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Aceleramos o McLaren 570 GT

Superesportivo é equipado com motor 3.8 V8 biturbo


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A McLaren adicionou um ‘Touring Deck' (espaço a mais) à traseira do 570S criando, assim, o 570GT — um 'gran turismo' ligeiramente mais requintado, de laterais mais suaves e mais funcionais. Porém, tudo isso é muito relativo, uma vez que ele é alimentado pelo mesmo 3.8 V8 twin-turbo, menos potente que o 570S. Ele é sensacionalmente rápido e a transmissão extremamente eficiente.

Foi no pit lane do Autódromo International do Algarve, circuito localizado em Portimão, Portugal, em outubro de 2015, quando eu disse a Pete Sell, especialista de produto da McLaren, que minha única ressalva quanto ao projeto do então novo 570S era em relação à traseira um pouco barulhenta.

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Parece que a McLaren estava ouvindo, ou, o mais provável, que alguém da McLaren teve o mesmo pensamento antes de mim. Mesmo para uma empresa cujas raízes estão fincadas na Fórmula 1, acrescentar uma nova traseira 'Touring Deck' – desenvolver e validar revisões em aerodinâmica — não é o trabalho do momento.

Revelado em janeiro no exclusivo Hurlingham Club de Londres, na Inglaterra, dirigimos o 570GT em maio e, ao contrário do lançamento comparado ao 570S, aparentemente, não há uma pista à vista. Parece que a McLaren leva a sério o nome GT, porque, tão diferente de cada lançamento anterior, não há áreas zebradas, áreas de escape e pit lanes. A compensação para isto vem na forma das estradas de Tenerife, a maior e mais populosa das sete Ilhas Canárias, na Espanha. Turistas da ilha espanhola talvez não entendam a razão deste local como o de lançamento do GT para a imprensa especializada. Afinal de contas, a regra número um de apresentações para a mídia automotiva é que os GTs devem ser conduzidos exclusivamente no belíssimo sul da França.

A questão é que se trata de um cenário maravilhoso das ilhas vulcânicas — e mais especificamente a TF-2, uma das estradas mais espetaculares da Europa, que acompanha os contornos em torno do Pico Del Teide, vulcão de aproximadamente 7.500 metros de altura localizado sobre o leito oceânico, o pico mais alto da Espanha, e das ilhas do Atlântico, que deu origem à ilha.

O Touring Deck, ostensivamente acrescentado em uma tentativa de aumentar a utilidade do 570GT, de fato acrescenta um pouco ao espaço interior —220 litros a mais, se é que isso é importante. É possível usar a janela de vidro lateral articulada para acessá-lo, embora estes 220 litros não tenham muita utilidade, principalmente se você quiser manter boa visibilidade traseira olhando pelo retrovisor interno.

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Ainda assim, passa a sensação de uma cabine mais leve e mais espaçosa, auxiliada por um teto solar de série. Independentemente disso, todas as alterações colaboram para um carro Super Série da McLaren muito mais estilizado e coerente que os anteriores. A aerodinâmica modificada exigiu um novo spoiler ao longo da borda traseira, deixando o 570GT ficou muito mais elegante em relação ao 570S.

Há também mais carroceria, em vez de cores contrastantes. O efeito não é transformador, mas inegavelmente mais sutil. E pensar que criticamos os primeiros carros de estrada da McLaren por serem demasiadamente comuns.Com o 570GT, sem dúvida, a McLaren encontrou desenho agradável, embora alguns adorem a aparência do 570S. E isso é uma coisa boa.

A marca britânica vê como seu rival natural o Porsche 911 Turbo, em oposição ao principal concorrente do 570S, o Audi R8 V10 Plus. Ele é ainda loucamente veloz, apenas um pouco mais ‘amigável’ — tanto quanto pode ser descrito um carro de motor central V8 bi-turbo de 570 cv de tração traseira.

McLaren 570 GT
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Crédito: McLaren 570 GT
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A direção, para melhor atender à imaginação da McLaren de que os clientes irão facilmente usá-la para condução rápida, teve a calibração refeita. A McLaren diz que é um pouco menos nervosa do que a do 570S, ganhando em precisão. Transmite também a sensação de repostas rápidas. A persistência da McLaren em direção hidráulica, bem como na estrutura de fibra de carbono MonoCell II super-duros do 570GT, contribuem para isto.

As diversas configurações dos controles eletrônicos de condução foram otimizadas. O controle de tração está bastante presente, inibindo tração máxima para as rodas traseiras. É possível sentir um pouco uma queda de braços com o motor V8 bi-turbo.

A marca britânica vê como seu rival natural o Porsche 911 Turbo, em oposição ao principal concorrente do 570S, o Audi R8 V10 Plus

Com a seleção do modo ESC Dynamic —possível somente quando em 'drive' nos modos Sport ou Track —, toda a força do motor de 3.8 mais prontamente acessível, e o equilíbrio inerente mais facilmente explorado do chassi, transformam o GT.

As muitas opções de configuração trazem uma certa frustração. As alterações efetuadas são marcantes, mas é uma pena que não haja atalhos — como na BMW M –, permitindo facilidade de escolha e rápido acesso a um modo de condução.

McLaren 570 GT
McLaren 570 GT
Crédito: McLaren 570 GT
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McLaren 570 GT
Crédito: McLaren 570 GT
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O modo automático e SSG ( Seamless-Shift Gearbox ) mostrou-se suave e perspicaz. No entanto, tão bom como é, não podemos aceitar nenhuma situação exceto em tráfego muito pesado.

O nível de tração é alto, embora os limites de fácil leitura permitam o máximo de inclinação da carroceria na medida em que se sente confortável ao fazer uma curva no modo ESC Dynaminc. A estabilidade oferecida com irrestrita liberdade de ação dos limites eletrônicos é fora do comum, o que aliada à incrível sensação da direção faz o carro não muito diferente de um Lotus Elise, mas com 570 cv.

Tem a mesma destreza de comando, e uma notável capacidade para encarar asfalto irregular. Mas a qualidade de condução do 570GT é profundamente impressionante também para um passeio um pouco mais acolhedor, através de uma redução de 15% e 10% das molas dianteiras e traseiras, respectivamente.

A direção, para melhor atender à imaginação da McLaren de que os clientes irão facilmente usá-la para condução rápida, teve a calibração refeita

De série, o GT traz discos de ferro, embora todos os carros de lançamento estejam com discos de carbono-cerâmico, opcionais para enfrentar o abuso com o qual teriam que lidar ao longo do lançamento.

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Como ocorre com o 570S, não há dúvida quanto a potência de frenagem, mas estamos interessados em dirigir o 570GT com seus freios padrão em breve – tendo as demais alterações do 570GT feito pouco para realmente roubar intensidade da sua comparação mais esportiva com o 570S.

A questão é, tão sensacional quanto o 570GT poderia ser, o fato de o 570S alcançar 100 km/h em 0,2 segundos a menos, ou seja, em 3,2 segundos, e ser um pouco mais ruidoso e mais veloz - além de custar mais caro — nos faz pensar que pouca coisa mudou.

Considerando esta a última vez que peço algo, o que você acha de um 570GT com a direção, suspensão e ESC do 570S? Você também poderia chamá-lo de 570GTS... Faça isso, e ficaria simplesmente perfeito.

 

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