interno e o conjunto mecânico bem acertado garantem viagens confortáveis e fazem do modelo uma opção interessante para famílias grandes.

Mas, para isso, é preciso abrir mão do refinamento e da lista de equipamentos mais recheada de alguns dos concorrentes. Para quem está acostumado a apertar o orçamento doméstico, pode ser uma boa troca.

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