Volvo XC60 agora bebe diesel no Brasil

SUV mais vendido da Volvo ganha motorização a diesel e tração AWD

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Karina Simões
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Por fora ele é o mesmo, exceto por um detalhe. Na tampa do porta-malas, a inscrição D5 AWD entrega que o utilitário esportivo XC60 agora é equipado com motor a diesel e volta a ter tração integral. Este é o primeiro veículo de passeio da Volvo com propulsor a diesel no Brasil. Segundo a marca sueca, ele veio para saciar uma demanda de clientes que só compram carros a diesel e, mais que isso, tirar uma fatia das vendas do Discovery Sport, único SUV premium da categoria que bebe o derivado de petróleo. 

O XC60 D5 chega às lojas em duas versões de acabamento Kinetic e Momentum, ambas, até 30 de setembro, vendidas ao preço promocional de R$ 199.950 e R$ 224.950, respectivamente. Depois desta data, as versões passarão a custar R$ 215.950 para a de entrada e R$ 241.950 para a topo de linha.

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O visual do SUV continua o mesmo, ouso dizer que ele está um pouco cansado até. Ouso, novamente, dizer que o vigor de sua nova motorização colocou este “detalhe” em segundo plano. Rodamos 480 quilômetros com o XC60, mato adentro, cortando trechos sinuosos de asfalto e algumas das místicas serras de Minas Gerais. Estivemos cercados por diferentes cenários e, melhor que isso, diferentes pavimentos. 

Mais potente entre seus concorrentes diretos, o motor 2,4 litros, turbodiesel, de cinco cilindros, gera 220 cv e 44,87 kgf.m de torque máximo. O que impressiona é que essa força chega cedo, entre 1.500 e 3.000 rpm, garantindo um ótimo fôlego enquanto o motor trabalha em baixas rotações. E a parte boa é que isso favorece a economia de combustível. De acordo com dados do Inmetro, o XC60 D5 recebeu classificação “A” do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, com consumo de 9,5 km/l na cidade e 12,4 km/l em estrada. Com um tanque de combustível que leva 70 litros, a Volvo garante autonomia de 868 quilômetros para o SUV.

O câmbio é automático de seis velocidades, com trocas muito suaves. No modo drive, a tocada é conservadora, priorizando o conforto. Se você não gosta de monotonia basta colocar a alavanca para a esquerda, no modo S, para que o carro adote outro comportamento. A diferença é nítida, mas caso você prefira estar no comando, faça as trocas você mesmo pelas aletas atrás do volante. Mesmo pesando 1.903 kg, o desempenho do motor não deixou a desejar em situações de serra ou ultrapassagens.


A posição de dirigir continua correta e confortável para motoristas de qualquer estatura, já que o teto é alto e o banco tem regulagens elétricas. A direção é direta e o cockpit tem acabamento sóbrio, com materiais de primeira e é voltado para o motorista. No entanto, nenhuma das qualidades me chamou tanta atenção quanto o silencio a bordo.

O trabalho que a Volvo realizou no isolamento acústico do XC60 é fantástico. Zero vibrações e um ruído distante que só aparece quando passamos dos 3 mil giros. Fácil esquecer que se trata de um propulsor a diesel. 

Sem dó, a Volvo colocou seu utilitário à prova pelas estradas de terra da Serra do Espinhaço, entre Catas Altas e Santa Bárbara, e depois, pelas “terras” esbranquiçadas da Serra do Cipó. Certamente a montadora topou o percurso porque o XC60 a diesel é equipado com tração integral AWD, e não deixaria a gente na mão -desde 2011 o modelo não era oferecido com tração integral no Brasil. O SUV possui um diferencial central de acoplamento viscoso, que distribui a força eletronicamente nas quatro rodas de acordo com a necessidade. A tecnologia garante que o carro permaneça “nos trilhos” no uso no dia-a-dia e te livra de apuros caso tenha que enfrentar alguma situação leve no fora de estrada. 


O sistema de entretenimento conta com tela de 7” –que não é sensível ao toque– e entrada para DVD. Na versão que testei, a Momentum, o banco do passageiro também é elétrico, há câmera traseira de estacionamento, GPS com mapas em 3D e informações de tráfego em tempo real, além de um painel de instrumentos digital de 8” com uma interface caprichada e três modos de tela.Em comboio, rodamos por trechos onde a poeira era um talco espesso, onde mal se enxergava o carro da frente e uma conveniência foi o ar-condicionado digital de duas zonas que possui um sistema de controle da qualidade do ar. Na prática, isso quer dizer que sequer sentimos o cheiro daquela poeira que envolvia o carro todo.

