Chevrolet Cruze Sport6

Chevrolet Cruze Sport6 volta ao jogo

Antes 'carta fora do baralho' entre os hatches médios, modelo renasce para bater de frente com VW Golf e Ford Focus

8.9

Overview

O novo Chevrolet Cruze Sport6 é completamente diferente do anterior. O novo conjunto mecânico, representado pelo motor 1.4 Turbo, e o interessante custo-benefício em relação aos concorrentes colocam o modelo de volta à briga entre os hatches médios.


  • + Novo motor 1.4 16V Ecotec Turbo
  • + Preço competitivo em relação aos concorrente
  • - Acabamento interno com algumas peças mal encaixadas
  • - Função Start-Stop não pode ser desabilitada
 
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A Chevrolet acertou em colocar a letra ‘R’ à frente da palavra ‘evolução’ ao conceber o novo Cruze Sport6, hatch que chega ao mercado brasileiro com preço inicial de R$ 89.990. Diante de concorrentes que se modernizaram em todos os sentidos – mecânicos, tecnológicos e de design -, como Ford Focus e Volkswagen Golf, o velho Sport6 era apenas um coadjuvante. Melhor dizendo: mero figurante...

Agora as coisas estão diferentes. O Sport6 quer ser protagonista. E reúne atributos para isso. A começar pelo conjunto mecânico azeitado: motor 1.4 16V EcoTec Turbo (quatro cilindros com injeção direta de combustível) e transmissão automática de seis marchas. É exatamente o mesmo do sedã – que já tinha me agradado. São nada impressionantes 153 cv de potência máxima (etanol), mas interessantes 24,5 kgf.m de torque a partir de 2.000 rpm, sendo que 90% desta força aparece a cerca de 1.200 giros, entregando boas saídas e retomadas interessantes mesmo a baixas rotações.

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A transmissão automática é a mesma da geração anterior do Cruze hatch, mas com a central eletrônica reprogramada para atender à demanda de um propulsor turbo. O comportamento é extremamente agradável, principalmente quando estou ‘taxiando’ (passeando) na pista de provas da Chevrolet em Indaiatuba, interior de São Paulo. As mudanças de marchas acontecem suavemente e são praticamente imperceptíveis. Uma união realmente estável. Ao buscar uma direção mais esportiva, o câmbio também não faz feio, mas poderia ir além. Quando piso fundo no acelerador, a caixa poderia entender mais rápido a necessidade de entregar força e fazer a redução mais rapidamente.

O ponto negativo fica para a falta de aletas atrás do volante para trocas manuais. O Sport6, mais do que nunca, sugere – e entrega – uma condução mais ‘apimentada’. E o paddle shift poderia ser o tempero extra, mas não está disponível nem mesmo como opcional. Trocas apenas pela manopla.

 Novo Chevrolet Cruze Sport6
Novo Chevrolet Cruze Sport6
Legenda: Novo Chevrolet Cruze Sport6
Crédito: Novo Chevrolet Cruze Sport6
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Neste exato momento você deve estar pensando: “se possuem o mesmo conjunto mecânico, Cruze sedã e hatch têm o mesmo comportamento ao volante!” Antes de acelerar o Sport6, meu feeling diria a mesma coisa. A Chevrolet, no entanto, mexeu em dois pontos que os deixaram perceptivelmente diferentes: suspensão e direção.

A suspensão do hatch está mais rígida, apesar de ter exatamente a mesma construção da do sedã – independente na dianteira, tipo McPherson, e semi-independente com eixo de torção na traseira. As batidas em buracos são mais secas, principalmente em velocidades mais elevadas. Quando pisei forte no freio antes de entrar nas curvas, o efeito ‘mergulho’ foi praticamente zero e mesmo abusando um pouco mais da velocidade nas curvas, a inclinação da carroceria também não incomodou. Ponto para a engenharia da Chevrolet!

Chevrolet Cruze Sport6
Chevrolet Cruze Sport6
Crédito: Chevrolet Cruze Sport6
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Chevrolet Cruze Sport6
Chevrolet Cruze Sport6
Crédito: Chevrolet Cruze Sport6
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Com este setup da suspensão, o Sport6 fixou um carro muito obediente. A traseira parece deslizar sobre trilhos e a frente arrasta muito pouco, mesmo o Cruze sendo tração dianteira. Os controles de tração e estabilidade são de série, mas atuam de maneira pontual. Como o Sport6 tem muito ‘chão’ (roda sincero pelo asfalto), ela atua somente quando o motorista dá sinais claros de que está disposto a passar do ‘Deus me livre’ para fazer besteira. Para quem gosta de dirigir, esta personalidade permissiva é excelente, pois autoriza brincar mais com as reações do ‘bólido’.

Já a direção elétrica foi recalibrada. Na realidade, a Chevrolet deixou o volante com um comportamento mais pesado e preciso. A tocada em uma sequência de curvas é muito mais cirúrgica.

