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De AMG até o Vale do Silício

WM1 acelerou Mercedes-Benz GLE 450 AMG Coupé nos Estados mUnidos


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Não vejo no BMW X6 a sensualidade que muitos veneram. Reconheço, no entanto, que sobra imponência neste estilo ‘bombado freak’, que mistura porte de utilitário esportivo com carroceria levemente fastback, caracterizada pela queda dramática da coluna 'C'. O mais novo integrante deste clube, antes dominado pela marca bávara, é o Mercedes-Benz GLE Coupé, que acelerei por mais de 100 km em uma rota que liga a região central de São Francisco ao Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos.

Assim como acontece com o X6, o modelo da casa de Stuttgart não me encanta. Nem mesmo a esportividade visual da versão 450 AMG, disponível para o teste, despertou em mim sentimentos de afeto – apesar de as rodas escurecidas de liga leve de 21 polegadas (pneus 275/45 R21 na dianteira e 315/40 R21, na traseira) arrancarem adjetivos positivos. Rodas de 22 polegadas são opcionais.

Por dentro, o GLE 450 AMG Coupé segue a altíssima qualidade que um Mercedes exige, e que um AMG chancela. Os bancos são revestidos em couro e há peças em aço escovado na medida certa. E as peças em fibra de carbono complementam a esportividade que um representante de Grosspach, cidade natal de um dos fundadores da AMG, merece. Tudo está perfeitamente encaixado. Tem que estar com muito mal humor para achar um defeito...

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A posição ao volante é elevada.  Os ajustes do banco e da coluna de direção são elétricos.  Em segundos, ainda no estacionamento no subsolo do hotel, ‘visto’ confortavelmente o Mercedes tamanho G. Painel de instrumentos, console central, saídas de ar, comandos de climatização e até a tela de 8 polegadas da central multimídia são iguais aos de outros modelos da marca.

Freio de estacionamento elétrico desabilitado, GPS configurado para o QG da Mercedes no Vale do Silício, câmbio no drive e ganho as ruas de São Francisco. Na terra do Tio Sam, onde SUVs, minivans para sete ocupantes e as picapes heavy dutys são mais comuns que Volkswagen Gol no Brasil, o GLE passeia confortavelmente incólume.

Nem mesmo o aveludado ronco do motor 3.0 V6 biturbo a gasolina (injeção direta de combustível) de 367 cv de potência chama a atenção dos transeuntes. E quando dou uma patada no acelerador para acordar o ogro adormecido sob o capô e eu finalmente ser notado pelos pedestres e seus copos de café Starbucks, a única resposta que tenho é um belo coice dos 53 kgf.m de troque. Esta força está disponível já a 1.400 rpm.

Na maciota, rodando com o SUV na configuração Comfort do Dynamic Select, todo este vigor consegue ser contido. O ‘caminhar’ do 450 AMG é suave e extremamente agradável. A transmissão automática de 9 marchas (9G-Tronic) faz as mudanças quase que de maneira imperceptível, em uma faixa ideal de torque. O motor trabalha em baixas e econômicas rotações.

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Já na rodovia de pavimento exemplar e com seis faixas, as ‘tatuagens’ AMG nas laterais revelam a face oculta do GLE Coupé. Deixo a comodidade do modo Comfort e seleciono o Sport+, ignorando completamente a opção Sport. O temperamento do grandalhão muda. Das novidades, a mais perceptível é as mudanças de marchas, que passam a acontecer em rotações mais elevadas. Quando o tráfego pesado dá uma folga, piso fundo e o ‘bólido’ ganha velocidade rapidamente, e sem dificuldades. E sempre transmitindo uma sensação de calmaria, mesmo quando estamos a mais de 160 km/h. O único sinal de que estamos rápidos é a direção elétrica, que fica sensivelmente mais firme, direta e precisa.

A tração integral 4Matic é configurada para despejar 60% da força nas rodas traseiras, e apenas 40% na dianteira. Este setup deixa o 450 levemente mais esperto que os irmãos, que utilizam a mesma tecnologia, mas com distribuição 50/50 do torque entre os eixos. Os controles eletrônicos de estabilidade e tração estão de vigília.

A suspensão atua muito bem ao absorver com mestria as poucas e suaves - comparadas com as vias brasileiras - imperfeições do asfalto. No entanto, poderia ser ligeiramente mais firme para praticamente zerar a inclinação da carroceria, especialmente nas frenagens mais fortes proporcionadas pelos eficiente discos de 375 mm na dianteira e 345 mm, na traseira - ambos auxiliados pelo ABS e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem). E as pinças contam com a insígnia AMG. Ponto positivo para a tecnologia Airmatic, que, de acordo com a opção escolhida pelo motorista a partir do Dynamic Select, fica mais ou menos soft.

Infelizmente, neste roteiro, as estradas sinuosas foram banidas e não consegui beliscar alguns limites. Fica para a próxima.

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Chego ao Vale do Silício inteiro, após pouco mais de 50 minutos. Apesar da esportividade latente, o conforto em nenhum momento me abandonou. A central multimídia não tem tela sensível ao torque, o que me obrigou a ‘treinar’ a mexer no seletor do console central. Tudo é muito intuitivo, porém nada mais prático que tocar a ponta do indicador na tela e escolher a função que se deseja – especialmente quando pretende escrever o endereço de uma rua. O sistema de som é bala! Harman Kardon de 830 watts de potência.

CONCLUSÃO

Você deve estar se perguntado: “Beleza Monegato, mas quanto custa o brinquedo?” A primeira coisa que você precisa saber é que o GLE 450 AMG Coupé não está à disposição no Brasil.  Nos EUA, o valor inicial parte de US$ 65.100 – aproximadamente R$ 210 mil, valor completamente fora da nossa realidade, já que o GLE Coupé de entrada vendido aqui no País, o 400 4Matic, sai por R$ 427.900. Porém, independente do preço, é um carro entrega um desempenho minimamente bom para um ‘garoto’ AMG e o requinte típico de um Mercedes-Benz. Não surpreende. Minha única ressalva é mesmo o visual, mas aqui é uma questão de gosto.

E ai, qual sua opinião?

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