Vídeo: Encontro de Carros Antigos de Águas de Lindóia

Além da característica hidromineral que carrega no nome, o município de Águas de Lindóia, a 180 quilômetros de São Paulo, também é sinônimo de antigomobilismo. Desde 1997, a cidade que abriga pouco mais de 18 mil habitantes recebe o Encontro de Autos Antigos, que de tão badalado, deixou o caráter estadual para ser conhecido como evento nacional a partir de 2014.

De acordo com o presidente da Fcaptionação Brasileira de Veículos Antigos, Roberto Suga, só as características da cidade já tornam o evento especial. “A infraestrutura de hotéis, a localização e o Parque Burlemarx (onde ocorre a premiação da festa) fazem com que a cidade tenha um aconchego para sediar um evento de antigomobilismo” explicou o especialista, que destaca ainda o caráter de feira do encontro.

Para ter uma noção, dos 1.200 veículos expostos nos quatro dias de evento, 700 estavam ali para serem vendidos. “O encontro de Araxá (em Minas Gerais) é o que nós temos de maior representatividade do acervo brasileiro pra ser conhecido internacionalmente. Agora, em Águas de Lindóia, nós temos o aspecto de feira de peças de reposição”, comparou.

Mas o evento paulista não ficou devendo para Araxá no quesito raridade. Foram eleitos três hours concours pelos juízes da premiação que homenageou 99 veículos. Foram eles o Rolls-Royce Phantom I, que era encarroçado pelo próprio proprietário; o Cord L-29 1929, famoso pelos raros faróis com foco direcional da Ruxton, além do Isotta Fraschini 1927. Quem explica o diferencial do modelo italiano é o  o especialista em antigos e presidente do Galaxie Clube do Brasil, Portuga Tavares: “Na dianteira do carro, ornamentando a tampa do radiador está um mascote que é considerado uma jóia, um legítimo Lalique, peça esculpida pelo artista francês que dá nome ao enfeite construído em cristal lapidado à mão com o formato de cabeça de águia, só esse enfeite vale mais do que um automóvel popular 0 KM”.

Outro exemplar raro e especial que marcou presença no evento foi o Willys Interlagos do ex-piloto de categorias nacionais Bird Clemente. Ele mesmo relata a história do seu companheiro de pistas: “Quando esse carro foi lançado, a Willys queria fazer um carro esporte no Brasil, chamado de Alpine A 108. E ele realmente ficou na história do nosso país porque era muito bom de guiar e foi o intrumento dos grandes campeões que de destacaram no mundo a partir de Emerson Fittipaldi. Esse carro era um tira-prosa”, concluiu Clemente.