Citroën C4 Pallas x Honda Civic LXS

Sedã Citroën mostra-se à altura do rival Honda


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Luís Figueiredo
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- Em seu lançamento no ano passado estava anunciado: o Honda Civic logo dominaria o segmento de sedãs médios. E é exatamente isso o que acontece este ano, em que o modelo já vendeu 29.411 unidades até a primeira quinzena de setembro dados da Fenabrave. Para tentar pará-lo a concorrência tem suas táticas, como tornar o Corolla flexível em combustível recuperou-se e é o segundo colocado.

A Citroën, que tem registrado números de crescimento bem acima da média do mercado foram 28% ano passado, aposta no sedã C4 Pallas. De acordo com a empresa, a aceitação do modelo foi excelente e já tinham sido feitas 1.200 encomendas antes mesmo de seu lançamento. A fábrica pretende vender 2.000 unidades por mês do sedã produzido na Argentina. Além de roubar mercado de outros segmentos, terá que tirar de quem já está estabelecido, e sempre quem primeiro perde é o líder. A questão é: ele está à altura do Civic? Sim, está. E, em vários aspectos, é bem melhor do que o concorrente.

O C4 Pallas engana na aparência, transmitindo imagem de ser maior e mais robusto do que o Civic. Mas é um médio-compacto, tal qual o concorrente da marca japonesa. Na linha Citroën está colocado abaixo do C5, que inclusive tem opção de motor V6, ausente no Pallas. Os modelos praticamente se igualam em distância entre eixos, de 2,71 metros no franco-argentino, 2,70 m no Honda. Em bitola há inclusive vantagem do Civic, com 1.492 mm na dianteira 1.489 mm no Pallas e 1.521 mm na traseira ante 1.501 mm.

As demais medidas também entregam sua semelhança. De largura, o Pallas tem 1,77 metro ante 1,75 m do Civic; de altura o Citroën tem 1,51 m, enquanto o Honda mede 1,45 m. Em comprimento há substancial diferença a favor do C4, que acaba impactando num item relevante para sedãs: o tamanho do porta-malas. Com 4,77 metros, o Pallas oferece 580 litros de capacidade no compartimento, cuja tampa tem dobradiças pantográficas, do tipo que não rouba espaço. O porta-malas do Civic é o menor entre os concorrentes do segmento, com apenas 340 litros – e a tampa tem os chamados “pescoços de ganso”, que roubam espaço.

O desenho de ambos é arrojado, mas frente ao Civic o C4 exibe caráter mais sóbrio. Seu desenho cobra outro preço: a frente raspa com facilidade em valetas. Por outro lado, embora ambos sofram desse mal, o Civic tem a coluna dianteira “A” mais larga e inclinada, atrapalhando a visibilidade.

O Pallas parte de R$ 64.990,00 e sai de fábrica bem equipado. O modelo avaliado foi o GLX com pacote “BVA”, e custa R$ 70.290,00. Traz de série airbag duplo, freios a disco nas quatro rodas com sistema antitravamento ABS, distribuição das forças de frenagem EBD e assistência à frenagem de emergência AFU. Vem ainda com computador de bordo, retrovisores, travas e vidros elétricos estes com acionamento um-toque nas quatro portas, direção com assistência elétrica, toca-CD com leitor de MP3 e o perfumador de ambiente, mimo exclusivo. O aparato é instalado ao lado do difusor de ar central. São nove fragrâncias disponíveis em cartuchos – em nada afeta o desempenho do carro, mas mantém seu interior com aroma agradável.

O Civic é mais barato, com preço inicial de R$ 62.860,00 R$ 64.430,00 na versão Flex. Oferece quase todos aqueles equipamentos, ficando de fora o computador de bordo, disponível apenas na versão de topo EXS, e o perfumador.

