Vídeo: T5 é o melhor chinês vendido no Brasil

Será que o SUV da JAC está em pé de igualdade com a concorrência?


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Saída da ‘balada’ nos anos 2000. Lei: comer um dogão prensado da tia da Towner, aquela van chinesa ‘cansada’, que só servia para...vender cachorro quente e churros. Hoje, veículos terríveis (em todos os sentidos) como as ‘Townerzinhas’ não saem mais de trás da Grande Muralha para se aventurar no Brasil. O mundo mudou. As leis mudaram. E as nossas exigências como consumidores mudaram demais, também. Resultado: os carros chineses evoluíram. E continuam evoluindo. São os melhores? Não! Mas estão cada vez mais competitivos. Prova disso é o JAC T5.

Na China, em 2015, tive a oportunidade de rodar com o modelo comercializado no mercado local. Design e espaço interno me chamaram a atenção positivamente. Não tinha cara de carro chinês – o que é um elogio – e a sensação de estar dentro de uma minivan, não de um SUV compacto, era nítida. O resto, me decepcionou muito. Motor ruidoso, acabamento de baixa qualidade, baixa tecnologia e desempenho desesperador – a versão com câmbio automático CVT, por exemplo, devia fazer de 0 a 100 km/h em aproximadamente ‘dois meses e meio’. Péssimo.

Pouco menos de 365 dia depois, chega o T5 brasileiro. Me preparei para algo um pouco melhor que o modelo chinês, mas fui surpreendido. O trabalho foi bem feito. E os pontos que me incomodavam melhoraram. Tem o que evoluir? Sim – e muito. Mas o salto de qualidade já o coloca em igualdade com alguns modelos que já estão consolidados no mercado brasileiro. Um exemplo é o Renault Duster.

Rodei na opção topo de linha, equipada com Pack 3, que deixa o JAC completinho. E o completinho quer dizer: mais recheado que os concorrentes. Por R$ 69.990 o T5 entrega bancos e volante (multifuncional) revestidos em couro, central multimídia com MirrorLink (Aindroidauto e CarPlay) e tela sensível ao toque de 8 polegadas, rodas de liga leve de 16 polegadas, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, encosto de cabeça e cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes do banco de trás, computador de bordo, direção elétrica, ar-condicionado digital, entre outros.

 

 

MAIS DE 300 KM

A posição ao volante do T5 é boa. Elevada. O banco do motorista conta com ajuste de altura. A coluna de direção também, mas fica devendo a regulagem de profundidade. A posição da manopla do câmbio também agrada, assim como a da central multimídia e do ar-condicionado. Os espelhos retrovisores externos são grandes e têm ajuste elétrico.

Rodando, o JAC surpreende positivamente, também. O que esperar de um carro com 1.210 quilos equipado com motor de 1,5 litro? Pouco. Muito pouco. Mas no caso do T5, a propulsor de 127 cv de potência máxima e 15,7 kgf.m de torque está na medida para a proposta familiar. Claro que não é um assombro de desempenho (aceleração de 0 a 100 km/h acontece em 10,8 segundos e a velocidade máxima é de 194 km/h), mas as acelerações e retomadas são satisfatórias. É um propulsor que trabalha melhor em rotações mais elevadas – abaixo de 2.500 rotações, o JAC parece ser 1.0.

A transmissão é manual de seis marchas. Mercadologicamente falando, ter câmbio manual no segmento dos SUVs compactos não casa com o perfil do comprador, que busca uma caixa automática. O T5 terá uma opção CVT ainda este ano, que custará entre R$ 72.000 e R$ 74.000 – preços competitivos. Mas por enquanto a única alternativa é manual mesmo...

O câmbio não é ruim. Os engates são bons (poderiam ser um pouco mais precisos) e estão menos barulhentos que dos outros modelos da marca. Aquele ‘cleque-cleque’ não existe mais. Esta transmissão também está bem casada com o motor. Aliás, é a principal responsável por extrair melhor performance do motor. A sexta marcha funciona bem como Overdrive, fazendo com que o motor trabalhe entre 2.500 rpm e 3.000 rpm, mesmo trafegando a 120 km/h. Nas minhas medições, o consumo urbano ficou entre 7,5 km/l e 8 km/l – índice melhor que os 6,8 km/l informado oficialmente pela marca e que garantiu ao modelo nota A no Programa de Etiquetagem do Inmetro.

A suspensão firme agrada na condução, mas poderia ser um pouco mais macia para absorver impactos do solo. Ponto positivo também para o nível do ruído interno. O barulho do motor só incomoda quando a janela está aberta.

O acabamento interno está longe de sugerir requinte, nos entanto é bastante sóbrio. Está bem em sintonia com os concorrentes. Por conta de ser chinês e sofrer com o preconceito do consumidor brasileiro, alguns materiais do JAC poderiam ser superiores. Utilizar plástico emborrachado sobre o painel colocaria o T5 um passo à frente de Duster, por exemplo. Os encaixes das peças são bons. 

PONTO FORTE

O espaço interno, na minha opinião, é o ponto alto deste ‘china’. As medidas não chegam a impressionar – são 4,32 metros de comprimento e 2,56 metros de distância entre os eixos –, mas o aproveitamento de cada centímetro é digno de elogios. Transporta cinco pessoas tranquilamente (modelo é equipado com Isofix), sem problemas com joelhos raspando nos bancos dianteiros ou cabeças no teto. E o que mais chama a atenção é o porta-malas, com capacidade para levar até 600 litros.

CONCLUSÃO

O JAC T5 é o melhor chinês no mercado brasileiro. Vou além. É o único chinês em pé de igualdade com seus concorrentes com câmbio manual – estou falando de Ford EcoSport, Renault Duster e os hatches fantasiados de Indiana Jones, e equipados com transmissão manual. Tem forte custo-benefício, não carrega visual de carro chinês, o desempenho não decepciona (apesar de não impressionar também) e o espaço interno é bom. Na minha opinião é melhor que o irmão maior, o JAC T6.

O T5 manual cria excelentes expectativas para a versão com câmbio automático CVT. Tem tudo para ser muito competitivo. Porém, além de um preço muito atraente, a JAC precisará refinar muito bem esta transmissão para não ser incrivelmente lento como a versão chinesa. O início do fim do preconceito contra os carros chineses passa por uma mecânica melhor, mais moderna e, principalmente, mais confiável.

A JAC tem uma chance ouro nas mãos, só precisa tomar cuidado, pois a expectativa pode ser a mãe da decepção...

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