Lexus NX200t tenta a sorte no Brasil apostando

Design agressivo e trem-de-força eficiente são atributos do SUV de luxo japonês
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Lukas Kenji
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Polida, a Lexus não confirma, mas traz ao Brasil o modelo que visa conquistar os fãs do Land Rover Range Rover Evoque. O NX 200t se oferece ao consumidor em duas versões a partir de R$ 216,3 mil e carrega no nome referências que mostram seu poder de fogo. As duas primeiras letras abreviam as palavras inglesas nimble e crossover, algo do tipo utilitário ágil. O restante da nomenclatura destaca o motor 2.0 e sua propriedade turbo.

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Desprovida de vergonha e hiprocrisia, a Lexus projetou o veículo inspirando-se nas características que fizeram sucesso e transformaram seu rival em um fenômeno mundial de vendas. Desenho agressivo com cunho arrebatador para desfilar nas ruas ao estilo ostentação, acabamento interno luxuoso e impecável, além de propulsor poderoso.

O bloco é protagonista na missão de impulsionar o utilitário da inércia aos 100 km/h em 7,2 segundos. Não à toa, a marca japonesa promoveu o teste de lançamento do produto em pista - ter um bloco de 2.000 cilindradas é fato inédito na história da montadora. Moderno, possui injeção direta de combustível e controle de válvulas de admissão. Entrega 238 cv a 5.600 rpm. O destaque, porém, fica para o torque de 35,7 kgf.m emitido já aos 1.650 giros e constante até 4.000 rpm.

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A força é transmitida a todas as rodas de maneira integral por meio de uma transmissão automática de seis velocidades. Eficiente, transforma retomadas em manobras menos estressantes no grandalhão de 4,63 metros de comprimento (sendo 2,66 m de entre-eixos) e 1.850 quilos.

Mas se o autódromo é cenário favorável à performance de um bom motor, caso do personagem desta breve avaliação, o mesmo não pode ser dito em relação à suspensão quando este personagem é um SUV. Fora de seu hábitat (estritamente urbano), o NX apresenta-se estável em curvas de alta, mas, obviamente, não passa segurança quando o ideal é ter o carro mais ‘no chão’.

O desempenho do veículo pouco muda quando o seletor de modo de condução está na função Sport, disponível somente na versão topo de linha F-Sport, que vale R$ 236,9 mil. É quase impossível notar mais rigidez na suspensão e a insegurança em algumas curvas permanece. A posição de dirigir alta também influencia nesta sensação.

A altura da carroceria, aliás, é o quesito que mais distancia o Lexus de seu rival da Land Rover. Enquanto o britânico utiliza teto com queda na parte traseira, marca dos cupês, o japonês aposta em ângulos mais tradicionais.

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DESENHO ARREBATADOR

O restante da estrutura estética é a mesma, mas com desenho marcante e independente. Há coerência do início ao fim do veículo. Não restam dúvidas de que o conjunto ótico é o fator que personifica o NX. O projetor principal carrega três lâmpadas em Full LED. O design que visa transmitir a estrutura de um cristal é completado com feixes de 78 LEDs ao total, dispostos na parte baixa do para-choque e no contorno dos faróis principais.

Na configuração convencional, o conjunto de luzes faz tabela com uma grade feita de material cromado e com hastes horizontais. Já na versão F-Sport, a grade tem formato de colmeia e é disposta na cor preta brilhante.

O desenho termina com uma traseira de traços fortes, com lanternas também de LED, que combinam com a parte frontal. Há duas saídas de escape abaixo de um para-choque de extremidade plástica que permeia toda a carroceria.

Para valer o investimento, o pacote F-Sport se faz presente no design por meio das rodas de 18 polegadas em alumínio (na versão convencional, elas tem aro 17”), retrovisores pretos, teto solar e grade. Todo o acabamento interno acaba por ser influenciado com o pacote: os bancos de couro misturam as cores preta e vermelha, portas e painel central têm acabamento em aço escovado, os pedais são de alumínio e há ainda o head-display, um visor que mostra diversas informações acima do painel para que o motorista não desvie o olhar da pista.

Para todas as versões, os itens de série são câmera de ré, sensor de chuva, monitor de ponto cego, 10 airbags e central multimídia com tela de 7 polegadas. Aliás, o do gerenciamento do GPS, rádio, DVD e TV digital foi melhorado, e muito, com a adoção do inédito touchpad. No modelos anteriores ao NX, a Lexus utiliza um joystick ultrapassado tanto na operação quanto no design.

Mais uma característica semelhante a do Evoque está na diversidade de opções para colorir a carroceria. São dez as alternativas: branco Sonic, cinza Nebular, prata Platina, cinza Titânio, preto Sólido, preto Obsidiano, vermelho Matador, azul Meteoro, azul Metálico e marrom Ágata.

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CARRO-CHEFE

Como dito antes, embora haja pareamento de produto com o Evoque, a Lexus já fez questão de dizer que não existe um alvo específico no mercado – no exterior, por exemplo, o foco é o BMW X3. Segundo o CEO da Lexus para a América Latina e Caribe, Steve St. Angelo, a ordem dada às concessionárias é focar na qualidade. “Nossa marca atua em seis países e o Brasil tem tudo para ser o mais forte deles. O consumidor daqui é exigente em relação ao prazer em dirigir e está ligado nas últimas tendências em tecnologia, características contidas no NX”, afirma.

A crença no sucesso do modelo pode ser baseada na afirmação do vice-presidente da fabricante para o Brasil, Luiz Carlos de Andrade Júnior: “O desafio é levar o potencial cliente a fazer o test-drive. Se ele fizer, o carro mata”, projeta.

A expectativa é que o veículo represente de 40% a 60% das vendas da submarca da Toyota no Brasil, sendo que a estimativa de vendas mensais está na casa de 100 unidades para toda a gama Lexus.

Uma das maiores barreiras a serem vencidas rumo ao sucesso está no dólar. Tratando-se de produto importado, o NX fica a mercê da situação cambial para manter seu preço em patamares competitivos – em regime de pré-venda aberto há pouco mais de um mês, cada versão custava R$ 6,9 mil a menos.

AJUDINHA

Quem terá a imcumbência de ajudar a Lexus nas vendas é a rede Toyota. Os vendedores da marca matriz poderão ofertar modelos da submarca de luxo. As revendas também ajudarão no serviço de pós-venda.

De acordo com Andrade Júnior, a conexão entre as marcas é benéfica para os negócios da Lexus. “A Toyota tem credibilidade e confiança por parte dos consumidores. Aliás, muitos clientes dela são alvos para migrarem para a nossa marca”, explica.

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