Fusca: paixão que atravessa gerações

Fusca 1977 reformado é paixão de pai e filha; carro ganhou banco da Toro e teto solar

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Karina Simões
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As malas já estão prontas. Cabo de acelerador, cabo de embreagem, bobina, lâmpadas reserva, bomba de combustível, palhetas, além de uma boa revisão. Este é o kit de viagem do Volkswagen Fusca 1977 de Washington Mariano, 51 anos, mecânico e proprietário de uma oficina na Zona Sul da cidade de São Paulo. A precaução não é à toa. Nesta sexta-feira (20), eles partem para a viagem mais longa do fusquinha até então. Serão percorridos 430 quilômetros até Curitiba, Paraná, para o encontro do Dia Nacional do Fusca, comemorado hoje mesmo, em 20 de janeiro.

Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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A paixão é antiga, Washington já teve diversos Fuscas no passado. “Na época, há 30 anos, era o que a gente podia ter, era o carro da gente, do dia a dia.” Mas a história com este carro especificamente começou por causa de sua filha, Joseane Mariano, que estava prestes a completar 18 anos. “Ela queria aprender a dirigir em um carro com câmbio manual (o outro carro de Washington é um Audi A3, ano 2002, com transmissão automática), foi quando sugeri que a gente montasse um fusquinha. Ela topou e comecei a procurar. A intenção era fazer um carro diferente, para curtir.”

 Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Legenda: Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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“Não achei carros bons e acabei comprando este carro de um amigo, desmontado na funilaria. Ele estava sem pintura, com a parte de funilaria feita e vi que a estrutura do carro estava decente”, explica. Washington comprou o carro em 4 de fevereiro de 2016 e começou o monta e desmonta.

Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Mão na massa

A primeira preocupação foi com a segurança, o carrinho recebeu freios a disco, caixa de direção, rodas e pneus novos, cinto de segurança de três pontos, extintor e retrovisor do lado direito (que originalmente não vem no carro). Também por segurança, o dono do Fusca optou por fazer melhorias no motor, que passou de 1.300 cc para 1.500 cc - um acréscimo de 6 cv de potência e 1,2 kgf.m de torque que empurram o “besouro” um pouco mais forte. O motor 1.500 cc gera 52 cv a 4.500 rpm e 10,3 kgf.m de torque aos 2.600 giros.

Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Depois da mecânica resolvida, vieram os acessórios. Na cabine, o destaque vai para o banco traseiro da picape Fiat Toro adaptado para o fusquinha. Como vocês podem ver pela foto, caiu como uma luva ao carrinho e é bem mais confortável que o antigo assento de molas.  

Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Ainda no interior, foi instalado um rádio moderno, adaptador de tomada 12V com três entradas - para carregar o celular e o GPS -, porta-trecos, além de um adesivo da Webmotors (olhem que moral!). Nada, porém, chama mais atenção que o teto solar, mais recente melhoria no fusquinha. Com a compra do carro, mais as mudanças, a conta está perto dos R$ 29 mil.

 Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Legenda: Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Fusca: a incrível máquina de fazer amigos

Washington conta que o interessante foi fazer amigos através do próprio carro. "Quando comprei, ele tinha uma suspensão rebaixada, que muita gente adota, mas não me agrada muito. Levei o carro para refazer a suspensão e conheci o clube Metropolitan Volks, um grupo de amigos e amantes de VW. Começamos a andar com este pessoal e não paramos mais, é como uma família”, diz.

 Volkswagen Fusca 1977
Volkswagen Fusca 1977
Legenda: Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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De junho de 2016 até agora, o fusquinha já rodou bastante. “Fomos a encontros em Jundiaí, Americana, Itanhaém, Peruíbe, Mairinque, Osasco...”, diz Washington, mostrando cada adesivo dos eventos. O espaço na janela traseira para o adesivo do encontro de Curitiba está reservado, mas Washington alerta para alguns cuidados antes de pegar estrada. “O tal do kit viagem não é só para mim, mas para os amigos do grupo que precisarem. Muita gente não faz a revisão básica. Por exemplo, as pessoas não trocam a correia, rodam com a mangueira de combustível sem abraçadeira e o combustível vaza. Para quem quer ter um carrinho antigo, a manutenção é essencial”.

Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Bom, chega de papo, é hora de pegar estrada. E eles não vão sozinhos, a esposa de Washington e a filha, Joseane, “verdadeira dona do fusquinha”, estão esperando. E ela, além de colocar a mão na massa com o pai na oficina, passeia orgulhosa com seu carro da década de 1970. “Esse carro tem muita história e me sinto honrada em poder dirigir um carro que não é mais fabricado. Acho que o mais legal de tudo é saber como cada coisa funciona, por isso sempre que meu pai mexe no carro, estou lá para ver. Não pretendo me desfazer dele nunca. Enquanto meus amigos ficam animados por ganharem um carrão aos 18 anos, eu posso dizer que sou muito mais feliz por meu primeiro carro ser um fusquinha”, conta Jose.

Volkswagen Fusca 1977
Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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Mais que trazer novos amigos, o Fusca - ou qualquer outro carro antigo-, tem o poder de unir a família e transferir paixões de geração a geração. Boa viagem, pessoal!

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Crédito: Volkswagen Fusca 1977
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