Citroën C6, a volta francesa aos sedãs de luxo

- Lançado na Europa em maio de 2006, desde o início deste ano está à venda no Brasil o C6, que marca a volta da Citroën ao segmento de sedãs grandes. Trata-se também do mais luxuoso produto da fabricante francesa, que vem disputar mercado entre modelos sofisticados como Mercedes-Benz E 350, BMW 535i, Audi A6, Jaguar S-Type e Volvo S80.

As ambições da Citroën são modestas, embora a ousadia das linhas do C6 faça pensar o contrário. O objetivo da oferta do C6 no Brasil é agregar valor à marca, não exatamente disputar mercado. Apresentando o carro como uma opção a mais a quem já teve um dos concorrentes acima, a Citroën pretende vender 50 unidades do C6 por ano. Até o momento foram vendidos 3 deles – dois em Florianópolis, um em São Paulo.

Fabricado em Rennes, na França, o C6 compartilha a plataforma com o C5, que permanece à venda no País. Mais simples, o “irmão menor” tem versões sedã e perua com motores quatro-cilindros/2 litros e V6/3 litros. Seu preço fica próximo de R$ 150.000,00, bem mais barato do que o C6.

O motor V6 é outro ponto em comum entre C6 e C5. Mas no sedã grande, que custa R$ 230.000,00, a Citroën fez modificações no coletor de escapamento e no gerenciamento eletrônico. De acordo com a fábrica, o resultado foi potência e torque aumentados em 2%, sendo agora de 215 cv a 6.000 rpm e 29,6 kgfm a 3.750 rpm, na ordem.

É repleto de itens sofisticados não só para conforto, mas também para segurança. Ativado por sensores no pára-choque dianteiro, seu capô levanta-se e recua em caso de atropelamento, de forma a minimizar os danos ao atropelado. Há nove airbags, distribuídos na dianteira, laterais, tipo cortina e um exclusivo para os joelhos do motorista. Como no Audi A6, há luzes permanentes para uso diurno DRL, daytime running lights em inglês. Liga-se o carro e esses faróis se acendem automaticamente – sem que se acendam também as lanternas traseiras. Acesos os faróis, que são de xenônio nos fachos baixo e alto, ambos direcionáveis acompanham, até determinado grau, o movimento do volante, iluminando o interior de curvas, apagam-se as luzes DRL.

A suspensão é independente nas quatro rodas, com braços triangulares superpostos na dianteira e tipo multibraço na traseira. O conjunto é equipado com o mesmo sistema Hydractive sistema hidropneumático, o mesmo do C5, absorve com suavidade as irregularidades do piso e pouco transmite ao volante. Tem função “Sport”, em que se enrijece um pouco para atender às expectativas de maior esportividade, e 16 níveis de amortecimento, ativados automaticamente pelo gerenciamento eletrônico. É equipado com sistema de freios antitravamento ABS, com distribuição eletrônica das forças de frenagem EBD, controle de tração ASR e auxílio à frenagem de emergência AFU.

Seu câmbio é automático de 6 marchas, fabricado pela Aisin, com acionamento seqüencial. Tem marchas longas, como é de esperar num carro desses. A 120 km/h, o motor está trabalhando a apenas 2.100 rpm, com o câmbio em utilização convencional. Acionando-se a tecla “S”, entra o modo esportivo, que confere respostas mais rápidas, ágeis e eleva o giro do motor – à mesma velocidade, o conta-giros está a 3.100 rpm. Seu funcionamento é perfeito, reduzindo marchas em frenagens freio-motor e adaptando-se também automaticamente ao estilo de dirigir do motorista.

Na tampa traseira está localizado um defletor aerodinâmico que tem três estágios de funcionamento. Da posição inicial, ergue-se pouco a 65 km/h e chega à altura máxima a 125 km/h. Neste ponto atua com a suspensão, que se abaixa automaticamente 10 mm em relação à posição normal de rodagem. Assim há mais pressão aerodinâmica na traseira, o que colabora para maior estabilidade.

Verdadeiro 4 lugares, o C6 oferece ótimo espaço traseiro para duas pessoas apenas. E haja espaço. Com 2,90 metros de distância entre eixos, essa é a característica que mais chama a atenção no grande sedã. Colaboram para o alto nível de conforto o assoalho quase plano, as saídas de ar com regulagem independente da velocidade do ventilador e os vidros laterais duplos, com camada intermediária de polímero especial que tem duas funções: evitar que o vidro estilhace pelo impacto de uma pedra, por exemplo, e diminuir o nível de ruído a bordo. De fato, cruzando a mais de 150 km/h ouve-se pouco ruído aerodinâmico, e só.

Mesmo os pneus de perfil baixo 245/45 R18, montados em rodas de 18 polegadas, que poderiam transmitir alguma vibração e aspereza ao volante, cumprem somente outro papel: garantem a estabilidade e a disposição elegante do C6 a fazer curvas e tornar-se mais, digamos, “esportivo”. Seu estepe é convencional, mas com roda de 17 polegadas.

Completo em equipamentos, traz freio de estacionamento com acionamento elétrico – por meio de tecla no console central –, ar-condicionado com duas zonas de resfriamento e saída para os bancos traseiros, tela para projeção de informações no pára-brisa, toca-CD com leitor de MP3 e disqueteira para 6 discos no porta-malas, regulagem elétrica dos bancos dianteiros sistema de conexão sem-fio Bluetooth para telefone celular. Marca da paixão francesa pelo fumo, há dois acendedores de cigarro para o banco traseiro.

Há apenas dois opcionais. O primeiro, chamado “Pack Lounge”, custa R$ 5.000,00 e melhora ainda mais esse conforto todo. Por esse preço têm-se regulagens elétricas para os bancos traseiros, que se reclinam e permitem melhor acomodação numa viagem longa – uma vocação natural do C6 – e do banco do passageiro dianteiro longitudinal. O segundo é teto-solar, que custa R$ 3.500,00. São apenas três as cores disponíveis para o C6: prata, grafite e preto. Audi A6

BMW 530i

Jaguar S-Type

Mercedes-Benz E 350

Volvo S80

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