Fiat Mobi Like On

Ser ou não ser o 'mini Uno', eis a questão

Levamos para o 'divã' (testamos) o Fiat Mobi na versão Like On

    • Desempenho
    • Desempenho
    • 9,93850 kgfm/rpm
    • Consumo Gasolina
    • Consumo Gasolina
    • Cidade: 11,9 km/litro
      Estrada: 13,3 km/litro
    • Consumo Álcool
    • Consumo Álcool
    • Cidade: N/A
      Estrada: N/A
    • Porta Malas
    • Porta Malas
    • 235 litros
    • Câmbio
    • Câmbio
    • N/A
8.7

Overview

Com um preço mais competitivo e atraente, e uma mecânica mais moderna, o Fiat Mobi pode ser um carro interessante e reunir atributos para figurar entre os mais vendidos. Hoje, porém, não tem argumentos contundentes para convencer o consumidor


  • + Traz o conceito do city car
  • + Lista de itens de série relativamente interessante
  • - Conjunto mecânico defasado em relação à concorrência
  • - Preço inicial poderia ser mais competitivo
 
  • 4.1 Estrela icone
  • 4.1 de 5 estrelas
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Sobraram críticas. Alguns não encontraram motivos para sua existência. Outros bateram duro na falta de novidades mecânicas, principalmente. Muitos pegaram pesado no preço. E todos o chamaram de ‘Mini Uno’ – uma ofensa para a Fiat. Fato é que antes cercada de expectativas, a chegada do Mobi ganhou contornos de dúvida. Suas chances de sucesso haviam sido reduzidas a commodity de fracasso anunciado. Mas será que o subcompacto da marca italiana é isso mesmo – uma sonora decepção – ou apenas um caso de primeira impressão desastrosa. Para resolver este dilema, nada melhor que rodar (muito) uma semana com o pequenino.

A versão avaliada foi a Like On 1.0 Flex parte de R$ 42.300. Sim é alto. Muito alto, aliás. Porém, vamos deixar esta questão financeira para depois. Quero entender o Mobi, antes de tudo, como carro. Como máquina.

O visual não é arrebatador. Subcompactos, normalmente, não são bonitos. São, no máximo, simpáticos. E para mim, este Fiat é apenas ‘ok’. Passa completamente desapercebido. Tem quem goste. Que capta carisma em seus faróis grandes e, realmente, marcantes. E em sua traseira achatada, de lanternas ‘quadradas arredondadas’ e tampa do porta-malas preta, ao melhor estilo Volkswagen UP! TSi.

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Entro e me sinto dentro de um...Uno! O volante multifuncional com comandos para a mão direita. O painel de instrumentos pequeno, velocímetro grande e centralizado com o computador de bordo no centro. Os botões do ar-condicionado. Os comandos dos vidros elétricos nas portas. Os materiais utilizados no acabamento interno – dominado pelo plástico. As texturas. Tudo faz lembrar o Uno.

 Fiat Mobi Like On
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Legenda: Fiat Mobi Like On
Crédito: Fiat Mobi Like On
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Crédito: Fiat Mobi Like On
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Completamente compreensível que a Fiat utilize peças de outros modelos – isso torna os custos de produção menores -, mas, falando em acabamento, algumas diferenciações são fundamentais para dar personalidade ao modelo. E falta isso ao Mobi: personalidade.

E com a proposta de ser um ‘urbanoide’, um city car, o porte do Mobi, claro, é mais acanhado. São 3,56 metros de comprimento, sendo apenas 2,30 metros de distância entre os eixos (Uno tem 7 centímetros a mais, o que faz uma grande diferença). Se na frente duas pessoas viajam tranquilamente, atrás o mesmo não acontece. Apesar de ter cintos de segurança para até três passageiros – aquele que viaja na posição central terá que se contentar com um cinto de somente dois pontos -, o Mobi leva relativamente confortáveis apenas duas pessoas. E elas não podem ter muito mais de 1,70 metro de altura, pois os joelhos vão raspar no encosto dos bancos dianteiros.

O visual não é arrebatador. Subcompactos, normalmente, não são bonitos. São, no máximo, simpáticos. E para mim, este Fiat é apenas ‘ok’

Para quem tem filho pequeno, como é o meu caso, não há ISOFIX para fixação da cadeirinha. E o espaço traseiro não é ideal: ou o passageiro da frente puxa o assento e se encolhe, ou a criança fica mais apertadinha. Definitivamente, não é um carro para a família.

