Primeiras impressões: Volvo XC90 Diesel

Famoso pela tecnologia semiautônoma, agora o Volvo XC90 está mais versátil e oferece motorização a diesel. O propulsor 2.0 biturbo de 235 cv está disponível a partir de R$ 369.950 e tem desempenho tão satisfatório que nem parece que você está guiando um veículo movido a diesel.

Isso porque o isolamento acústico foi tão bem acabado que não é possível ouvir sequer aquele ronco semelhante ao de caminhões e ônibus. O desempenho também pode ser considerado como positivo muito em função da tecnologia PowerPulse. Ela atua por meio de um compressor elétrico que comprime o ar e o armazena dentro de um reservatório. Ele é liberado quando o acelerador é acionado em regime abaixo de 2.000 giros, o que promove a reação instantânea do motor. Isso faz com que o motorista não sinta aquela sensação de turbo lag, quando o carro não arranca instantaneamente.

Por outro lado, o propulsor a diesel D5 Drive-E tem uma diferença sensível de performance perante o T6 Drive-E a gasolina de 320 cv. São, portanto, 85 cv de potência. Isso acaba se refletindo na aceleração 0 a 100 km/h. Enquanto o veículo a diesel cumpre a distância em 7,8 segundos, o utilitário a gasolina o faz em 6,5 s. Parece pouco, mas na prática, a diferença é enfática.

O interessante é que a conta é outra quando levamos em consideração o torque. Ele é maior no diesel, 48,9 kgf.m (entre 1.750 rpm e 2.250 rpm) contra 40,7 kgf.m (entre 2.200 rpm e 5.400 rpm). Em ambos os casos, a força motriz que traciona as quatro rodas é gerenciada por meio da transmissão automática Geartronic de oito velocidades, mas a faixa de torque elástica e alta do modelo a gasolina faz com ele tenha mais vigor e seja mais ligeiro.

Isso náo quer dizer, porém, que o motor D5 vá mal. Ele impulsiona o SUV de maneira linear, cumpre altas velocidades em baixas rotações, tem ímpeto para realizar ultrapassagens e é econômico, se compararmos com os concorrentes diretos Audi Q7, BMW X5, Mercedes-Benz GLE e Land Rover Range Rover. Pode render até 10,5 km/l na cidade e 12 km/l na estrada, de acordo com dados do Inmetro.

Semiautônomo

Além do propulsor, outra novidade do XC90 é a segunda geração da tecnologia Pilot Assit. De série em todas as versões, agora ela funciona até velocidades de até 130 km/h (antes, era até 50 km/h). O sistema é capaz de “guiar” o carro, não só atuando na aceleração e frenagem, mas também na direção.

A tecnologia é fácil de ser acionada por botões no volante e atua por meio de sensores e câmeras que monitoram as faixas de rolamento e permitem com que o carro se guie sozinho. Mas, vale lembrar, que o sistema só funciona caso o condutor esteja com as mãos no volante.

A Mercedes-Benz lançou tecnologia semelhante no Classe E, só que atuante até os 230 km/h. É melhor? Sim, mas como nossas vias só permitem velocidades de até 120 km/h, acaba não fazendo muita diferença.

Segundo a Volvo, o cliente que tem o Pilot Assist de primeira geração pode ir à concessionária fazer a atualização para a tecnologia mais atual. Sim, terá custo, mas que ainda não foi definido.

Versões

Em relação a itens de série, a versão Momentum dispõe de central multimídia com tela de nove polegadas sensível ao toque, que permite gerenciar o sistema de som e também a climatização do ar-condicionado de quatro zonas. Há ainda ajuste lombar e aquecimento dos bancos dianteiros, park assist, faróis full LED, painel de instrumentos com tela de 12,3”, quatro modos de condução e rodas de aro 19”.

Já a versão topo de linha Inscription, que sai por R$ 419.950, agrega ainda sistema de som Bowers & Wilkins de 19 alto-falantes e 1.400 watts, sistema de suspensão por bolsas de ar, head-up display, aquecimento dos bancos traseiros, teto-solar panorâmico, rodas de aro 20”, detalhes estéticos cromados na parte externa, altertas de tráfego, ponto cego e colisão traseira, além de câmera 360°.

Apesar do pacote tecnológico extra que a versão topo de linha agrega, são R$ 50 mil a mais em relação à configuração base. Este preço não parece muito vantajoso porque os mimos a mais não são, digamos, imprescindíveis.

Mesmo assim, a Volvo calcula que 80% dos compradores da linha XC90 optam pela opção mais cara. A fabricante prevê ainda que os modelos a diesel correspondam de 50% a 60% do volume de vendas que deve ser de 700 unidades em 2017 – em 2016, o fechamento deve ser de 450 unidades.