VISUAL

O novo design do Cruze hatch me agradou – e olha que o desenho do anterior era interessante. A traseira está com personalidade, com um discreto spoiler, um difusor amplo e lanternas horizontais marcantes. Poderia trabalhar com uma saída dupla de escape. A dianteira, em linhas gerais, é igual à do sedã, mas detalhes de acabamento – como a textura da grade frontal – e um discreto spoiler. As rodas de liga leve de 17 polegadas são escurecidas e ‘calçam’ pneus 215/50 R17.

O interior copia o do sedã, o que não conta com minha aprovação. A começar por alguns materiais que poderiam ser mais agráveis ao toque, como plástico emborrachado, e por um melhor encaixe de determinadas peças – um veículo que parte de R$ 89.990 e que passa dos R$ 110 mil não pode ter folgas. Precisão é fundamental. Os tons claros de cinza também não me apetecem nas versões LTZ e LTZ+ - está última avaliada por mim. O preto da LT deveria ser padrão para todas as configurações, inclusive para o sedã.

Chevrolet Cruze Sport6
Chevrolet Cruze Sport6
Crédito: Chevrolet Cruze Sport6
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Os bancos e o volante são revestidos em couro. No caso do assento do motorista as regulagens são elétricas, e a coluna de direção tem ajustes manuais de altura e profundidade. Fato: o Sport6 é um carro fácil de se vestir. De se sentir no sofá de casa. O volante é multifuncional e reúne botões tanto na parte diante – do controlador de cruzeiro, que não é adaptativo – e atrás, onde deveriam estar os paddle shift, há botões para comandar o som...

Aproveitando o gancho, a central multimídia é MyLink de segunda geração e conta com tela de 8 polegadas sensível ao toque. Tem sistema de navegação por GPS e é compatível com Android Auto e Apple CarPlay. Também está disponível o OnStar – veja mais sobre o serviço.

 Chevrolet Cruze Sport6
Chevrolet Cruze Sport6
Legenda: Chevrolet Cruze Sport6
Crédito: Chevrolet Cruze Sport6
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O Sport6 LTZ+ é equipado com airbags frontais, laterias e de cortina, ISOFIX para fixação de cadeirinha infantil, sistema Start-Stop (que não pode ser desligado, o que, certas horas, irrita), alerta de colisão, alerta de veículo no ponto cego, auxiliar de estacionamento, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem, carregador de smartphone wireless, entre outros.

O espaço interno do Cruze hatch é muito bom. Com 4,44 metros de comprimento, modelo tem a mesma distância entre os eixos da versão sedã, com 2,70 metros. É muito confortável ser passageiro no Sport6. O ponto negativo, principalmente em relação ao três-volumes – como não poderia ser diferente – é o porta-malas com capacidade para apenas 290 litros.

CUSTOS

Com relação aos valores do seguro, o Cruze Sport6 apresentou valores competitivos. A apólice média ficou em R$ 4.130 e a franquia em R$ 3.650, de acordo com o Autocompara. Como comparação, o Focus hatch topo de linha ficou com valores de R$ 4.345 (seguro) e R$ 3.520 (franquia). Já com relação ao Golf 1.4 Highline, os valores ficaram muito mais vantajosos, já que o seguro para o Volkswagen ficou em R$ 6.765 e a franquia em R$ 6.270.

Preços das Revisões Periódicas

10.000 km ou 12 meses

R$ 384,00

20.000 ou 24 meses

R$ 596,00

30.000 km ou 36 meses

R$ 388,00

40.000 km ou 48 meses

R$ 636,00

50.000 km ou 60 meses

R$ 388,00

60.000 km ou 72 meses

R$ 1.036,00

CONCLUSÃO

O novo Cruze Sport6 é uma revolução, e não uma mera evolução em comparação à geração anterior. O preço – apesar de caro – é competitivo se levarmos em relação aos concorrentes Golf 1.4 TSI Highline, que parte de R$ 105.870 na versão automática e pode chegar a R$ 140.238, e Ford Focus 2.0 hatch, que tem preço inicial de R$ 94.400 e bate nos R$ 110.700. E com design é atual, recheio em termos de equipamentos tão bom quanto dos demais e – o mais significativo – conjunto mecânico completamente revisto com a adoção do motor 1.4 Turbo, a Chevrolet, finalmente, volta a ter um representante de (muito) respeito entre os hatches médios. 

  • No Bolso8.9
  • Tecnologia9.4
  • Vida a bordo8.5
  • Desempenho9.0
  • Opinião do repórter8.9
  • + Novo motor 1.4 16V Ecotec Turbo
  • + Preço competitivo em relação aos concorrente
  • - Acabamento interno com algumas peças mal encaixadas
  • - Função Start-Stop não pode ser desabilitada
 
8.9

  • Marcelo Monegato
  • Jornalista automotivo especializado em produtor. Com passagens por Portal G1, Volkswagen e revista Autoesporte, cobriu diversos eventos internacionais para a Webmotors. Hoje, além de testar carros e analisar o mercado, é estrategista de conteúdo do WM1.
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