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Entre os confortos oferecidos na versão de entrada, Kinetic, está o banco dianteiro elétrico com memória para o motorista, função start/stop, faróis de xênon com acendimento automático e controle direcional ativo, luzes de LED, piloto automático, freio de estacionamento elétrico e rodas de alumínio aro 18”.

Depois de muita estrada, chegamos ao Santuário do Caraça, um centro missionário de espiritualidade, religião e peregrinação, envolto em uma natureza densa. Além de nós, apenas pássaros e os animais que habitam o local. Um deles, o lobo guará, faz suas refeições diariamente na porta do santuário, mas naquela noite ele não apareceu. 

Segurança

Assim como o santuário reforça suas convicções de religião e cultura, a Volvo reforça sua meta, que a partir de 2020, ninguém morra em um carro da marca. Como rezar é bom, mas não dá para ficar esperando por milagres, para a montadora escandinava, segurança é primordial. De série, o SUV conta com o City Safety, um sistema que detecta a falta de reação do motorista diante de uma possível colisão e freia o veículo automaticamente, desde que o carro esteja em baixa velocidade. Além disso há sistemas que não conseguimos enxergar, como o WHIPS e o SIPS, que protegem os ocupantes

contra lesões na coluna cervical e de impactos laterais.

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O XC60 vem equipado com com seis airbags, controle avançado de estabilidade (ASC), controle dinâmico de estabilidade e tração (DSTC) e monitoramento de pressão dos pneus. Esse último pude testar sua eficácia, já que durante o teste tive problemas com o pneu dianteiro esquerdo. Antes que eu sentisse no peso da direção que o pneu estava furado, um aviso no painel me alertou e parei no acostamento. E antes de eu arregaçar as mangas para trocá-lo, solícitos ajudantes apareceram e rapidamente me ajudaram com o estepe. Quanta eficiência!

Caso isso aconteça com você e não apareçam ajudantes, é possível contar com o Volvo On Call, um serviço de segurança, proteção e conveniência que oferece assistência 24h, auxílio de emergência e localização, em caso de roubo ou furto. É mais ou menos o mesmo sistema que a Chevrolet passou a oferecer recentemente em seus carros no Brasil, o OnStar. No caso da Volvo, ele está integrado ao sistema de entretenimento Sensus Connect e você pode ficar conectado a seu carro através de um aplicativo no smartphone ou smartwatch e utilizar diferentes recursos, como por exemplo, abrir e fechar o carro remotamente, imobilizá-lo em carro de roubo ou ligar o ar-condicionado para ir refrigerando o veículo antes de você chegar. O serviço é gratuito por 2 anos, e paga-se R$ 1.249 anuais para renová-lo. 

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Por que trazer o motor a diesel para o XC 60?

Porque ele é o mais vendido. A cada quatro carros da Volvo produzidos no mundo, um deles é um XC60. No Brasil desde 2009, já são mais de 17 mil unidades vendidas. Se você curte o carro, mas não faz questão desta motorização, a Volvo oferece o XC60 T5, com motor mais potente, de 245 cv, que parte de R$ 170.950 na versão Kinetic. Sim, ele é mais potente e mais barato, mas vou explicar o porquê. 

Desde os anos 1970 nossa legislação restringe o consumo de diesel para veículos leves afim de reduzir a dependência ao petróleo importado, além de questões ambientais. Apenas veículos utilitários (caminhões, ônibus e picapes) com capacidade de carga superior a 1.000 kg, além de veículos com tração 4x4 podem usar o diesel, o que explica porque XC60 D5 é AWD. Veículos que rodam com o derivado do petróleo pagam IPI de 25%, enquanto modelos a gasolina pagam IPI de 13%, uma baita diferença que, obviamente, reflete no preço do carro.

O próximo modelo da Volvo vendido no Brasil a receber motorização a diesel é o irmão maior, XC90.

Entre os concorrentes, além do Discovery Sport a diesel, a Volvo está de olho no que ela chama de segmento expandido, que inclui o Toyota SW4 –que emplaca mais de 7 mil unidades ao ano. Hoje, a Volvo vende cerca de 2.500 unidades de XC60 com motor a gasolina anualmente (entre janeiro e julho deste ano, já foram vendidas 1.179 unidades). Quem escolhe a motorização a diesel, geralmente prioriza robustez e autonomia - ambos quesitos que o XC60 D5 provou ter durante nosso teste. Veremos, agora, se perante a concorrência o consumidor irá optar pelo escandinavo.

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