A Nissan pega uma carona nos Jogos Olímpicos, do qual é patrocinadora, para injetar sustentabilidade em sua imagem. Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, o CEO da fabricante japonesa, Carlos Ghosn, mostrou dois novos carros-conceito ecologicamente corretos, sendo um bem adequado ao mercado brasileiro.
Apresentado globalmente, o furgãozinho e-Bio é um protótipo que funciona por célula de combustível. Só que em vez de hidrogênio, usa bio-etanol, de origem de cana e milho, para gerar eletricidade e se movimentar. O modelo tem como base o NV200, veículo comercial elétrico que já roda na Espanha e que desde 2014 é utilizado pela empresa de entregas Fedex na capital fluminense.
O veículo é conceitual, mas encarado como uma excelente oportunidade de mercado pelo executivo. "O Brasil é o maior produtor de cana do mundo e seria um veículo adequado ao mercado. Tem custo de manutenção baixo e não demanda a criação de uma infraestrutura cara como o hidrogênio", explicou Ghosn.
A adaptação das células de combustível para receber etanol foi a solução mais viável criada pela engenharia da Nissan, e segue a filosofia de "mobilidade inteligente" que a marca quer propagar. "Não queremos só pensar em mobilidade inteligente. Queremos agir. E as tecnologias que irão prevalecer nesse sentido serão as que terão consenso entre os países", alerta o CEO do grupo Renault-Nissan.
Outro carro apresentado por Ghosn foi o Bladeglider. Revelado ao mundo durante o Salão de Tóquio de 2015, este esportivo elétrico se destaca pela posição central do motorista. Os outros dois passageiros vão na segunda fileira.
Produtos de fato e imediatos para o Brasil, porém, ficaram de fora da coletiva. Se há dois dias, Ghosn confirmou três novos carros da Renault para o Brasil (Kwid, Captur e Koleos), com a Nissan foi muito mais conservador.
O que se sabe é que o lote de 2.000 Kicks importados já foi vendido. O SUV compacto começa a ser produzido em Resende (RJ) no início do ano que vem.
Além disso os crossovers Juke e Qashqai devem dar o ar da graça no Salão de São Paulo, em novembro, além da nova geração da Frontier. A picape começa a ser produzida na Argentina em 2018, mas chega ainda este ano aqui, importada da Tailândia.
Colaborou Fernando Miragaya