O porta-malas também não é de se esperar muito. São modestos 215 litros. Ideal para pequenas compras no supermercado e viagens curtas, que não exigem malas para uma semana no sítio. E esqueça grandes objetos, como um carrinho de bebê. Não cabe de jeito nenhum!

Fiat Mobi Like On
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Crédito: Fiat Mobi Like On
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Rodando

O motor é o mesmo do Uno: 1.0 8V (quatro cilindros) bicombustível de até 75 cv de potência e 9,9 kgf.m de torque a medianas 3.850 rotações. E pesando 946 kg (apenas 9 a menos que o ‘irmão’), o Mobi consegue entregar boa agilidade nas retomadas, mas principalmente nas saídas. Muito deste ímpeto está no escalonamento da transmissão manual de cinco marchas, que é a mesma do Uno nas duas primeiras marchas, mas foi ligeiramente encurtada nas demais. Pensando que é um carro para rodar na cidade, a decisão da engenharia da Fiat foi acertada, pois estamos falando de raramente passar – falando de São Paulo – dos 70 km/h.

Os números de consumo são ‘ok’. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem do Inmetro, no perímetro urbano os índices são de 8,4 km/l (etanol) e 11,9 km/l (gasolina), enquanto em regime rodoviário 9,2 (etanol) e 13,3 km/l (gasolina). No entanto, se comparados com os de concorrentes diretos que possuem motores conceitualmente mais modernos, como o Volkswagen Up!, por exemplo, os dados de consumo do Mobi deixam a desejar.

O motor é o mesmo do Uno: 1.0 8V (quatro cilindros) bicombustível de até 75 cv de potência e 9,9 kgf.m

Neste ponto, acho que a Fiat bobeou. Deveria ter trabalho para que o Mobi chegasse equipado com motor de três cilindros. Este propulsor já foi anunciado para o Uno 2017 – que também terá uma opção 1.3 substituindo a atual 1.4 – e, naturalmente, deverá ser repassado ao Mobi. Infelizmente, quem já comprou o city car da Fiat poderá, em um curtíssimo espaço de tempo, ter um carro defasado e, sim, menos eficiente. Isso acaba com o humor de qualquer consumidor...

 Fiat Mobi Like On
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Legenda: Fiat Mobi Like On
Crédito: Fiat Mobi Like On
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A direção é hidráulica, mas poderia ser elétrica, como alguns concorrentes de preço até inferior já tem – caso do Chevrolet Onix Joy. A suspensão – McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira – é firme e trabalha bem na absorção dos buracos das vias. A inclinação da carroceria é mínima em curvas e frenagens acentuadas. E por falar em freios, as rodas da frente utilizam discos (257 mm) e a traseira, tambor – sistemas ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) são de série.

Esperava um rodar mais barulhento, com o som do motor invadindo o interior. A Fiat, no entanto, fez um bom trabalho no revestimento acústico.

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Crédito: Fiat Mobi Like On
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Valores

Independente da justificativa – ambição das fabricantes, carga tributária pesada, falta de dinheiro por parte do consumidor (ou todas elas) -, fato é que carro zero no Brasil está caro. E o Mobi não é exceção partindo de R$ 42.300 – a versão avaliada, na cor cinza Scandium (R$ 1.250), custa R$ 43.550. O contraponto deste valor, pelo menos, é uma lista de equipamentos de série boa. Nada de outro mundo, no entanto. Estou falando de ar-condicionado, travas e vidros elétricos (dianteiros), faróis de neblina, airbag duplo frontal, rodas de liga leve de 14 polegadas (pneus 175/65 R14), sensor de estacionamento traseiro e rádio integrado ao painel com RDS, entradas USB e auxiliar, viva voz Bluetooth e função Áudio Streaming, e alarme.

As revisões periódicas acontecem a cada 10.000 km ou 12 meses – aquele que ‘chegar’ antes. Somando as seis primeiras manutenções, o proprietário de um Mobi desembolsará R$ 3.340. Destaque negativo para o valor do serviço realizado aos 60.000 km: R$ 1.172,00.

Em termos de seguro, o preço médio da apólice – cotado junto ao AutoCompara – foi de R$ 2.015. Já o valor da franquia ficou um pouco mais salgado: R$ 2,715,00.

