Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark

Jeep Compass flex supera as expectativas

Motor 2.0 16V Tigershark surpreende pelo bom desempenho, mas 'derrapa' (feio) no elevado consumo de combustível


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“Um Renegade ‘corrigido’ para a família. É espaçoso e com bom desempenho. Na medida. Gostei!” As palavras não são minhas, mas de um amigo proprietário de um Wrangler, já convicto de que dentro de cinco meses, quando chegar o primeiro herdeiro, seu próximo Jeep será o novo Compass. E para o futuro papai, a opção ideal é uma das versões com inédito motor 2.0 16V Flex, que avaliei por mais de 500 quilômetros.

A configuração escolhida foi a intermediária Longitude – possivelmente a que será mais vendida –, que parte de R$ 106.990. A unidade do vídeo (abaixo), porém, custa R$ 114.990, pois conta com uma pintura metálica (Azul Pacífico) de R$ 1.500, e com os pacotes Segurança (airbags laterais, de cortina e joelhos para o motorista) de R$ 3.000 e Premium (bancos em couro, sensores crepuscular e de chuva, retrovisor elétrico eletrocrômico e sistema de som Beats) de R$ 3.500. Ainda é possível equipar o Jeep com teto solar elétrico pela ‘bagatela’ de R$ 6.800, fazendo com que o preço chega a ‘salgados’ R$ 121.790.

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Comparando rapidamente com alguns de seus concorrentes diretos, o valor do Compass é interessante e competitivo – não estou falando que é barato! O Honda CR-V, por exemplo, que também tem motor 2.0 16V Flex e câmbio automático CVT, é oferecido em versão única EXL por R$ 148 mil. Já a opção de entrada do Toyota RAV4, com motor 2.0 16V somente a gasolina e câmbio CVT parte de R$ 132.950.

Nas revisões periódicas até 60.000 km, o proprietário de um Compass bicombustível investirá R$ 4.216 – valor dentro da média do segmento. Lembrando que assim como no Renegade, os serviços programados acontecem a cada 12.000 km ou 12 meses – o que chegar primeiro. O valor do seguro, entretanto, assustou. De acordo com o AutoCompara, a média da apólice ficou em R$ 8.320 e da franquia em R$ 8.800. A Jeep oferece garantia de três anos, sem limite de quilometragem.

Preços das Revisões

1ª Revisão: 12.000 km

R$ 447,00

2ª Revisão: 24.000 km

R$ 743,00

3ª Revisão: 36.000 km

R$ 823,00

4ª Revisão: 48.000 km

R$ 763,00

5ª Revisão: 60.000 km

R$ 1.440,00

Deixando esta parte financeira de lado, quero falar do novo motor 2.0 Tigershark (quatro cilindros). Fabricado no México, este propulsor nasceu somente a gasolina, mas foi adaptado para rodar com 100% de etanol no tanque. Para isso, além das centrais eletrônicas reprogramadas, peças foram modificadas e novos materiais utilizados para elevar a eficiência e reduzir o desgaste das peças. E o resultado foi muito positivo. O motor está com um funcionamento bastante suave e linear, mesmo em acelerações e retomadas mais fortes.

Os 166 cv de potência a 6.200 rpm e 20,5 kgf.m de torque a 4.000 giros, quando com álcool, proporcionam performance ‘ok’ ao Jeep e eliminam qualquer dúvida de que o Compass pudesse vir a ser tão morosos quanto o Renegade e seu 1.8 16V bicombustível – que recentemente passou por melhorias. Apesar de a força total pintar a rotações medianas, a partir de 2.000 rotações o Tigershark já consegue ser intenso o suficiente para proporcionar, por exemplo, uma ultrapassagem com segurança.

 Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
Legenda: Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
Crédito: Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
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Os números de consumo pecam. Patinam. De acordo com o Programa Brasileiro de Etiquetagem do INMETRO, o Compass Flex recebe nota 'B' na categoria e apenas 'D', na geral. E merece. No perímetro urbano, os números são 5,5 km/l (etanol) e 8,1 km/l (gasolina). Já na estrada, os índices pulam para 7,2 km/l (e) e 10,5 km/l (g). No entanto, durante os testes focados na cidade, o índice de consumo com álcool no tanque foi de 6,7 km/l, o que ainda não é bom, mas deixa de ser catastrófico.

