Koleos revela face VIP da Renault

SUV estará no Salão de São Paulo e deverá chegar em 2017

  1. Home
  2. Últimas notícias
  3. Koleos revela face VIP da Renault
Marcelo Monegato
Compartilhar
    • whats icon
    • bookmark icon

No Brasil, a Renault joga com um competitivo time B, formado por jogadores criados no CT (Centro de Treinamentos) da Dacia, subsidiária romena da marca francesa. São atletas eficientes – goleadores (bons de vendas), como Logan e Sandero –, mas que não encantam pelo toque de bola refinado. Talvez preocupadas com a falta de brilho do seu escrete, diretoria e comissão técnica da Renault acertaram – mas ainda não anunciaram – a contratação do Koleos, este sim nascido nos gramados dos arredores de Paris. Sua estreia em solo tupiniquim será em novembro, no Salão do Automóvel de São Paulo, e deverá chegar às concessionárias no início de 2017.

Após um contato superficial em uma pista off-road extremely light, reencontrei o SUV em uma ensolarada sexta-feira na saída do Hotel Le Molitor, um dos mais antigos e bem-frequentados da Cidade Luz, para uma voltinha de 163 quilômetros por ruas, avenidas e estradas da região. Exibindo aquele azul clássico da marca francesa (Meissen Blue, mas especificamente), a segunda geração do Koleos é visivelmente maior que a anterior, apesar de não impressionar pelo tamanho. Nas fotos, quando foi apresentado em abril no Salão de Pequim, na China, minha impressão é de que teria o porte de um Volkswagen Touareg ou do novo Toyota SW4, e não de um Toyota RAV4 ou Honda CR-V, com os quais chega para competir.

  • Comprar carros
  • Comprar motos
Ver ofertas

Assumi a posição ao volante e logo de cara me impressionei com a sensação de amplitude. O Koleos é espaçoso – são 4,67 metros de comprimento, 2,70 metros de distância entre os eixos e porta-malas com capacidade para 466 litros. A qualidade do acabamento salta aos olhos e em nenhum momento remete ao que encontramos no Duster, por exemplo. O couro está em diversas partes e os demais materiais utilizados na cabine são de qualidade superior, como o cromado acetinado distribuído na medida certa. Todas as peças estão muito bem encaixadas. Folgas e rebarbas não existem. Se a busca é pela excelência das alemãs, a Renault está no caminho certo.

Os ajustes de altura e profundidade da coluna são manuais (algo que não me incomoda) e amplo (o que me agrada), facilitando encontrar a melhor posição ao volante. Já as regulagens do banco são elétricas.  

A chave dorme no bolso da calça. Sua simples presença no interior do veículo é o suficiente para permitir pressionar o botão start/stop e colocar os quatro cilindros do motor 2.5 16V a gasolina (injeção direta de combustível) de 170 cv para trabalhar. A transmissão automática é tipo CVT (continuamente variável) X-Tronic, ideal para entregar o conforto exigido por 99,9% dos proprietários de um SUV como este. Há opção de trocas manuais pela alavanca, já que a eletrônica do câmbio simula até sete marchas.

Passando pelo centro de Paris, o silêncio e a suavidade do conjunto mecânico impressiona. Sem passar dos 90 km/h, o conta-giros atua abaixo dos 2.000 rpm. O torque de 23,7 kgf.m aparece em sua plenitude somente a medianos 4.000 giros. No entanto, as acelerações são satisfatórias. É necessário apenas pisar com um pouco mais de fé no pedal da direita para agregar agilidade aos 1.607 kg do Koleos. Normal...

 00109651
00109651
Legenda: 00109651
toggle button

00100116
00100116
toggle button

Na rodovia, atingimos o 110 km/h (limite permitido). E o conta-giros descansa em ‘berço esplendido’ a 2.100 rpm. Basta, porém, carcar o acelerador no assoalho para ele beliscar as 5.000, 5.500 rotações. Neste momento, o ronco invade com o ‘pé na porta’ o interior do carro. O ganho de velocidade não impressiona, acontecendo de maneira linear e progressiva. Talvez um bloco turbo, com mais força e em mais baixas rotações, deixasse o Koleos na medida. Não vejo a necessidade de seis ou oito cilindros para os anseios deste modelo.

A tração integral agrega equilíbrio nas curvas, mesmo quando estamos próximo do limite. A eletrônica trabalha pesado, lendo o modo de condução e distribuindo o torque as rodas da frente e de trás. Até 50% da força pode ser ‘jogada’ para o eixo de trás. Este sistema também tem opção 4x4 Reduzida, que é escolhida por meio de um botão e crava 50/50 do torque na dianteira e na traseira. Controles eletrônicos de tração e estabilidade estão presentes, mas em poucos momentos atuaram, mostrando um equilíbrio natural do projeto. A direção elétrica é extremamente leve, mas não muito direta.

A suspensão – McPherson na dianteira e Multi Link na traseira – tem um setup firme. No entanto, nas frenagens mais bruscas é possível sentir certa transferência de peso para a dianteira (chamado efeito mergulho). Trata-se de uma característica típica dos SUVs com a qual temos que aprender a conviver. As rodas de liga leve são de 19 polegadas.

00109678
00109678
toggle button

O painel de instrumentos é uma tela colorida configurável de 7 polegadas. Os mostradores, tanto velocímetro e conta-giros quanto informações do computador de bordo, têm boa visualização. O volante multifuncional é menor em relação aos que costumam equipar veículos deste porte. A empunhadura é excelente e a base levemente achatada.

Mas o que chama a atenção mesmo é o tablet no painel que expõe as funções da central multimídia R-Link 2. Com 8,7 polegadas, sensível ao toque e com funções como zoom com dois dedos e rolagem de página, por exemplo, este sistema traz navegação por GPS, informações extras sobre o veículo, além de permitir o controle de todos os recursos de entretenimento disponíveis – o áudio, por exemplo, é Bose e conta com 13 alto-falantes. É possível baixar aplicativos para o próprio R-Link, mas ainda não há compatibilidade com Android Auto ou CarPlay. E todas as funções já são em ‘português brasileiro’ – sem sotaque lusitano...

00109770
00109770
toggle button

Entre os demais itens de conforto e segurança, o Koleos entregar airbags frontais, laterais e tipo cortina, freios ABS (antitravamento) com EBD (distribuição eletrônica da força de frenagem), alerta de mudança de faixa, alerta de veículo no ponto-cego, alerta de fadiga do motorista, câmera de ré, acendimento automático dos faróis baixo ou alto, sensores de estacionamento traseiro e nas laterais, sistema de auxílio de estacionamento (popular Park Assit, que no caso da marca francesa se chama Easy Park Assist), teto solar panorâmico e ar-condicionado de duas zonas.

Conclusão

Grandalhão, o Koleos - produzido na Coreia do Sul - não chega para ser artilheiro, como Logan e Sandero, líderes de vendas da marca por aqui – ou como deverá ser o Kwid futuramente. Seu papel dentro do esquema tático da Renault é impor respeito. Mostrar que o ‘time’ francês tem modelos que vão além do básico em diversos sentidos. Espero apenas que em um futuro próximo cheguem também outros jogadores formados em Paris, como o novo Clio ou os Mégane hatch e sedan. Estes, sim, craques!

Viagem à convite da Renault do Brasil

Comentários