Fiat aposta na versão Essence 1.6 16V para dar vigor às vendas do novo Idea

O novo motor 1.6 16V E.torQ, que começa a invadir a gama da marca italiana, tem torque máximo de 16,2/16,8 kgfm aos 4.500 giros


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- A Fiat esperou o momento oportuno. Reestilizou o Idea logo após a FPT – Fiat Powertrain Technologies – ter entregue os novos motores E.torQ 1.6 e 1.8. Mas não foi só isso. Com a chegada das unidades de força, a marca italiana introduziu a versão Essence, com motor 1.6 16V, como seu novo carro-chefe. É que, antes disso, o Idea só era comercializado com motores 1.4 8V e 1.8 8V, o que resultava em um abismo entre os dois propulsores. Resultado: a nova configuração já corresponde por 60% das vendas. E a explicação para que a Essence “ganhe” da base Attractive 1.4 está no preço – a diferença entre ambas é de R$ 2.020, R$ 45.610 contra R$ 43.590. A briga fica justamente entre os 80/81 cv com gasolina e etanol e relação peso/potência de 15,5 kg/cv da versão básica contra os muito mais interessantes 115/117 cv e 10,7 kg/cv da configuração mais "prestigiada".

O novo motor 1.6 16V E.torQ, que começa a invadir a gama da marca italiana, tem torque máximo de 16,2/16,8 kgfm aos 4.500 giros. A Fiat também utiliza o motor 1.8 16V na configuração Sporting, que surge por R$ 56.390, e na Adventure, por R$ 56.900. E a receita que mistura um motor mais potente a um custo/benefício mais atraente resulta em 1.534 unidades emplacadas da configuração Essence em agosto. O que ajudou significativamente na reação do Idea no mercado, que teve 2.557 unidades vendidas no mês passado contra uma média mensal até julho de 1.994 carros. O principal rival do modelo da Fiat é o Chevrolet Meriva, que conseguiu acumular 1.917 veículos comercializados em agosto. No mesmo nicho, só que com preços acima do Idea, ainda estão concorrentes como Honda Fit, com 3.188 unidades emplacadas, e Kia Soul, que soma 753 emplacamentos em agosto.

A minivan feita em Betim, Minas Gerais, tem a seu favor inegáveis atributos. Tem 1,70 metro de altura e 2,51 m de entre-eixos – ganha em 8 cm na altura da concorrente Meriva, mas perde por 12 cm no entre-eixos. O recheio de série é também um aspecto favorável à versão Essence 1.6. Vem com direção hidráulica, trio elétrico, computador de bordo, ajuste de altura no banco do motorista, barras longitudinais no teto, grade e frisos laterais cromados, volante com regulagem de altura, relógio digital e tomada 12V. No quesito segurança, o modelo é carente. Para ter freios com ABS e airbags frontais é preciso desembolsar R$ 2.547.

Mas o Fiat Idea, independentemente da versão, tem desenho robusto, com formas inusitadamente musculosas para uma minivan – que assumem a atual identidade da marca, criada com o Punto. O destaque são os faróis de dupla parábola de desenho mais anguloso, que acompanham os vincos em “V” do novo capô. Com cortes mais definidos, reforçados pelos frisos e pelas molduras cromadas, o Idea tem aparência mais imponente. Na traseira, o destaque principal está para as lanternas com elementos em led. O para-choque também é novo e carrega agora a placa do veículo. A tampa da mala não abriga nada além de um friso. Por dentro do Idea, no entanto, as modificações são poucas. A Fiat introduziu apenas um novo volante, com aparência mais esportiva. O quadro de instrumentos tem nova grafia, também mais moderna, e molduras metalizadas. Estão lá, ainda, uma grande quantidade de porta-objetos espalhados pelas portas e no console localizado acima da cabeça do motorista e nos simpáticos compartimentos com pequenas tampas no teto. Um conjunto que se renovou para tentar dar fôlego às vendas, principalmente em um mercado que sempre gosta de uma novidade. Ainda mais se ela estiver ligada à aparência – e com uma boa relação custo/benefício.

Instantâneas

# O Fiat Idea possui quatro versões. A de entrada, chamada de Attractive 1.4 chega por R$ 43.590. Em seguida estão a Essence 1.6 16V, por R$ 45.610, a Sporting 1.8 16V, por R$ 54.280, e a topo de linha Adventure 1.8 16V, oferecida por R$ 56.900.

