O novo todo-poderoso da F-1: Toto Wolff

Discreto, dirigente da Mercedes comanda a melhor equipe da F-1 e se firma como um dos principais nomes da categoria

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Redação WM1
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Uma das grandes atrações dos testes de pré-temporada da F-1 em Barcelona foi conferir a chegada de diversos pilotos às suas novas equipes no campeonato de 2017: Valtteri Bottas na Mercedes, Pascal Wherlein na Sauber, Esteban Ocon na Force India... Pois toda esta movimentação, provocada pelo subido anúncio de aposentadoria do campeão mundial Nico Rosberg, evidenciou o poder do dirigente mais influente da F-1: Toto Wolff.

Aos 45 anos, o chefe da equipe Mercedes aproveita o vácuo de poder deixado pela saída de Bernie Ecclestone no comando da F-1 – a categoria foi vendida por US$ 15 bilhões no ano passado para o grupo Liberty Media, dos EUA. Toto pode não ser o “dono” oficial, mas sua influência em diversos times mostra o quanto caminha para se tornar cada vez mais poderoso na categoria.

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Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
Crédito: Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
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Ao contrário de Bernie ou de outro dirigente que esteve perto de exercer tamanho poder – Flavio Briatore, Wolff tem estilo bem mais comedido. Não “ostenta” seu status de liderança, pelo contrário, é low profile – um gentleman quando comparado ao estilo extravagante do italiano, por exemplo. 

Além disso, o austríaco é um exímio negociador e sabe atuar bem nos bastidores. Não por acaso, sua formação em economia e anos de experiência como investidor certamente ajudaram a formar um perfil que se encaixa como uma luva na atual F-1.

Assim como Bernie, Torgen Christian Wollf também começou com uma carreira tímida de piloto – com fórmulas aos 17 anos na Áustria e depois com FIA GT – chegou a vencer as 24 Horas de Dubai, em 2006. O currículo de “gentleman driver”, no entanto, nem se compara às conquistas fora das pistas. Em 2007, comprou 49% da HWA, braço da Mercedes que operava então com a DTM e motores na F-3.

 Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
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Legenda: Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
Crédito: Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
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Depois, fundou em 2002 a Aces Management Group, junto com o bicampeão mundial Mika Hakkinen, para gerenciar a carreira de pilotos – e um dos primeiros clientes foi justamente Bottas, a quem escolheu para substituir Rosberg.

O finlandês estreou na Williams por sua influência no time, do qual chegou a ser sócio: 15% das ações, adquiridas em 2009, quando Wolff “entrou” definitivamente na F-1. Na época, Bottas fez nada menos do que 15 treinos livres na sextas-feiras, no lugar do titular Bruno Senna, mostrando o quanto seu empresário e sócio do time investia pesado na promoção de seu cliente para o ano seguinte – o que acabou se concretizando.

Mas o grande salto para Wolff foi mesmo em 2013, quando comprou 30% da Mercedes e foi anunciado o diretor-executivo do time. Ao lado de Niki Lauda, iniciou um processo de reestruturação do time (que havia voltado para a F-1, mas ainda sem grande sucesso). 

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A mudança de regulamento para a nova era turbo fez da Mercedes a equipe dominante, acumulando a conquista de três títulos mundiais seguidos e mais de 50 vitórias. No início deste ano, ele e Lauda ampliaram o contrato até 2020.

A influência em outras equipes também está relacionada ao ótimo desempenho dos motores Mercedes – o que certamente contribuiu para Ocon garantir a vaga na Force India. No jogo de Wolff, quem acabou sem espaço foi Felipe Nasr – a influência do austríaco certamente jogou contra suas chances tanto na Force India quanto na Sauber (onde colocou outro piloto do programa de talentos da Mercedes, Wherlein).

Casado com a piloto Susie Wolff (a quem ele também garantiu anos como piloto de testes da Williams), Toto pode parecer um “outsider” do mundo da F-1, mas é justamente ao contrário. Em 2016, mostrou ser um excelente “gestor” de crise e egos ao administrar a rivalidade Rosberg e Hamilton.

Toto Wolff, dirigente da Mercedes na F1 é um dos principais nomes da categoria
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Em Barcelona, após a batida no GP da Espanha de 2016, Wolff mostrou porque é considerado o dirigente mais brilhante de sua geração: não permitiu que seus pilotos saíssem do circuito sem encarar a imprensa e falar sobre o ocorrido. E, ao longo do ano, ficou claro o quanto conseguiu impor de limite naquela briga, que não chegaria mais às “vias de fato” depois na temporada (ainda que Hamilton tenha jogado bastante pesado no GP final, em Abu Dhabi).

Mesmo com tanto controle, Wolff admitiu à BBC que, “como fã de F-1, adoraria ver Fernando Alonso no lugar de Rosberg. Mas para a equipe Mercedes seria emoção demais”.

O antigo ditado dizia que a única maneira de conseguir um amigo na F-1 era comprando um cachorro. Talvez seja o caso de ampliar este conceito: agora, o ideal é que este amigo tenha o latido mais alto de todos. E hoje, este Wolff imbatível atende pelo apelido de Toto – com o perdão do trocadilho bilíngue.

Por Rodrigo França, de Barcelona (Espanha)

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