Em curvas os modelos são igualmente bons, embora o Civic tenha comportamento mais esportivo e firme, para o que colaboram os pneus de perfil mais baixo, 205/55 R16. O modelo Honda agrada pela suspensão independente nas quatro rodas, que permite melhor controle ainda que haja buracos na pista. Na dianteira é tipo McPherson e na traseira há braços triangulares superpostos. O C4 Pallas segue a tradição Citroën e tem muito “chão”, agradando mesmo a quem busca pouco mais de desempenho, embora não atinja o nível do concorrente e incline mais a carroceria. E por ter eixo de torção na traseira McPherson na dianteira, além de ser mais comprido, seu comportamento é pouco inferior e mais macio, priorizando o conforto. Nisso o Citroën se destaca, absorvendo bem as irregularidades do piso, inclusive pelos pneus mais largos e altos 215/55 R16.

O Civic é mais esportivo também pela posição de dirigir, em que o motorista pode se sentar mais baixo e perto do chão do que no C4 Pallas. A direção do Honda colabora para essa esportividade, sendo bastante rápida em respostas – dependendo do motorista, até rápida demais; pequenos movimentos alteram a trajetória do carro. A solução do miolo do volante fixo no C4 Pallas causa estranheza no início, mas é muito interessante e prova-se realmente prática. Só não gosta quem segura o volante do jeito errado, invertido, por dentro do aro...

Em espaço para passageiros ambos se destacam, garantindo conforto para os ocupantes – mas no banco de trás duas pessoas vão bem melhor do que três. Embora no Civic o assoalho seja plano, o que permite acomodar um terceiro passageiro no centro do banco com algum conforto. Em compensação, há saída de ar para o banco traseiro no Citroën, com regulagem independente de velocidade. Quanto mais alta, no entanto, mais ruidoso é o ventilador, característica não encontrada no Civic, que é mais silencioso.

No dia-a-dia do trânsito urbano, por pesar 1.409 kg o Citroën C4 Pallas é algo lento em saídas, demorando mais a ganhar velocidade. O Civic, além de ser 154 kg mais leve 1.255 kg, tem câmbio de 5 marchas. Ter uma relação a mais permite melhor escalonamento e conseqüente maior aproveitamento da força produzida pelo motor.

O câmbio do C4 Pallas possui modo de operação manual, mas o melhor é utilizá-lo no automático e aproveitar a tecnologia que o adapta ao modo de condução. Há muitas restrições que tolhem a liberdade do motorista em efetuar as mudanças como quiser. Por ter uma relação a menos, a 120 km/h o regime de rotação do motor é mais elevado e o conta-giros marca 3.200 rpm. À mesma velocidade, o Civic está trabalhando a apenas 2.400 rpm. Embora ambas as fábricas não divulguem seus números de consumo, pode-se esperar por dados piores no Citroën, tanto pelo câmbio quanto pelo maior peso.

Motor do Civic é mais eficiente, extraindo potência de 140 cv a 6.300 rpm de 1,8 litro de cilindrada – o que dá 77,7 cv por litro. Isso graças à aplicação da tecnologia VTEC de variação do comando de válvulas, que também lhe garante grande elasticidade. O motor 2-litros do C4 Pallas conta com variação de fase na admissão e tem potência de 143 cv a 6.000 rpm, o que dá 71,5 cv/l. O motor Citroën compensa no torque máximo, de 20,4 kgfm a 4.000 rpm; no Civic são 17,7 kgfm a 4.300 rpm – sorte do Honda ser mais leve e ter uma marcha a mais. O tanque do Pallas admite 10 litros a mais de combustível, com capacidade para 60 litros.

Se o Nissan Sentra 3.042 unidades vendidas até a primeira quinzena de setembro fica devendo ao Civic, o C4 Pallas é um grande concorrente. Resta saber se as previsões de Sergio Habib, presidente da Citroën no Brasil, vão se concretizar. Ele andou acertando as últimas que fez...Chevrolet Vectra

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