Importante ressaltar o bom trabalho desempenhado pela transmissão automática de 6 marchas, inteligente e rápida o suficiente – lembrado que estamos falando de um SUV família e não de um grandalhão de alta performance, como um Grand Cherokee SRT – para atender às demandas do motorista. Passeando pela cidade com o acelerador lá em cima, as trocas de marchas são perceptíveis, mais suaves e nada desconfortáveis. Mas basta colar o pedal da direita no assoalho para a caixa fazer o ‘kick down’ (reduzir marchas) para entregar o torque necessário para uma boa retomada.

Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
Crédito: Jeep Compass Longitude Tigershark 2.0
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Existe a opção de trocas manuais pela alavanca ou pelas aletas atrás do volante, algo que eu dispensaria, pois é algo que, pelo menos durante a avaliação, utilizei apenas para ver seu funcionamento – em nenhum momento por necessidade ou, muito menos, comodidade. Aliás, no Compass as aletas são apenas ‘meias’ aletas, pois na parte de trás do volante também estão os comandos de áudio da central de entretenimento – sobre quem falarei mais à frente...

A suspensão – independente das quatro rodas tipo McPherson – absorve muito bem a buraqueira das ruas e avenidas paulistanas, e consegue minimizar a inclinação da carroceria em curvas. Somente nas frenagens mais bruscas, o efeito ‘mergulho’ é mais sentido. No entanto, não causa incômodo, muito menos sensação de insegurança. Aproveitando a deixa, os freios são a disco nas quatro rodas – ventilados na dianteira e sólidos na traseira, e o sistema conta com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem). Todo o conjunto é muito eficiente e na medida para este Jeep de 1.541 kg.

A direção elétrica progressiva é extremamente leve e confortável em manobras de estacionamento. O problema é que em velocidades mais altas enrijece pouco, continuando leve demais. Poderia ficar mais firme e precisas.

Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Crédito: Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
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Falando em conforto, o Compass na versão Longitude tem ar-condicionado digital de duas zonas e central multimídia com tela sensível ao toque de 8 polegadas. A central multimídia que tem diversas funções, entre elas sistema de navegação, ainda não é compatível com Android Auto ou Apple CarPlay – algo que veículos de menor valor já oferecem e que realmente proporcionam maior comodidade.

O volante é multifuncional e a coluna de direção tem regulagens de altura e profundidade bem amplos, assim como o ajuste de altura do banco do motorista – todos manuais. O volante multifuncional tem excelente empunhadura e por ele é possível ajustar o controlador e o limitador de velocidade.

E lá no começo do texto, quando mencionei a frase do meu amigo, que classificou o Compass como uma Renegade ‘corrigido’ para a família, ele se referia ao espaço interno. O Compass tem 4,41 metros de comprimento e 2,63 metros de distância entre os eixos, o que não é muito – alguns sedãs, como o novo Honda Civic entrega 2,70 metros, por exemplo -, mas a distribuição dos assentos proporciona amplitude para pernas, ombros e cabeças até mesmo dos mais grandalhões. No entanto, o porta-malas de 410 litros foi o que realmente fez os olhos do futuro papai brilhar.

 Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Legenda: Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Crédito: Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
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Conclusão

O novo Compass realmente conquista pelo espaço interno. É grande, principalmente quando comparado com o Renegade. E o preço, apesar de não ser ‘barato’, é interessante e competitivo diante da concorrência. O desempenho é ‘ok’, mas poderia ser melhor. A onda dos motores menores e turbinados poderia ter batido na porta da Jeep para oferecer performance e eficiência superiores – até mesmo o 2.4 Tigershark que equipa a Toro já seria uma opção melhor para o Compass. Será um best-seller? Difícil dizer agora. Mas, sem sombra de dúvidas, é a melhor opção em seu segmento.

 Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Legenda: Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
Crédito: Jeep Compass Longitude 2.. Flex Tigershark
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