# Os novos motores 1.6 16V e 1.8 16V da linha E.torQ, produzidos pela FPT, chegam para substituir o motor 1.8 8V fornecido pela General Motors.

# Todas as versões do Idea saem de fábrica com comando elétrico de abertura do porta-malas, além da chave do tipo canivete.

# Desde que começou a ser vendido no Brasil, o Fiat Idea já emplacou 136.582 unidades. O ano mais forte de vendas da minivan da marca foi em 2007, quando 30.359 veículos saíram das concessionárias.

Ponto a Ponto

Desempenho – O motor 1.6 E.torQ parece ser ideal para o Idea. Como uma minivan urbana, o propulsor da FPT é valente quando solicitado. E responde com vigor, mas sempre após os 2 mil giros. Na verdade, conduzir o Idea é uma questão de costume. A unidade de força não trabalha bem em baixas rotações, como promete a marca, e é preciso esticar da primeira para a segunda marcha para não deixar o carro esmorecer. Abastecido com etanol, acelerou de zero a 100 km/h em competentes 11,1 segundos e recuperou o fôlego dos 60 km/h aos 100 km/h em 6,8 segundos, em quarta marcha. A Fiat afirma que o monovolume chega até 179 km/h de máxima. De qualquer forma, não é prudente ir ao limite. Nota 7.

Estabilidade – Com um "caixotinho" alto e macio, não tem jeito. A minivan da Fiat até transmite segurança nas retas e a boa comunicação entre rodas e volante é até os 140 km/h – a partir daí surge uma sensação de flutuação. O único porém é que desde curvas mais suaves até as mais acentuadas, o Idea rola a carroceria. Nas frenagens, o modelo tende ainda a embicar a dianteira. Nota 6.

Interatividade – Não há dificuldade em operar botões e alavancas do Idea. O computador de bordo, assim como em outros modelos da Fiat, possui funções interessantes como distância, consumo médio, consumo instantâneo, autonomia, velocidade média e tempo de percurso. Destaque para o rádio/CD/MP3 com entrada USB e boa qualidade de som. A ergonomia e visibilidade são ótimas, enquanto o banco do motorista e o volante oferecem ajustes de altura, sempre bem-vindos. Nota 8.

Consumo – O Idea Essence 1.6 teve média previsível de 6,3 km/l com etanol, em um percurso 2/3 na cidade e 1/3 na estrada. Nota 6.

Conforto – O monovolume tem qualidades marcantes, como maciez da suspensão e espaço interno. A suspensão tem bom comportamento e, até por ser um pouco molenga, é capaz de filtrar e amortecer bem os buracos no asfalto. Os bancos têm regulagens que proporcionam o conforto do condutor, além de serem bastante aconchegantes. O espaço interno é generoso para um compacto, como um veículo familiar tem de ser. São 2,51 metros de entre-eixos e 1,70 m de altura, que deixam pernas e cabeças à vontade, tanto no banco dianteiro como no traseiro. Nota 8.

Tecnologia – O Fiat Idea Essence traz o novíssimo motor 1.6 E.torQ, produzido pela Fiat Powertrain Technologies. No entanto, utiliza plataforma estendida do Palio, de 1996. Também não traz nada além de computador de bordo, direção hidráulica, travas e vidros dianteiros elétricos. O acréscimo de itens de segurança como airbags duplos frontais e freios ABS sai por R$ 2.547. Nota 7.

Habitabilidade – A minivan da Fiat tem acessos amplos, com boa abertura de portas. O console central de teto oferece um prático porta-objetos, além do espelho vigia e das portinholas no teto. O ar ficou mais eficiente e gela rápido. O porta-malas abriga razoáveis 380 litros de bagagem, sendo 1.500 litros com o banco traseiro rebatido. Nota 8.

Acabamento – Apesar de a versão Essence ter frisos cromados na parte externa – nas laterais e na tampa da mala –, a parte interna não tem o mesmo capricho. O Idea até agrada por dentro, mas insiste em plásticos rígidos, de aspecto feioso, principalmente nas portas. Há muitas rebarbas aparentes, como nos encaixes dos dispositivos dos vidros elétricos. Faltam acabamentos em tecido nas portas. Nota 7.

Design – O face-lift do Idea foi desenvolvido pelo Centro Fiat América Latina, em Betim, e chega com linhas mais arrojadas. A dianteira ganhou novos capô, para-choque e grade. Os faróis – com desenho irregular – têm agora dupla parábola e prometem oferecer melhor distribuição da luz. A traseira é marcada pela nova tampa com aerofólio integrado e novo vidro. A placa desceu, saiu da tampa e foi embutida no novo para-choque. O visual é atraente diante do principal rival Chevrolet Meriva, que está uma geração atrás do modelo comercializado na Europa. Nota 8.

