Novo Chevrolet Tracker deixa boa impressão

Aceleramos em Detroit, EUA, o SUV que chega ao Brasil com motor 1.4 turbo e mais recheado por iniciais R$ 79.990

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Marcelo Monegato
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Motor turbo, refinamento dinâmico, design repaginado, lista de equipamentos de série recheada e o mais importante: preços competitivos. Consciente que a briga no segmento de utilitários esportivos compactos não é para principiantes, muito menos para amadores, a Chevrolet leva para o Brasil o novo Tracker, modelo que tive a oportunidade de testar pelas ruas de Detroit, nos Estados Unidos, neste sábado (7).

VERSÕES E PREÇOS

Novo Chevrolet Tracker LT

R$ 79.990

Novo Chevrolet Tracker LTZ

R$ 89.990

Ao deixar o QG da General Motors na Motor City, os termômetros marcavam nada menos que 14°...negativos! A neve, até para preservar nós motoristas tropicais, resolveu –felizmente – não aparecer, deixando o asfalto seco e mais seguro. E para não congelar do lado de fora, pulei rapidamente para dentro de uma unidade vermelho Baroque – outras quatro estarão à disposição do consumidor brasileiro – e liguei o ar-quente no máximo.

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O Tracker oferece uma posição elevada ao volante. A coluna de direção tem ajustes de profundidade e altura, enquanto o banco regulagens elétricas. Nas versões que serão vendidas no Brasil, no entanto, apenas o ajuste da lombar será elétrico – todos os outros, mecânicos. Com boa empunhadura, o volante multifuncional é o mesmo da geração anterior do Cruze, sem os comandos de áudio, por exemplo, na parte de trás, onde normalmente estão as aletas do paddle shift.

 Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Legenda: Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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O Tracker é equipado com MyLynk – tela sensível ao toque de 7 polegadas – compatível com os sistemas Android Auto e Apple CarPlay. Nos modelos vendidos nos EUA há internet – e foi graças a ela que consegui mostrar em tempo real alguns momentos do test drive pelo Instagram da Webmotors, e não me perder no caminho...

Devidamente aquecido, baixo o freio de mão – não é elétrico o freio de estacionamento –, coloco a manopla do câmbio no ‘D’ é caio para a avenida. Logo nos primeiros metros é possível confirmar a impressão que eu tinha mesmo sem andar no carro: o Tracker está muito mais esperto. E o motivo é simples. Sai o motor 1.8 16V bicombustível aspirado (quatro cilindros) de no máximo 144 cv (etanol) e entra o 1.4 16V turbo, também flex e de quatro 'canecos', de 153 cv.

Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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E não é na diferença de insignificantes 9 cv que está a justificativa para a agradável mudança de comportamento, mas no torque. Antes, o Chevrolet entregava 18,9 kgf.m a 3.800 rpm. Agora, a força de 24,4 kgf.m a 2.000 giros, sendo que 90% de tudo isso está à disposição a 1.500 rotações. E mesmo rodando em uma unidade em que o propulsor 1.4 'degusta' apenas a gasolina, a diferença de comportamento é nítida.

Não é por acaso que, de acordo com dados da própria montadora, a aceleração de 0 a 100 km/h do novo Tracker é 2 segundos mais rápida em comparação ao modelo anterior – agora, a tarefa é realizada em 9,4 segundos. A velocidade máxima é de 198 km/h.

Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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Importante: não espere a esportividade do novo Cruze, especialmente o hatch. A transmissão automática de seis marchas é a mesma, porém com uma calibração diferente, mais focada para o conforto e não para a performance. Por disso, as borboletas atrás do volante não são, sequer, opcionais. Decisão acertada! O casamento deste câmbio com o motor turbo é muito bom – as trocas são suaves e praticamente imperceptíveis. Uma caixa CVT (continuamente variável) seria uma boa opção, também.

Com as mudanças técnicas e a adoção de sistema stop-start - que desliga e liga o motor automaticamente quando o veículo para e arranca em um semáforo, por exemplo -, os números de consumo, segundo a própria fabricante, são 15% menores. As médias na cidade são de 10,6 km/l (gasolina) e 7,3 km/l (etanol), enquanto na estrada são de 11,7 km/l (gasolina) e 8,3 km/l (etanol).

 Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Legenda: Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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O comportamento da direção elétrica está na medida. É bastante direta, leve quando em manobras em baixa velocidade e ligeiramente mais firme em altas velocidades.

A suspensão, independente tipo McPherson na dianteira e semi-independente com eixo de torção na traseira, foi recalibrada em busca de uma rigidez maior. Na unidade norte-americana, esta firmeza extra ficou nítida. A inclinação da carroceria é mínima nas curvas e frenagens. É preciso, no entanto, ver como este novo setup vai se comportar nas ruas esburacadas e sofridas do Brasil.

Um ponto que poderia ser melhorado, quem sabem o mais cedo possível, é a configuração do sistema de freios, que utiliza discos ventilados nas rodas dianteiras e tambor, nas traseiras. Freios a disco nas quatro rodas é o ideal para um veículo deste porte e que custa pelo menos R$ 80.000. Sistemas ABS (antibloqueio) e EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem) estão lá.

Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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Importante ressaltar que nos EUA há opção de tração integral. Para o Brasil, entretanto, estará disponível apenas unidades com tração dianteira.

SERÁ?

Algo que me incomodou muito nos novos integrantes da família Cruze foi o acabamento, com peças apresentando folgas acima do normal, e o tom claro do interior – algo mais para o cinza. No Tracker que testei, as partes estavam todas muito bem encaixadas e, tudo, em preto. Vamos ver se as unidades feitas no México, e que serão vendidas no Brasil, terão a mesma qualidade. A boa notícia é que, assim como o norte-americano, o Tracker tupiniquim será preto por dentro. Só lembrando que o Cruze vendido em solo brasileiro é feito na Argentina.

MEDIDAS

Em comparação ao anterior, o novo Tracker está 1 centímetro maior e 3 centímetros mais alto. A distância entre os eixos segue a mesma – 2,55 metros – e a capacidade do porta-malas também – 306 litros. No entanto, em relação à concorrência, especialmente ao Honda HR-V, o espaço interno deixa um pouco a desejar. Espaço, definitivamente, é um dos poucos pontos de atenção do Tracker.

Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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RECHEIO E PREÇOS

Em termos de equipamentos de série, o Chevrolet não decepcionou. A versão topo de linha, que parte de R$ 89.990, traz airbag duplo; cinto de segurança de três pontos em todos os assentos; sistema isofix; faróis de neblina; rodas de liga leve de 18 polegadas (na versão de entrada são de aro 16); ar-condicionado (não digital); controlador de velocidade; retrovisores e vidros elétricos; MyLink com Android Auto e Apple CarPlay; OnStar; retrovisores laterais com aquecimento; alerta de ponto cego; câmera de ré; sensor de estacionamento; teto solar elétrico; entre outros. O único opcional é o conjunto de airbags laterais e de cortina, que custa mais R$ 3.000.

O Chevrolet Tracker custa a partir de R$ 79.990 (LT). Levando em consideração apenas as configurações automáticas de seus concorrentes, já que não terá uma opção manual, o Tracker impressiona. O Hyundai Creta, por exemplo, parte de R$ 85.240, e o Nissan Kicks, R$ R$ 84.900. O Jeep Renegade não sai por menos de R$ 85.990 e o Honda HR-V, R$ 86.800.

 Novo Chevrolet Tracker
Novo Chevrolet Tracker
Legenda: Novo Chevrolet Tracker
Crédito: Novo Chevrolet Tracker
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CONCLUSÃO

O Chevrolet Tracker é uma opção muito interessante no segmento dos SUVs compactos. Além de um preço competitivo, tem um conjunto mecânico com características acima da média e uma lista de equipamentos de série bem interessante desde a versão de entrada LT. O design também está mais atual e pode conquistar alguns olhares. O espaço interno, diante de alguns concorrentes - não todos -, deixa a desejar. Se a primeira impressão é a que fica, posso dizer que, com relação ao Tracker, ela foi boa!

Viagem a convite da General Motors

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