Revisões

10.000 km ou 12 meses

R$ 208,00

20.000 km ou 24 meses

R$ 408,00

30.000 km ou 36 meses

R$ 608,00

40.000 km ou 48 meses

R$ 556,00

50.000 km ou 60 meses

R$ 388,00

60.000 km ou 72 meses

R$ 1.172,00

Conclusão

Pensando nos grandes centros, o conceito city car do Mobi é interessante. Fato: nas metrópoles é comum encontrar diversos carros parados nos congestionamentos com apenas uma pessoa. Fato: com estacionamentos cada vez mais apertados – de prédios, shoppings e supermercados -, ter um carro pequeno é ideal. No caso desta versão Like On vejo dois problemas: o preço inicial alto – se custasse abaixo dos R$ 40.000 a conversa poderia ganhar outro rumo – e o conjunto mecânicos que está longe de ser um primor de eficiência e modernidade, e que pode (deve) ficar defasado com a possível chegada do propulsor de três cilindros, que já foi anunciado para o Uno 2017.

Com relação às críticas que o modelo recebeu no lançamento e que mencionei no primeiro parágrafo, concordo com algumas. É, sim, um carro sem novidades mecânicas. Tem, sim, um preço pouco atraente e competitivo. E, sim, tem muito de Uno em uma versão reduzida. No entanto, com a chegada do novo motor três cilindros e um leve reposicionamento nos preços, o Mobi, acredito, pode ser um dos 10 carros mais vendidos do País...

Ancora: Conclusão Score

Ficha Técnica

FIAT - MOBI - 2017
1.0 EVO FLEX LIKE. ON MANUAL
R$ 0

Motor / Desempenho / Consumo +

  • Cilindrada cm³
  • 999
  • Disposição dos cilindros
  • Linha
  • Número de cilindros
  • 4
  • Número de válvulas por cilindro
  • 2
  • Comando de Válvulas
  • SOHC
  • Comando de válvulas variável
  • Não
  • Combustível secundário
  • Gasolina
  • Alimentação
  • Aspirado
  • Potência (cv/rpm)
  • 75/6250
  • Torque (kgfm/rpm)
  • 9,93850
  • Potência secundária (cv/rpm)
  • 73/6250
  • Torque secundário (kgfm/rpm)
  • 9,5/3850
  • Velocidade máxima (km/hora)
  • 154
  • Aceleração 0-100 km/h (segundos)
  • 13,8
  • Consumo cidade (km/litro) - Combustível 1
  • 11,9
  • Consumo estrada (km/litro) - Combustível 1
  • 13,3
  • Consumo cidade (km/litro) - Combustível 2
  • 8,4
  • Consumo estrada (km/litro) - Combustível 2
  • 9,2
  • Fonte consumo
  • Montadora

Transmissão +

  • Transmissão
  • Manual
  • Número de marchas
  • 5
  • Localização do câmbio
  • Assoalho
  • Tração
  • Dianteira

Freios / Suspensão / Direção +

  • Freios dianteiros
  • Disco sólido
  • Freios traseiros
  • Tambor
  • Freio de estacionamento
  • Manual
  • Suspensão - Dianteira
  • McPherson
  • Suspensão - Traseira
  • Eixo de torção
  • Direção - Assistência
  • Hidráulica

Dimensões e Capacidades +

  • Comprimento (mm)
  • 3566
  • Largura (mm)
  • 1633
  • Altura (mm)
  • 1500
  • Capacidade tanque de combustível (litros)
  • 47
  • Capacidade do porta-malas (litros)
  • 235
  • Peso líquido em ordem de marcha (kg)
  • 946

Rodas e Pneus +

  • Tipo de roda - Tipo de roda
  • Aço
  • Dianteira - Aro (pol.)
  • 14
  • Dianteira - Pneus (largura/perfil/aro)
  • 175/65
  • Traseira - Aro (pol.)
  • 14
  • Traseira - Pneus (largura/perfil)
  • 175/65
  • No Bolso8.7
  • Tecnologia8.4
  • Vida a bordo8.8
  • Desempenho8.9
  • Opinião do repórter8.7
  • + Traz o conceito do city car
  • + Lista de itens de série relativamente interessante
  • - Conjunto mecânico defasado em relação à concorrência
  • - Preço inicial poderia ser mais competitivo
 
8.7

  • Marcelo Monegato
  • Jornalista automotivo especializado em produtor. Com passagens por Portal G1, Volkswagen e revista Autoesporte, cobriu diversos eventos internacionais para a Webmotors. Hoje, além de testar carros e analisar o mercado, é estrategista de conteúdo do WM1.
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