Custo/benefício – A versão Essence 1.6 16V é oferecida por R$ 45.610, com uma lista reduzida de itens de série. Conta com "previsíveis" computador de bordo, direção hidráulica, vidros elétricos dianteiros e travas. O acréscimo de um simples ar faz com que a minivan atinja R$ 49.266. Mesmo assim, consegue ser mais em conta do que seu concorrente direto, o Meriva Maxx 1.4 – e ainda ter propulsor mais potente. O modelo da montadora norte-americana sai por R$ 49.557 com motor 1.4 de 88 cv. Em uma faixa de preço um pouco acima estão outros concorrentes como Kia Soul 1.6, Citroën Aircross 1.6 e Honda Fit 1.4. O modelo da montadora sul-coreana – com motor capaz de 124 cv – chega bastante recheado por R$ 52.900. Tem os mesmos itens do Idea, além de airbag duplo frontal, ar, computador de bordo, direção elétrica, rádio/CD/MP3, entrada auxiliar, USB e iPod. O crossover compacto da marca francesa traz trio, ar e computador de bordo. O compacto "altinho" da fabricante japonesa já vem de série com o mesmo conteúdo do Aircross, além de airbags frontais e rádio/CD/MP3. E até mesmo o veterano Citroën Xsara Picasso surge como concorrente. Com preços a partior de R$ 49.990 na versão GLX 1.6 16V, o modelo da marca francesa, apesar do visual datado, oferece mais espaço, conforto, equipamentos e requinte. Nota 7.

Total – O Fiat Idea Essence 1.6 16V somou 72 pontos em 100 possíveis.Impressões ao dirigir - Familiar versátil

A Fiat trabalhou na reestilização da minivan para tentar conquistar um público maior e ir além do nicho familiar que o modelo já atinge. O resultado foram linhas mais harmoniosas somadas à boa relação custo/benefício e a um bom nível de conforto e de dirigibilidade da versão Essence 1.6 16V. Nesta configuração intermediária, o monovolume tem quase tudo o que se costuma exigir de um minivan com preço até R$ 50 mil. Há boa quantidade de equipamentos de conforto e um motor moderno, capaz de empurrar o modelo com boa virilidade.

No trânsito pesado da cidade, a unidade de força 1.6 16V é quase sempre solícita. Na estrada, seus 16,8 kgfm com etanol disponíveis aos 4.500 giros mostraram-se capazes nas acelerações, quando o Idea respondeu de forma satisfatória, indo de zero a 100 km/h em 11,1 segundos. Mas a performance é comprometida pelo motor, que não trabalha bem abaixo de 2 mil giros. Nas primeiras relações, é preciso esticar bastante para evitar que o Idea perca fôlego.

Nas retomadas, porém, o monovolume esbanjou mais disposição: recuperou o fôlego dos 60 km/h aos 100 km/h em bons 6,8 segundos, em quarta marcha. A postura do modelo nas retas, aliás, agrada pelo comportamento dinâmico. Só que com 1,69 metro de largura e 1,70 m de altura, o Idea não faz curvas com a segurança desejável. Em velocidades mais elevadas, a carroceria torce, deixando o modelo pouco firme e sem muito equilíbrio. No caso da versão Essence, os freios ABS proporcionam frenagens mais seguras, mas são opcionais, assim como os airbags frontais.

Quanto ao conforto, o Idea Essence é bem "essencial". Vem de fábrica com direção hidráulica, trio, computador de bordo, desembaçador de vidro traseiros, volante e banco do motorista com regulagem de altura e alerta de velocidade. A versão testada veio com todos opcionais possíveis, que, juntos, somam R$ 13.677 ao preço do carro, chegando a exagerados R$ 59.287. Na ampla lista estão faróis de neblina, rodas de liga leve de 15 polegadas, ar-condicionado, sensor de chuva, retrovisor eletrocrômico, quadro de instrumentos com visor em cristal líquido, sensor de estacionamento, vidros elétricos traseiros e CD Player com MP3, viva-voz, Bluetooth e entrada USB, ABS e airbags frontais e laterais dianteiros. De qualquer forma, o custo/benefício é um dos atrativos no modelo. O Idea tem melhor acabamento, desenho mais atualizado que a Chevrolet Meriva, além de contar com um motor mais moderno e potente.
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